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O carro seguia em alta velocidade pelas ruas de Seul, o céu usualmente nublado se igualava a mende do Lee. Estavam indo para a empresa do Hwang, a única coisa que Felix queria era permanecer o dia debaixo de cobertas em sua cama, que infelizmente tinha o cheiro do alfa. Foi obrigado a prestar serviços na empresa, mesmo com o corpo dolorido e marcas roxas em seu pescoço.
Hematomas que Hyunjin deixou em sua pele eram visíveis de longe, não tinha maquiagem, então recorreu a métodos que de acordo com a Internet, ajudavam a cobrir. Fez uso do gelo, porém Hyunjin chegou no cômodo que o ômega estava e o impediu de cobrir o motivo de vergonha do Lee. Teria que chegar em um local cheio de alfas egocêntricos que não parariam de falar sobre o ômega que se prostituiu para conseguir emprego, eles falariam inevitavelmente se apenas chegasse com Hyunjin para trabalhar, mas com os roxos na pele, a fofoca apenas seria maior.
Hyunjin usou seu corpo diversas vezes como quis, mas em nenhum momento o tomou de fato, Felix não conseguia entender por que nunca iam até o final mas não poderia ser mais grato.
O carro foi estacionado e agora os dois andavam de mãos dadas pelo estacionamento, em direção a entrada. Ao passar pela porta, Felix não queria, mas foi inevitável não abaixar a cabeça diande aquelas pessoas que o olharam imediatamente assim que pisou na recepção. Hyunjin o conduzia até o elevador, Felix se sentiu ainda mais humilhado quando não resistiu e deixou que lágrimas molhassem seu rosto, virou de costas para que o alfa não visse quando desmanchou a atuação de ômega durão que fazia todos os dias para aguentar aquele inferno.
Não funcionou pois não controlava o choro, Hyunjin o virou e abraçou o corpo magro. — Para de chorar, não vou deixar falarem de você. — Afagava de forma preguiçosa os cabelos do ômega enquanto o sentia molhar a blusa social com lágrimas.
Se sentia fraco demais por depender do Hwang para que não falassem sobre seu novo emprego, pelo menos não em sua frente, e frágil demais para brigar com Hyunjin se decidisse o empurrar para longe. Percebendo que logo estaria em um corredor repleto de pessoas em poucos segundos, se desfez do abraço de Hyunjin e secou suas lágrimas, não havia mais vestígios de um choro recente, porém a dor no peito continuava, sempre continuaria.
Ao atravessar o corredor, entraram na última porta, a mesma que esteve na última vez. Felix notou ter uma pequena mesa no canto da sala, provavelmente seria onde trabalharia, mas Hyunjin não o levou até ela, e sim até sua mesa no centro da sala.
— Você vai ser meu secretário. — Ditou dando a volta na mesa.
— Você já não tinha uma? — Seu tom era grave e cansado.
— Ela está de licença maternidade. — Puxou a cadeira e sentou, batendo em uma das coxas. — Vem.
O Lee não conseguiu esboçar nenhuma mínima reação, mas por dentro, a raiva, angústia e nojo competiam para ser a emoção não expressada predominante no ômega. Com a mesma expressão que saiu daquele elevador, Felix andou até Hyunjin e se sentou em seu colo, quase na ponta dos joelhos, mas Hwang fez questão de o puxar para cima.
