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A semana correu bem e logo a sexta feira bateu em minha porta. Fiquei remoendo a minha conversa com a Emi por esses dias até então tomar uma decisão, eu voltaria para Shibuya. Enfrentaria meu medo de encarar Itadori e tiraria toda essa história a limpo diretamente com ele.

Dirigindo pelas estradas vazias em direção a Shibuya, eu ouvia as mais diversas músicas românticas que tocava em meu carro, tentei mudar algumas vezes mas logo desisti ao notar que estava em alguma playlist melancólica. Respirei fundo já desligando o rádio e continuando a focar na estrada à minha frente.

Ao notar as primeiras placas escritas "bem vindo a Shibuya", notei uma ansiedade tomar conta de mim. Por sorte, Itadori não saiu da casa que sempre morou, então era diretamente para lá que eu iria.

Alguns minutos se passaram até eu avistar uma casa pintada de uma cor bege com um jardim envolta, realmente ele não havia tocado em nada. Estacionei meu carro em um lugar um pouco afastado e que não atrapalharia a vizinhança, eles nunca gostaram de turistas que se apropriassem de suas calçadas. Caminhei até a casa do meu ex melhor amigo mandando todo tipo de mensagem para Junpei em desespero.

Toquei a campainha três vezes, além de bater na porta e ate chamar seu nome. Mas ninguém atendeu. Respirei fundo mandando mensagem para Miwa questionando se realmente Itadori estava morando naquele lugar e ela confirmou de imediato. Talvez estivesse trabalhando? Possivelmente ele não esteja desocupado que nem eu no momento, já que tive que adiantar todas as minhas tarefas para conseguir uma folga no dia de hoje e amanhã... Melhor eu dar uma volta pela cidade antes de voltar aqui mais tarde.

Com meu celular em um bolso e uma grana no outro, passei a caminhar até a sorveteria que eu tinha passado por aqui perto. Resolvi cortar caminho por um dos becos próximos a casa de Yuji e foi esse meu maior erro. Ao colocar meus pés na entrada do beco, ouço passos atrás de mim e olhando por cima do ombro, vejo dois rapazes com uma cara não muito boa.

Acelerei meus passos tropeçando em minhas pernas com tamanho nervosismo e caindo sentada no chão. Olho para cima notando que estava encurralada, o que esses caras iriam fazer comigo? Coloco a mão à frente do meu rosto em uma tentativa inútil de estabelecer distância, porém, o sorriso dos dois me faz imaginar as mais repugnantes nojeiras que eles pensavam a meu respeito.

— Parece que o moleque encontrou uma outra forma de se divertir.

— Sorte a nossa termos nos esbarrado com você, princesa.

— Q-Quem são vocês? O que querem comigo?

— Nada que você precise se preocupar — Um deles se agachou em minha frente e tocou meu queixo com uma certa força — Até que o garoto tem bom gosto.

Ouço a risada nojenta que seu companheiro dá, penso em gritar por ajuda porém isso talvez só pioraria a situação. E se eles estivessem armados? Viro meu rosto me afastando de seus toques e jogo meu corpo para trás.

— Não me toquei — Minha voz era receosa, eu não conseguia pensar em uma outra forma de agir. O sorriso de ambos me deixava mais e mais nervosa.

— Ou se não o que ? — suas mãos enormes tocaram meu pescoço me enforcando e tirando todo o meu ar.

Não tinha escapatória, seja o que for que o Itadori esteja envolvido, eles resolveram buscar seu pagamento através de mim. Fecho meu olhos enquanto começo a me debater tentando fugir, mas um som de um corpo caindo me faz encarar para trás do homem e o mesmo afrouxar o toque.

O companheiro dele estava desacordado, não havia sangue nele, mas pelo jeito foi golpeado em cheio pelas costas. Yuji encarava o segundo friamente, não sei se havia notado minha presença, pois assim que seus olhos veio em minha direção, seu rosto passou de uma expressão fria para uma carregada de culpa.

𝙵𝚁𝙸𝙴𝙽𝙳𝚂 - 𝙸𝚃𝙰𝙳𝙾𝚁𝙸 𝚈𝚄𝙹𝙸Onde histórias criam vida. Descubra agora