Noah Smith.
12 de novembro de 2035 (dois anos e dois meses depois)
— Aqui meu bem, mire primeiro, segure com bastante força e lembre-se: você controla a arma, não ela controla você. — Eu estava ensinando Max a atirar.
Prometi a ela que com 5 anos ela podia aprender, cá estamos.
Ela atira no alvo e quase acerta.
— Caramba, você está indo muito bem! — Sorrio para ela orgulhoso.
Apesar de ser triste eu estar ensinando uma garota de cinco anos a atirar, mas ela precisa aprender o quanto antes.
E sua mentalidade vai muito além de uma criança de cinco anos.
— Eu nem acertei o alvo, papai, eu sou um desastre! — Ela faz o biquinho que faz desde que nasceu.
— Não, você não é um desastre. — Agacho ficando na sua altura — Tio Alex quando foi aprender a atirar, atirou em umas 5 árvores distintas do alvo antes de aprender de fato, e você está indo melhor do que um garoto de 24 anos foi — Toco a ponta de seu nariz e ela sorri — agora tente de novo
Me levanto e a ajudo a preparar o corpo e a arma, me afasto e deixo ela ir sozinha. Max dessa vez acerta o alvo.
Ela sorri empolgada para mim e eu a olho da mesma forma, com um enorme orgulho junto.
— Muito bem, filha! — Fazemos nosso toque. — Eu falei que você ia conseguir. — Agacho e abraço ela.
— Eu acertei a garrafa!!! Você viu isso??
— Eu vi filha, claro que vi! — Afasto o cabelo do rosto dela — E o papai está orgulhoso de você. — Max sorri envergonhada — E sua mãe provavelmente também está orgulhosa. — O rostinho dela diminui o sorriso e o olhar abaixa.
— E ela está. — Meu corpo se arrepiou em cada canto que posso ser capaz de arrepiar. Senti meu coração acelerar e por um instante achei que estava louco.
Me lembro de quando ela morreu, fiquei tão alucinado que eu a via me assombrando quase todas as noites. Escutava sua voz, sentia seu cheiro, o seu toque.
Enlouqueci.
Eu reconheço a voz no mesmo instante. Olho em volta e vejo ela.
Inteira, viva e com um sorriso no rosto.
Levanto-me lentamente olhando para ela tentando saber se aquilo era real mesmo.
— Você deveria dizer ao Alex que voltei. — Ela fala mais uma vez — acho que ele vai ter um treco. — Riu.
— Maddie?
— Oi — ela sorri para mim — Vai ficar me olhando com essa cara de quem viu um fantasma, ou vai abraçar sua esposa?
Corro na sua direção e a abraço tão forte, mas tão forte que é capaz que eu esteja amassando-a. Maddie entrelaça as pernas na minha cintura e eu não a solto de jeito nenhum.
Chorei aliviado e tentei fazer com que todo meu corpo esteja inteiramente tocando seu corpo quente e vivo.
— Jesus, eu pensei que estivesse morta. — Falo sentindo o seu cheiro que não mudou nada em quase três anos.
— Eu também....eu também — Ela me olha, eu imediatamente a beijo, e jesus, que saudade de beijá-la. Maddie encosta a testa na minha e fecha os olhos — eu senti sua falta. — Murmura.
— Não tem ideia do quanto eu senti sua falta, não faz isso nunca mais— ela ri e segura meu rosto com as duas mãos
— Eu prometo, eu nunca mais vou morrer— dou risada e encosto a testa na sua de volta
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𝐁𝐎𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐃𝐈𝐄
Science FictionApós um vírus transformar pessoas em mortos-vivos destruir o planeta Terra, Maddie Waters tenta sobreviver sem o pai de seu bebê que ainda não nasceu, enquanto o procura. Em meio da procura, ela encontra e reencontra com pessoas que acabam se tornan...