𝐁𝐎𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐃𝐈𝐄

Capitulo 54: Verão de 2006.

Maddie Waters.

Quando éramos crianças, nos acostumamos com a ideia do vilão e o herói. Do bom e do mau. Da visão pacata e rasa de que um homem é mau por ter seus princípios diferente ao dos outros.

Ninguém nunca repara o anti-herói. Aquele cara que não deveria nem estar metido na história porque é duvidoso na mesma intensidade em que é bondoso.

Mas também, temos os vilões que muita das vezes foram taxados de vilões por simplesmente pensarem em si antes de tudo.

Não existem heróis ou vilões na vida real, mas existem pessoas que escolhem fazer o bem ou fazer o mal. Ou talvez nem esteja fazendo o mal, e sim apenas escolhendo o que é melhor para si.

Um exemplo: Nick Grimmes.

Nick Grimmes é o tipo de cara que é taxado de vilão por muita gente, mas também é taxado de herói por muita gente.

Eu digo que Nick Grimmes é um homem de palavra, palavra suja, mas de palavra. Um sujeito indelicado e propício a loucura.

Talvez egoísta, e dos mais cruéis, mas ele é humano.

Infelizmente, devo dizer o mesmo de mim. De palavra suja, indelicada, a beira da insanidade mental e egoísta. Mas somos diferentes.

Nossos princípios eram diferentes, mas agora se tornou pessoal e parecido demais.

Como olhar em um espelho.

— Sam, Lily, posso falar com vocês? — Chamei ambas que estavam voltando para casa com todo o resto.

— Vixe, lá vem. — Sam murmura rindo, mas Lily se permanece tensa.

Ela me conhece.

Entramos em casa e eu as guiei ao meu quarto.

— O que houve? — Lily cruza os braços com sua feição preocupada.

— Vou precisar de vocês. — Afirmei, a morena se sentou na cama, um pouco frustrada. A loira, Sam, apenas ajeita a coluna e indica estar atenta.

— Pode falar. — Falou ela.

Olhei minha melhor amiga sentada, me observando e esperando a próxima notícia que irá assombra-la.

— Eu quero tomar a cidade. — Confessei. Sam e Lily se olham surpresas, e logo me checam para saber se era mesmo o que haviam escutado. — Sempre foi meu plano, desde o início. Nick era só a pedra no sapato que sumia e voltava cada vez mais irritante e dolorida.

— Por que não nos disse isso? — Sam me questiona.

— Porque eu precisava saber com quem eu lidava, e se eu envolvesse todos vocês logo de cara, não daria certo. Mas agora eu entendo que preciso de vocês. Antes, precisei de Lily para a parte difícil do plano, e agora vou precisar de você para a parte final.

— Por que não Noah? Por que não Alex? — Lily franze a testa. — Por que nós?

— Porque Nick espera que eu aja com o óbvio. Com o que já foi dele. Não quero agir com o que tem força com qualquer crédito de si, porque Noah e Alex, querendo ou não, têm parte de Nick em si. Se eu usar eles, Nick vai se sentir vangloriado porque eu precisei dele indiretamente para conseguir derrotá-lo. E eu não preciso. — Me sento na poltrona perto da porta. — Eu tenho algo melhor. Vocês.

Sam e Lily se olham.

— Como vamos fazer isso? — Lily volta a me olhar.

Respirei fundo.

Quando conheci Nick, eu sabia que ele teria recursos que eu jamais conseguiria erguer sozinha.

Então um estalo se deu em minha mente quando ele oferecia tudo aquilo a mim e minha família. Ele tomou tudo que consistia de sanidade mental em Alex, Noah, Lizzie, Hannah e Jake.