Lily Prescott.
Já faz mais de uma semana desde que Amy e Chase nasceram, o pessoal veio ver eles e foi um dos momentos em que me senti amada e feliz de forma sincera.
Todos em volta de mim e dos meus filhos, dizendo que são iguais a mim, que são lindos e quietinhos.
Bom, quando estão separados eles ficam quietos, mas quando estão perto, jesus, faltam chutar a cara do outro.
Eu estou perfeitamente bem.
Quase, na verdade. Sinto falta de Maddie.
Estou com Amy no colo, Chase estava no quarto com Alex. Cada um se apegou a um pai, mas no final, ambos querem ficar comigo.
A porta bateu e eu não hesitei em abri-la.
Agora que vi quem era, gostaria que tivesse hesitado.
Fui fechar a porta na sua cara, mas Steve coloca a mão nela, interrompendo nosso bloqueio.
— Eu queria vê-los. — Murmura.
Encarei ele e comecei a rir.
— Você é doente, Steve? — Falei rindo, mas sentindo nojo. — Você quase me matou, merda.
— É, mas não vou mais fazer isso, ok? Queria conhecer meus sobrinhos.
— Eles não são nada seus. — Afirmo olhando em seus olhos, com uma raiva indescritível.
Posso ser capaz de ter o perdão de Noah e do resto, mas jamais o perdão de uma pessoa que quase me matou grávida, onde deveria ser o meu maior suporte por ser simplesmente minha família.
Ele deveria ser minha família. Meu irmão mais velho e tio dos meus filhos.
Mas não é. É apenas um assassino e psicopata.
— Qual é, Lily.
— Vai embora da minha casa, Steve. — Murmuro. — E fique longe da minha família. Não chegue a dez metros dos meus filhos, ou eu te mato, e eu juro que mato. — Ameacei irritada.
Acho que finalmente entendi Maddie agora.
O sentimento e a loucura de fazer absolutamente tudo pelos meus filhos.
Eu simplesmente não hesitaria em matar meu próprio irmão se ele der mais um passo perto da minha filha.
E eu finalmente entendi o que fez. E eu faria o mesmo.
Exatamente o mesmo.
Steve me olha, esperando que eu esteja apenas brincando, mas não estou. Ele sabe que não.
Assentiu entendendo.
— Nossa, você é igual ao papai. — Murmura.
— Ei! — Chamo sua atenção. — Não é problema meu se ele foi ruim com você, ele foi bom para mim e eu não tenho culpa de absolutamente nada. Entendi isso tarde, mas a tempo o suficiente para que não me ataque de novo como se eu fosse culpada dos seus pecados, porque eu não sou.
Ele me olhava com raiva, mas já entende que mudei, que não tenho medo dele.
— Boa sorte com a sua vidinha, Lilian. — E então, o homem estranho com quem compartilho metade do sangue que percorre nas minhas veias sai pela porta, a batendo forte.
E eu me senti aliviada.
Me sentei no sofá e olhei Amy dormindo. Comecei a chorar porque simplesmente entendi o que aconteceu aqui.
Chorei porque eu só queria um pedaço da minha família comigo para ser meu suporte e me proteger. Ter o que Lizzie e Noah tem com o outro, o abraço do mesmo sangue.
Eu precisei encontrar minha família e reconstruí-la sozinha para me sentir viva de novo. Eu sabia que isso aconteceria, mas não planejei que fosse ser tão doloroso.
Continuei chorando de dor pela saudade que me atingiu de quando Noah me dizia que eu era sua irmãzinha e que iria me proteger como tal.
Que ele me amava e que nada aconteceria comigo porque estava ali por mim. Me odeio porque sinto falta do meu irmão.
Não o biológico, o irmão que encontrei e que mal fica no mesmo ambiente que eu agora.
Deus, sinto tanta falta dele me chamando de "Lil", ou de me olhar de uma forma específica para dizer que estava ali de olho em mim.
Eu sabia, eu simplesmente sabia que tinha sua devoção e amor.
E Cristo, como eu desejo que tudo volte a ser como era antes.
No momento, só consigo rezar para que Chase seja o irmão que Amy precisa.
Eu vou cria-lo para ser o que Steve nunca pode ser para mim e o que eu desejava que ele fosse.
[...]
Alex ficou com as crianças enquanto eu estou fora.
Elas são boazinhas a noite, o que me dá vantagem.
Estou com o arco de Maddie, e pretendo usá-lo. Desde que Steve esteve em casa, é como se ele me assombrasse e eu visse nós dois em meus filhos toda vez que Chase chuta Amy.
Por isso vivo a protegendo dele, como se ele fosse meu irmão, mas não é. E isso está acabando comigo.
Como meu irmão poderia me afetar o suficiente para que eu veja maldade em uma criança?
Na minha criança, no meu menino.
Então segui Steve para acabar com isso. Não vou deixar nada atrapalhar minha vida e muito menos meus filhos.
Muito menos.
Estou em uma casa onde não mora ninguém, na sacada no segundo andar, vendo o meu irmão fumar no telhado de outra casa.
Peguei a flecha e preparei o arco.
Respiro fundo e olhei fixamente para seus olhos. Então o mesmo se vira e me olha enquanto soltava a fumaça.
Ele sabe que quero matá-lo
Sabe que está me deixando doente da mesma forma que eu o deixo doente.
O garoto só me olhava, esperando que eu atire, mas parecia entediado. Com raiva.
Minhas mãos tremem, minha visão falha, mas meu desejo não escapa.
Meu medo quer impedir tudo, mas é como se eu lutasse contra mim.
O que será que Maddie faria? Ela atiraria?
Será que Deus me perdoaria por matar meu próprio irmão? Minha própria família.
Eu sei que ele tentou me matar, mas não quero ser como ele, não quero me igualar a sua crueldade e imoralidade.
Mas só de pensar que ele bagunça minha cabeça ao ponto de afetar meus filhos me dá vontade de machuca-lo.
Eu não fiz nada a ele, nunca fiz. Tudo o que quis era amor e um irmão que cuidasse de mim.
Abaixei o arco e o joguei no chão.
— Merda! — exclamo irritada comigo e com Steve. Me sentei no chão e chorei de raiva.
Me encolhi e chorei como um bebê idiota, como se eu fosse estúpida e não conseguisse ser tão corajosa como Maddie é.
Olhei para cima no céu escuro e estrelado. A lagrima escorreu em minha bochecha devagar até cair em meu pescoço.
— Deus, o que eu faço? Eu estou tão cansada de ser o monstro, tão cansada de carregar a culpa que eu sei que não é minha. Me ajude. — Sussurro implorando.
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𝐁𝐎𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐃𝐈𝐄
Khoa học viễn tưởngApós um vírus transformar pessoas em mortos-vivos destruir o planeta Terra, Maddie Waters tenta sobreviver sem o pai de seu bebê que ainda não nasceu, enquanto o procura. Em meio da procura, ela encontra e reencontra com pessoas que acabam se tornan...