Capitulo 25: Tio Jay.

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Lily Prescott.

Dia 1336.

Acabamos de caçar um cervo dos grandes. Eu, Maddie, Noah, Jake, Sam e Harry.

Quer dizer, o mérito é de Maddie, se ela não tivesse uma pontaria excelente no arco e flecha, dormiríamos com fome.

O dia havia sido cansativo até então, mal pude respirar e absorver esse frio congelante. Todos eles andaram bem melhor que eu, até mesmo Maddie que teve um parto não muito tempo e que vive carregando um bebe que cresce a cada dia, tão rápido que chega ser apavorante.

Me sentei nas escadas da varanda, quando respiro fundo e solto o ar, ele sai tão congelante que me sinto no monte Evereste.

O loiro se sentou ao meu lado, ficou calado por uns minutos enquanto assistíamos juntos a paisagem branca e gelada.

— Alguém já te perguntou sobre como foi seu dia?— Noah indaga e eu penso na pergunta repentina.

Acho que nunca me perguntaram exatamente de como foi meu dia, só questionaram coisas específicas.

— Não.— Eu o respondi e senti com ele a brisa nos invadindo.— Na verdade, não.— Reafirmo, percebendo a ausência da pergunta no meu dia a dia.

— Bom — Começou Noah, mas eu o interrompo.

— Não precisa perguntar só porque nunca fizeram isso.

— Eu não ia.— O loiro me olhou e eu fiz o mesmo.— Eu ia perguntar o por quê.

Fiquei quieta.

— Por que ninguém te perguntou como foi seu dia?— Noah faz o questionamento e eu converso comigo mesma sobre.

— Porque ninguém se importa comigo o suficiente.— Respondo baixo.

Soa mórbido pensar assim, mas às vezes, no fundo é verdade e não tem como negar isso.

— Por que pensa isso?— Ele indaga.

— Porque é assim que as coisas são.— Noah negou com a cabeça assim que falo.

— Não.— Falou.— Porque paramos de nos importar com as coisas pequenas, mas importantes, como o dia de outro alguém.— Me explicou. Fiquei olhando o loiro por um tempo sem ter o que dizer, mas entendendo.

O mundo que vivemos agora já não nos permite apreciar coisas como até mesmo um banho todos os dias, quem dirá uma pergunta empática que só demonstra que o outro se importa pra valer com você.

— Isso é triste.— Falei e Noah assentiu.

— É.— Concorda.

— Por que está me dizendo isso?— Questionei o garoto que me olhou por alguns segundos, e depois sorriu.

— Porque, por mais que não me diga, eu sei que sente como se não a enxergassem, mas está errada. Está errada porque eu a enxergo.— Noah me afirma olhando nos olhos.

Uma imensa vontade de chorar vem inundando meu corpo, subindo até a garganta.

É a sensação de ser vista pela primeira vez, e não ser vista pelos meus defeitos.

— Uau!— Falei quando a lágrima escorreu em meu rosto. Nós rimos e ele espera uma resposta.— Onde aprendeu essas coisas?— Limpo a lagrima.

Noah imediatamente olhou Maddie brincando com a filha deles, que gargalhava a cada giro dado pela mãe.

— Com quem você acha?— Ele questiona e nós rimos.

— Faz sentido.— Comentei.

— Então?— Noah me olhou.— Como foi seu dia?— Me pergunta e eu sorrio.

𝐁𝐎𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐃𝐈𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora