Capítulo V

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Apesar do horário, o Sol ainda brilhava e distribuía seu calor sobre a Lagoa do Rio da Barra e sobre a pele morena de Maia Campos quando pisou no lugar e começou a arrastar suas malas. Seu vestido midi verde musgo escuro, com uma fenda na coxa, dançava com o vento, fazendo-a parecer flutuar pelo caminho.

Para os observadores bem posicionados na área externa da casa, ela era como uma pintura em movimento. Ela era hipnotizante, sempre teve a habilidade de atrair a atenção para si, sem ao menos tentar. As vezes pensava que isso piorara sua vida mais do que ajudara, se fosse lembrar do passado, mas ela sempre preferia não fazê-lo...

Como acordado de um transe, Victor se tocou que deveria buscá-la na entrada e ajudá-la com as malas, então se apressou e a alcançou no meio do caminho.

— Ei, lindo. — soltou as malas quando  ele se aproximou e o beijou, tomando-o de surpresa e fornecendo uma cena e tanto para a platéia distante. Envolveu seu pescoço e sussurrou em seu ouvido: — Da próxima vez que nos beijarmos em público precisa fingir que também quer e me abraçar de volta, ninguém vai acreditar que estamos juntos se você não me toca.

Lançou um sorriso gigante pra ele e voltou a caminhar, puxando uma das malas com ela. Victor a seguiu, sem pestanejar.

Quando chegaram aos sofás e poltronas, Danilo se levantou feliz e a abraçou com força, rodopiando-a no ar

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Quando chegaram aos sofás e poltronas, Danilo se levantou feliz e a abraçou com força, rodopiando-a no ar.

— Finalmente, carrapicho!

— Senti saudades também, amendoim azedo!! — em seu ouvido, soltou baixinho: — Não sabe quem encontrei no aeroporto.

— Hmmm, eu posso imaginar. — respondeu ele. Nem bem a soltou, Caio Albuquerque sai de dentro da casa com Jaqueline, depois de guardar a mala dele no quarto.

— Não acredito... — disse ele. — Você é a namorada do irmão da Jaque?

— E você é o noivo da irmã do Victor?

— Vocês se conhecem? — perguntou Dona Glória, sem perceber a tensa situação que começava a se formar.

— Sim, senhora. Namoramos por um tempo no passado. — respondeu Maia, com um sorriso gentil.

— O mundo é pequeno demais... — comentou Jaqueline, apesar da surpresa não parecia desconfortável com a situação.

— E a vida humana é insignificante. — soltou a filha mais nova dos Araújo,  Yasmin, de apenas 11 anos.

Ela estava no quarto desde que chegara, queria terminar a leitura de um livro antes de socializar entre indivíduos da mesma espécie. Ter nascido prematura e de um parto de risco deveria ser suficiente para mostrar que ela seria uma criança com personalidade.

— Yasmin! — repreendeu o pai, enquanto ela ajeitava os óculos no rosto e sentava numa pequena poltrona colocada ali especialmente pra ela.

Apesar da reprimenda, todos tinham um sorriso contido no rosto diante da perspicácia juvenil e timing perfeito para melhorar o clima entre o grupo.

A Grande FarsaOnde histórias criam vida. Descubra agora