Capítulo XV

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No final da tarde, depois das garotas voltarem para casa, Victor ainda não teve nenhuma oportunidade de conversar a sós com Maia, o pai a puxou para o ateliê e se mantiveram lá até a hora do jantar. Curiosidade tomou seu corpo e não resistiu a perguntar o que tanto faziam por lá quando se reuniram na mesa para a última refeição do dia.

— Estava conhecendo melhor sua namorada, filho.

— Por quase 3 horas de relógio?

— As pessoas são seres complexos, Vito. — explicou o pai, trocando um sorriso conspiratório com Maia.

— É verdade, — concordou Yasmim — e eu duvido que 3 horas sejam suficientes para conhecer alguém por completo.

— Sei que eu levaria a vida inteira para começar a compreender as nuances de sua mente. — comentou Maia, beijando o rosto de Yasmim com carinho. A jovem corou, envergonhada, antes de retribuir o sorriso.

Dona Glória não conseguia arrancar a alegria do rosto observando aquelas interações, seria eternamente grata à Maia por ter se tornado amiga de Yasmim. A matriarca temia que sua criança se fecharia mais e mais para as pessoas, presa no seu próprio mundinho. Claro que ainda havia um longo caminho pela frente, mas Maia conseguira algo inédito: ser convidada a conhecer o universo de Yasmim.

Caio não parava de tagarelar sobre as novas campanhas que conseguira, depois de uma longa ligação com seu agente, mas ninguém prestava verdadeira atenção. Maia e Danilo o ignoravam intencionalmente, nada interessados na vida que ele pudesse estar levando agora. Jaqueline, se mostrava atenta ao noivo, mas não conseguia deixar de observar Danilo sempre que podia, tentava ser discreta, mas vez ou outra, seus olhares se cruzaram e uma sensação estranha tomava seu peito.

Clara, tecia alguns comentários sobre o assunto, sempre com o sorriso doce no rosto, mas de soslaio analisava Maia com cuidado, tentando descobrir o que Victor viu nela para começar a esquecê-la. Porque ela sabia, sentia, que ele estava começando a se soltar das amarras do antigo relacionamento deles, e ela odiava isso. Ela não o queria, mas odiava imaginá-lo com outra. Clara não se considerava alguém que caía no esquecimento. Nunca. Também não era alguém que ouvia negativas. E mostraria como estava certa sobre isso.

Victor esperava Maia sair do banho sentado na beirada da cama

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Victor esperava Maia sair do banho sentado na beirada da cama. Já estava arrumado, mas não para dormir, tinha outros planos para o resto da noite. E esperava que Maia os aceitasse. A porta se abriu e um perfume de flor de verbena tomou o quarto, enquanto Maia, ainda enrolada num roupão, secava os cabelos com uma toalha. Para ele, parecia que não se viam há uma eternidade, mesmo que houvessem dividido a mesa de jantar pouco antes. Ela sorriu pra ele e foi em direção às malas.

— Como foi o passeio?

— Interessante. — enrugou a testa refletindo sobre o que acontecera lá, antes de continuar. — Sua irmã é muito divertida e... incisiva.

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