Victor Araújo cresceu assistindo o casamento de seus pais se tornar o melhor exemplo de amor duradouro que poderia ter e acreditava que tinha encontrado sua alma gêmea na melhor amiga da sua irmã, sua primeira e única namorada, a bela Cristine. Quan...
— Lembra do que eu falei, Vito, nada de ficar caindo aos pés da Cristine. Tem que parecer que você superou, tá em outra e tá feliz. Sacou? — Victor não dava atenção ao Danilo, enquanto verificava se a roupa não estava amassada e se o cabelo estava no lugar.
Haviam chegado na propriedade dos Araújo havia pouco, o lugar localizado na Lagoa do Rio da Barra era um esplendor de elegância e beleza, percorrendo uma enorme propriedade que se dividia entre transmitir a leve sensação de liberdade em estar à beira mar e fornecer o conforto e tecnologia que a faz ser extremamente funcional. Bem equipada e preparada para receber até doze pessoas, era o lugar favorito da família e amigos quando precisavam se afastar da rotina e confraternizar.
— Sim!
— Repita comigo: eu não vou babar. — insistiu Danilo.
— Não vou fazer iss...
— Repete! — interrompeu.
— Eu não vou babar. Satisfeito? — disse exasperado.
Danilo poderia ter ficado satisfeito se, ao serem notados pela família do amigo e Cristine, o Victor não começasse a babar, ainda que com menos intensidade do que o normal.
— Tarde demais... — murmurou Danilo.
— Filhoooo! — disse Glória Araújo, num tom de voz animado, abraçando-o apertado. — Finalmente!!
Victor retribuiu o gesto com um sorriso enorme no rosto, em seguida a mãe foi abraçar Danilo e ele se concentrou em levantar a irmã no ar.
— Eu preciso noivar pra conseguir ver você, maninho? — disse Jaqueline, repreendendo-o pela ausência dele na vida dela. Sempre que ligava para marcar um encontro, ele dizia não.
— Parece que sim, mas espero que você não marque outro noivado só pra isso. — sorriu.
— Não me desafie... sabe muito bem que sou capaz disso. — empurrou seu ombro e enlaçou seu braço ao de Danilo, para seguirem juntos para os sofás da área externa.
— Como vai, Victor? — perguntou Cristine, no seu usual tom de voz amável.
— Bem, muito bem. — pigarreu. — Ótimo! E você?
— Estou bem, também. Já faz um tempo...
— Sim. Dois anos.
— Tudo isso? Nem me dei conta. — sorriu levemente.
— Eu... — começou ele, mas a mãe o puxou pelo braço e adiantou o passo.
— Vamos, vamos. Não vai fazer sua mãe ficar em pé na entrada, vai? Vamos nos sentar. Tem comida esperando por vocês, devem estar famintos! — disse ela.
— Como sempre, está certíssima, Dona Glória! — gritou Danilo, já se servindo dos lanches dispostos na mesa.
Já estavam entrosados em uma conversa quando a mãe se lembra de um detalhe importante.
— Vitinho, meu bem, você não ligou pra mim avisando que traria sua nova namorada para passar a semana com a gente? — Cristine encarou Victor surpresa, apenas por dois segundos, antes de voltar a bebericar o seu suco.— Vocês a largaram na estrada, foi?
— Eu te falei que era mentira dele, mãe. Te peguei no pulo, maninho. — disse Jaqueline, cutucando-o.
— Eu... eu...
— Não, Dona Glória. Sabe muito bem que eu não deixaria seu filho se comportar assim. — interrompeu Danilo, antes que o amigo botasse tudo a perder. — Ela estava fora do país e resolveu desembarcar direto em Porto Seguro, e pegar um carro até aqui.
— Ah... espero que ela não demore, estou tão curiosa!! Já pensou conhecer os companheiros dos meus dois filhos de uma só vez? — disse Dona Glória, animada.
— Falando nisso... — pigarreou Victor, estava achando extremamente difícil toda essa atuação. — Cadê seu noivo, Jaque? Estou começando a acreditar que você armou tudo isso pra me ver, mesmo.
— Como se você valesse o esforço! — soltou, fazendo todos rirem. — Coincidentemente, ele também precisou vim de avião, estava fazendo um ensaio fotográfico em São Paulo.
— Ele é fotógrafo? — perguntou Danilo.
— Não, bobinho, ele é modelo! — Dona Glória respondeu, entusiasmada.
Danilo pensou que talvez a senhora fosse ter um treco, se já estava assim agora, imagine quando as coisas realmente ficassem quentes.
— Painho foi buscá-lo no aeroporto, há umas 3 horas, devem estar chegand... CHEGARAM! — Jaqueline pulou da poltrona e correu para a entrada da casa para recebê-los e abrir a porteira.
Minutos depois voltavam abraçados e os cumprimentos começavam. Quando Danilo o viu de perto e confirmou suas suspeitas ao ouvir seu nome em voz alta, percebeu que as coisas ficariam ainda mais complicadas.
"Complicadas" não conseguia descrever tão bem a situação, já que dez minutos depois outro carro estacionava no caminho de pedras da entrada e sua prima descia, em todo o seu esplendor. Ele esperava que quando ela percebesse onde tinha se enfiado não o matasse, pelo menos não ali, na frente de todo mundo.
Quem eu quero enganar?, pensou ele.
Danilo sabia que no momento em que uma oportunidade de ficar a sós surgisse, ela o cortaria com um facão e bateria seus pedaços num liquidificador.
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