Victor Araújo cresceu assistindo o casamento de seus pais se tornar o melhor exemplo de amor duradouro que poderia ter e acreditava que tinha encontrado sua alma gêmea na melhor amiga da sua irmã, sua primeira e única namorada, a bela Cristine. Quan...
Victor se esticou na cama, abrindo os olhos com a luz que entrava no quarto, seu rosto em uma expressão confusa quando percebeu que era o único ali. Se perguntou se havia dormido demais, ainda que seu relógio biológico fosse infalível, mas ao verificar a hora no celular e constatar que ainda era cedo, ficou ainda mais confuso pela ausência de Maia. Ela madrugou?, questionou-se, enquanto ia apressado para o banheiro.
Quando chegou na varanda para o café-da-manhã, Victor apenas percorreu os olhos pelo lugar e mais vincos se formaram em sua testa. Se manteve em pé, apoiado no encosto da cadeira, e encarou os presentes antes de falar, tentando manter a voz calma:
— Alguém viu a Maia?
Yasmin se preparava para soltar algum comentário, mas Dona Glória se adiantou para responder, observando o filho com curiosidade:
— Ela já tomou café e foi para o ateliê com o seu pai. — puxou Victor pelo braço para que se sentasse de uma vez.
— Entendi... — ele suspirou aliviado, sem compreender a súbita sensação que tentava lhe acometer.
— Maia já estava de pé quando eu acordei... inclusive me ajudou a preparar tudo e conversamos bastante! Tem sido um prazer enorme tê-la por aqui... — Dona Glória virou-se para Danilo, franzindo o nariz. — Não acha que demorou demais para trazer sua prima para nossa família, não, rapaz?
Danilo riu, antes de responder: — Não vá fazer dela sua refém, Dona Glória!
— Ah, não será preciso! — balançou as mãos no ar, fazendo pouco caso. — Agora que Vito está namorando a Maia, será mais fácil vê-la com frequência... Espero que a próxima festa de noivado seja a de vocês...
Victor se engasgou com a torrada e entrou numa crise de tosse nada discreta, recebendo tapinhas igualmente indiscretos de Danilo nas costas. Caio se manteve inerte à conversa, continuando a mexer no celular. Christine, que se manteve calada durante todo o tempo, tomou mais um gole de suco para esconder a expressão de desprazer que se formou em seu rosto – o que não passou despercebido pela caçula.
— Temos que considerar a hipótese de que eles não fiquem juntos, mainha. — disse Yasmin, olhando de soslaio para Christine antes de acrescentar: — Sabemos como o Vito não costuma ter bom gosto.
Dona Glória arregalou os olhos, encontrando dificuldade em voltar a falar e repreender a filha pela insensibilidade. Victor voltou a tossir, seu rosto atingindo um forte tom de vermelho. E Danilo... Danilo riu alto.
— Yasmin... Que modos são esses? — finalmente soltou a matriarca, não sabendo mais o que dizer.
— Mas, de toda forma, não acho que será um grande problema, mainha. — acrescentou Yasmin, olhando para o irmão. — Podemos manter contato com Maia... mesmo sem o Vito.
Dona Glória assentiu para Yasmin em completa concordância, fazendo Victor encarar as duas sem reação, não conseguindo encontrar forças nem para voltar a tossir.
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