Capítulo XIX

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— Eu tô bem, Vito.

— Olha o tanto de mancha de sangue no seu corpo! Toda machucada...

— Isso não é nada. Já quebrei dois dedos jogando queimada. — Maia soltou, com um sorriso torto.

— Que loucura, mulher! Não é guerra, não!

— Vai dizer que nunca se machucou quando criança?

— Sim, mas...

— Pois me deixe com meus únicos troféus de infância, homem. A lembrança de quebrá-los é mais doce do que pensa.

Maia terminou de tirar a roupa suja de areia e suor e rumou até o banheiro, deixando Victor pra trás. Ele entrou logo em seguida, envergonhado.

— Tá com raiva de mim?

— Já disse que não sou de cristal.

— Eu sei, é que...

— Se fosse com Cristine, acharia que ela quebraria. Eu sei.

— Não quis dizer isso... — ela arqueou as sobrancelhas, segurando o vidro do box. — Você tá certa. Me desculpe.

— Só pare de me comparar a ela, tá bem? — ele assentiu, culpado. — E você me prometeu uma cerveja...

— Volto em um minuto. — disse rindo.

— Assim tá bom?

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— Assim tá bom?

— Ah, se tá... — soltou Maia, soltando um suspiro de prazer.

— Vai lavar meu cabelo também?

Maia tomou mais um gole da cerveja antes de responder:

— Por que não? Mas primeiro termine de massagear o meu, tô quase dormindo aqui.

Ele riu e continuou seu serviço. Depois do banho, Maia se arrastou para a cama, só pensava em tirar um bom cochilo para recarregar as energias e descansar o corpo, havia muito que não se exercitava assim, passando a maior parte do tempo na frente de um computador escrevendo suas histórias. Victor a observou com uma expressão curiosa, os braços cruzados, parado no meio do quarto.

— Vai ficar aí o dia inteiro como uma palmeira?

— Não... — riu, sem graça. — Por que parece que vai dormir?

— Porque é exatamente isso o que vou fazer, espertinho. — diante do silêncio que se fez, ela se virou para encará-lo. — Pode ficar com sua família, nos vemos no almoço.

Victor ficou indeciso sobre se deveria seguir sua orientação ou não, mas por fim decidiu por ir. Observou Maia mais uma vez e deixou o quarto. Encontrou Danilo já tomado banho na varanda, com uma cerveja nas mãos.

— Cadê Maia?

— Tirando um cochilo.

— Ela se machucou muito?

A Grande FarsaOnde histórias criam vida. Descubra agora