Capítulo 27: Nós não matamos pessoas que não merecem.

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Maddie Smith.

Nick quis conversar comigo a sós, então fui levada para um trailer com ele. Ainda não soltaram minhas mãos, mas não penso muito sobre.

Ainda estou focada em entender Nick.

Ele é peculiar, algo em mim diz que é.

— Então, Maddison. — Nick se sentou no pequeno sofá do trailer, apontou o mesmo sofá para que eu sente na sua frente.

Me sentei e continuei olhando o homem.

Ele deve ter cerca de 1,80. Tem cabelos loiros, quase castanho e médios, tem uma barba por fazer e olhos castanhos.

Seus braços estão repletos de cicatrizes, enormes, indicando algo mais intimidante ainda em si.

— O que quer saber? — Ele me mostra um pequeno sorriso, como se estivesse aberto a responder qualquer pergunta que farei.

Vamos ver.

— Tudo. — Respondi. — Meu marido me contou o que você foi para eles, e eu não gostei de nada do que ouvi.

Nick busca palavras enquanto me olha.

— Marido. — Ele diz a palavra, como se fosse a única coisa que chamou sua atenção na minha frase. — Jamais imaginei que Noah fosse se tornar marido de alguém algum dia, ele nunca quis saber de qualquer garota quando estava comigo e meu pessoal antigo. Talvez essa seja a única explicação. — Me olha, — Você.

Não falo nada, ainda espero sua resposta.

Ele percebe que não ligo para o resto.

Se ajeita no sofá e coloca as mãos juntas em cima da pequena mesa entre nós.

Está escuro, as luzes de lanternas do lado de fora eram as únicas coisas iluminando tudo.

—Não sou mais o que Noah diz que fui. — Começou Nick.— Reconheço meus erros, eu sei que errei.

— Não dou a mínima para o que você é. — Cortei ele. — Só quero saber se o que tem a me oferecer, me beneficia e beneficia minha família.

Nick engole seco.

— Você é direta. — Sorriu.

— Foi para isso que vim, não? — Dei de ombros.

Nick solta um riso e assente.

— Foi, certamente foi. — Me olha. — Sobre o que posso te oferecer, construí um tipo de sociedade, na qual vivemos em uma perfeita harmonia todos os dias.

Continuo escutando.

— Eu os chamo de "Sociedade dos sussurradores." — Falou como se estivesse orgulhoso do título. — Eles se ajudam, monitoram, caçam, protegem, alimentam.

Ele quer olhar meus olhos, mas o fato de eu já estar olhando para os seus, estranhamente afeta ele.

— Matam? — Sugeri com um tom de ironia na fala.

— Nós não matamos pessoas que não merecem. — Nick me disse de forma franca.

Me desafiando com os olhos.

Desafio de volta.

Me aproximo da mesa, ficando mais próxima de seus olhos.

— E quem merece? — Indago.

Ele está pensando em algo que não consigo entender.

Ao mesmo tempo que é o que é, ele é muito mais, entende? Tem algo ali que não quer que descubram.

𝐁𝐎𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐃𝐈𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora