Capítulo XXVIII

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— Diga, mainha.

— Estou preocupada, sabe?

— Com o que?

— Com os filhos que coloquei no mundo... — Victor assiste o olhar da mãe se perder em algum ponto da sala.

— Não se preocupe, mãe, não te darei tanto trabalho quanto os outros dois...

— Mas de onde é que você surgiu, Yasmim? — perguntou Victor, encarando a irmã estupefato.

— Não acha que já está grandinho o bastante para saber? — revidou ela.

— Yasmin!

— Acho que você tem que ficar de olho é na sua caçula, mainha...

— Chega! Minha cabeça já começou a doer! — disse Dona Glória, massageando as têmporas. — Uns filhos pecam por saber de menos, outros por saber demais... — murmurou, antes de se afastar da prole.

— Viu o que você fez, Yasmin?

— EU? Mainha tá estressada é com o noivado da Jaque e com sua inconsistência na relação com a Maia!

Inconsistência?! — o queixo de Victor caiu levemente ao constatar que a irmã possuía um vocabulário mais encorpado aos 11 anos do que ele há não muito tempo atrás. Quando ela começou a se afastar também ele focou no que realmente importava. — Pera aí! O que você quis dizer com isso?

Yasmin revirou os olhos, antes de encará-lo entediada.

— Eu apenas sou a caçula da casa, Vitinho... o que eu poderia saber?

Victor tentou mantê-la ali e fazê-la falar, mas tão sorrateiramente surgiu, desapareceu. Com as mãos na cintura, olhou ao redor da casa e para o ponto onde antes se encontrava o objeto de sua curiosidade, não havia mais ninguém lá. Não havia ninguém em lugar nenhum. Suspirou frustrado e voltou para o quarto.

Jaqueline se afastou de Maia e Danilo com a mente cheia e o coração nervoso, parte dela acreditava no que Maia contara, mas temia estar usando a situação como desculpa para se livrar daquele noivado

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Jaqueline se afastou de Maia e Danilo com a mente cheia e o coração nervoso, parte dela acreditava no que Maia contara, mas temia estar usando a situação como desculpa para se livrar daquele noivado. Será que nunca quis me casar com Caio?, pensou ela. Se surpreendia com o fato de não ser a dúvida de estar ou não sendo traída que mais a atormentava, era a forma como ainda se sentia ao estar perto de Danilo. Pensou que havia superado aqueles sentimentos que surgiram nela ainda muito nova, como se fossem apenas uma fascinação pelo belo amigo do irmão que nunca a veria como uma mulher.

Gostava de Caio e odiaria se ele realmente a houvesse traído, mas sabia que seria muito mais pelo seu orgulho ferido do que por qualquer outra coisa. Quem a enfurecia era o Danilo, queria que ele gostasse dela, admitisse isso e dissesse que era com ele que ela deveria ficar, não com o Caio. Jaqueline recostou a cabeça na porta do quarto e soltou um longo suspiro, estava confusa e cheia de dúvidas.

Seria certo me casar com alguém amando outro? Seria justo?

Encontrou Caio largado na cama quando finalmente adentrou o quarto, ele apenas levantou rapidamente o olhar e logo voltou a prestar atenção no seu celular. Jaqueline cruzou os braços e continuou a observá-lo, sem nada falar. Quando ele sentiu que havia algo de errado, sentou-se ereto.

— Por um acaso você visitou o quarto da Cristine noite passada?

— Como é? De onde você tirou isso? — respondeu Caio, surpreso.

— Quer dizer que você não saiu do quarto dela no meio da noite passada? — Caio a conhecia o suficiente para saber que aquele levantar de sobrancelhas indicava que ela já sabia a resposta.

— Bem, ela me pediu conselhos sobre a carreira de modelo, sabe? Ela está pensando em tentar, então conversei um pouco com ela... mas quem te disse isso? Foi a Maia?

— Não, Caio. Por que a Maia estaria prestando atenção no quarto que você sai durante a noite? Mesmo que não fosse o quarto da sua noiva?

— Sabe como as mulheres são... ela não deve ter superado nosso término, sabe?

— Ela me parece muito bem com meu irmão... ela praticamente não interage com você, não presta atenção em você... acho que ela superou muito bem o fato de você tê-la traído.

— Ah, então ela já foi chorar as mágoas no seu ombro... vendo? Aposto que ela contou essas mentiras para nos separar, fazer intriga... fazer você acreditar que a traí com Cristine. — Caio se levantou e se aproximou de Jaqueline, segurando suas mãos. — Não caia nessa, meu amor!

— Está me dizendo que não aconteceu nada entre vocês dois na noite passada?

— Claro que não! Cristine é sua amiga, Jaque! Pelo amor de Deus! Ela faria isso com você?

Enquanto Caio a abraçava, Jaqueline não pôde deixar de pensar que ela faria. Cristine havia largado seu irmão sem aviso e começado outro relacionamento enquanto ele acreditava que ainda estavam juntos, ela havia o traído. E mesmo que alegasse que Maia estivesse mentindo sobre o que acontecera no relacionamento dos dois, duvidava que fosse mentira.

Estou me escondendo? Fugindo? Mantendo essa relação para não precisar lidar com a rejeição, caso Danilo diga que não sente por mim o que sinto por ele?

O abraçou de volta e decidiu que não seria injusto com Caio se o usasse para isso, já que ele parecia não ter um pingo de vergonha na cara. Manteria o noivado e lidaria sozinha com as emoções que lhe acometiam, já que sabia que Caio nunca poderia machucá-la como Danilo poderia, pois nunca sentiria por ele o que sempre sentiu pelo belo amigo do irmão.

 Manteria o noivado e lidaria sozinha com as emoções que lhe acometiam, já que sabia que Caio nunca poderia machucá-la como Danilo poderia, pois nunca sentiria por ele o que sempre sentiu pelo belo amigo do irmão

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