Enquanto eu andava, não prestava atenção em nada a não ser nas palavras que Axl havia me dito. Eu me perguntava se todo aquele passado de merda continuaria me definindo e se eu havia realmente nascido pra merecer viver esse tipo de vidinha miserável de uma groupie desesperada. Eu queria voltar pra casa e chorar porque ele me odeia, porque confirma minha autodepreciação.
Fui andando até o estacionamento querendo sair de lá imediatamente, até que lembrei que tinha vindo com Kurt, o carro era dele e nem sequer sabia onde o loiro estava. Suspirei e botei um sorriso falso na cara pra ficar perguntando por aí onde ele estava e pra minha sorte, o segurança me disse que era no nosso camarim. Voltei para nosso corredor e abri a porta pronta pra desabar nele, abraçá-lo a noite inteira até anestesiar minha dor.
- Eu não consigo mais injetar
Escutei a voz de uma mulher lá dentro e finalmente abri abruptamente aquela porta. Haviam uns punks destruindo o lugar, os integrantes da banda Hole e Kurt deitado com um elástico no braço ao lado de Courtney Love, a garota que dava em cima dele sempre e incessantemente. Olhei para os dois assustada, eles pareciam um casal de drogados.
- Você vai ficar aí mesmo Kurt? - perguntei sem mover um pé dali
Ele sorriu e não me respondeu. Fui até ele e peguei a chave do carro em seu bolso
- Pode se virar pra voltar pra casa - murmurei
- Nossa amiga você é tão insuportável - Courtney riu - desculpa, é que não tem como evitar. Gosta de mandar nele né? Deixa o cara ser rockstaaar - disse a loira se acabando no chão com a droga
Olhei pra ela com pena
- Acha que vai conquistar ele agindo que nem uma drogada nojenta? - ri
Courtney se levantou dali me olhando feio
- Não finge que você também não é
- Diferente de você não tô fazendo por desespero
A loira tentou me socar com aqueles braços finos que ela tinha. Eu desviei e a empurrei. Briga física por causa de homem pra mim era além do meu limite, então abri a porta e fui embora.
A maior idiotice que eu fiz foi transar com Kurt e achar que algum dia eu poderia ser amada. Saí de lá querendo chorar, eu não queria ligar pra isso, mas era tão inevitável me importar, claro que nós dois não tínhamos nada, mas porra, na primeira oportunidade ele foi se drogar com a Courtney.
Fui pisando fundo à caminho daquele estacionamento.
- Com licença - um cara com uma câmera corria atrás de mim.
Apressei o passo fingindo ser sonsa, mas ele me alcançou e apontou aquela coisa em mim. Me recompus e fingi naturalidade, já que atenção da mídia é tipo sentença de morte.
- O que você acha da atenção que você e sua banda estão tendo por agora? Como é ter a atenção de uma vez só?
- Eu acho que é um sonho realizado. Amo muito meus fãs - sorri e continuei andando - desculpe, estou atrasada agora
- Me deixa perguntar só mais uma coisa - ele pegou meu pulso
Eu puxei minha mão com força, aterrorizada com aquela atitude desesperada. Que merda.
- Eu caralho, quem você acha que é pra puxar a mão dos outros assim? Se não sair agora eu vou acabar com você
Uma voz familiar gritava com o homem, e quando olhei para sua direção, Tommy Lee estava lá escorado na porta de saída para o estacionamento que eu havia acabado de passar.
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𝐃𝐫𝐚𝐢𝐧 𝐘𝐨𝐮 | ᴋᴜʀᴛ ᴄᴏʙᴀɪɴ
Fiksi Penggemar"E se eu achasse alguém que em meio à tanta água estivesse se afogando como eu?" Amber era uma típica groupie dos anos 80, cheia de sonhos estragados por um namorado abusivo e uma mãe que a expulsa de casa. Sem abrigo, sem comida, sem dinheiro, apen...
