Sam Coleman.
Hannah e eu temos algo.
Tudo bem, é indefinido, mas temos.
Nos beijamos há pouco tempo.
Acontece que tudo o que houve atrasou nossa relação, já que estivemos a maior parte do tempo focadas em não morrer.
Porém, andamos em uma calmaria relativa, o que nos proporcionou momentos a sós.
Harry não é bobo mesmo, sempre nos alfinetando e jogando indiretinhas bem diretas sobre nosso comportamento.
Bom, quem poderia culpá-lo? Mal consigo ficar sem olhá-la ou ficar muito longe dela, é quase como uma necessidade de tocá-la.
Aconteceu algo quando nos conhecemos. Eu mudei de ideia não só porque queria fazer parte de algo, mas porque Hannah me encantou.
— Esse lugar é sinistro, não? — Hannah me pergunta quando estamos vendo o porão da casa.
Escuro e gelado, é tudo o que ele é.
— Bom, dizer isso estando em um porão é um pouco obvio, não acha? — Brinquei e ela riu.
— Mas você sabe o que quis dizer, eu falo da casa, desse lugar inteiro. — Começamos a fuçar nas coisas com lanternas nas mãos.
— Um pouco, os relatos dos meninos e os seus me assustam um pouco. Esse Nick não parece ser esse santinho.
— Acredite, ele é o próprio diabo. — Achamos documentos velhos e empoeirados, moveis antigos, tijolos, nada demais.
— Não há nada aqui. — Olho em volta. — Por que ficamos com a maior casa?
—Nem me fale! Eu preferia ficar com uma dessas casas menores sozinha do que uma casa enorme com Harry e Olivia juntos!
A olho um pouco ofendida.
— Sozinha? — Perguntei.
Hannah hesitou, tentou esconder o sorriso e tenta achar as palavras.
— Bom, com você também. — Me olha envergonhada. Eu sorrio genuinamente.
— Dormiríamos em camas separadas? — Brinquei com a situação.
Hannah enrugou o nariz.
—Não. — Negou. — Acho que não precisa.
Me aproximei dela.
— Por que me trata como se não tivesse me beijado aquele dia? — Perguntei e Hannah fica um pouco surpresa.
Ela hesita.
— Porque pensei que não me visse dessa forma.
Solto um riso.
— Hannah, eu praticamente entro em abstinência quando você se senta em lados opostos de mim. Não é como se eu precisasse ser mais clara para enxergar o que sinto. — Chego mais perto ainda dela.
— Talvez seja. — Hannah se aproximou e eu quase ando para trás.
Tento conter o sorriso.
— Desculpa por isso. — Ela me olhou e eu quase suspiro.
— Tudo bem.
Ainda assim, é estranho estar assim.
Essa tensão entre nós, essa coisa que puxa uma para perto da outra e mesmo assim nós resistimos.
Como se fosse errado.
Talvez seja, mas é o apocalipse.
No apocalipse, o errado se torna necessidade.
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𝐁𝐎𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐃𝐈𝐄
Science FictionApós um vírus transformar pessoas em mortos-vivos destruir o planeta Terra, Maddie Waters tenta sobreviver sem o pai de seu bebê que ainda não nasceu, enquanto o procura. Em meio da procura, ela encontra e reencontra com pessoas que acabam se tornan...