Capítulo 49: Só confie em mim e nós ficaremos bem.

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Lily Prescott.

Julho.

Acho que vai ser a única vez em que irei ficar grávida. Não porque estamos em um mundo nada ideal para criar um filho, mas porque é difícil demais.

É doloroso e cansativo.

Mas apesar de tudo, a gravidez me reaproximou de cada um do grupo que perdi na noite de janeiro.

Cada semana um batia na porta, me sorria um pouco triste com um pacote em mãos, me perguntando se poderia entrar.

E eu recebi cada um deles de braços abertos.

Eu perdoei cada um porque foi como fui criada. Perdoei porque Deus me deu a oportunidade de perdoar e ser uma pessoa melhor.

E eu quero ser uma pessoa melhor.

Ser vista. Amada.

Mas Noah...Noah ainda luta contra os próprios demônios para me enfrentar completamente.

Dar o ponto final.

E isso pode tomar o tempo que tiver que tomar.

Só não sei o quanto vou perdoá-lo.

Ele cumpriu a promessa de permitir Max me ver, e eu vejo a minha pequena quase todos os dias em casa, crescendo a cada dia que passa e se tornando cada vez mais parecida com a sua mãe.

Isso deve assustá-lo. Assombrá-lo.

— Tia — Max estava encostada na minha barriga, fazendo carinho com sua mãozinha minúscula. Me faz querer morrer de amores com a bondade e inteligência que tem, com o amor por cada um de nós.

— Oi, meu amor. — Passo a mão em seus cachos idênticos ao de Maddie.

Me lembro que adorávamos fazer penteados em Max como se ela fosse uma bonequinha, e Max amava ser a nossa bonequinha.

— O nenê é o que? — Me olhou.

— A titia ainda não sabe, princesa.

— Uhm... — Fez um bico de quem quer perguntar mais coisas. Ela é uma mini jornalista, fofa demais. — E você quer o que?

Pensei na pergunta e no que Lizzie me disse meses atrás.

— Quer saber? A titia só quer dar mais um primo ou prima para você brincar.

— Mas vai ser "muto" pequeno! Num tem graça!— Ri da forma que ela falou indignada demais. Ela mal tem tamanho para tanta indignação.

— Mas um dia vocês vão conseguir brincar, eu prometo.

— Uhm. — Agora ela bufou de sobrancelhas arqueadas, nervosa.

— O que foi? Quer ir embora? — A pequena balança a cabeça negando. — O que foi então?

— Tio lelê não quer me vê! — Cruzou os braços chateada.

— Mentira! Ele te disse isso? — Finjo choque, como se fosse muito absurdo.

Sei que Alex jamais ficaria longe dessa menina nem por um dia.

— Disse! — Assentiu dramática.

— Mas que mentirosa!! — Alex surge na sala. Max se assusta e ri. — Quem te ensinou a ser mentirosa desse jeito? — Cruzou os braços fingindo estar nervoso. — Não foi eu!

Max ria e tentava se enfiar no meu útero para fugir de Alex.

— Eu te pego, menina!

— Não!! Tia, me ajuda!! — Max me abraçou, mas Alex agarra a pequena e a joga no ar, arrancando um grito agudo dela, e uma risada em seguida.

𝐁𝐎𝐑𝐍 𝐓𝐎 𝐃𝐈𝐄Onde histórias criam vida. Descubra agora