A van estava tão fedida desde que chegamos em Nova York. Eu odiava isso, também odiava o fato de me sentir claustrofóbica com o fato daquela ser minha "casa" durante dias. Saí de cima dos bancos onde estava sentada e fui fumar do lado de fora, enquanto olhava os arredores do estacionamento de trailers que estávamos.- É bom se arrumar hoje, vamos tocar pros estudantes de Harvard. - percebi Dave saindo da van também - era pra ser um dia de folga, mas nos contrataram de última hora.
- Eu gosto de me arrumar, mas não é como se eu quisesse impressionar os engomadinhos - apaguei o cigarro e joguei no chão
Era fedido
- O Kurt pensa igual a você, só que ele chegou a pensar em não aceitar a oferta, até que ele viu o nosso cachê - o moreno sorriu animado
- E quanto é?
Deve ser um pouco mais que a miserinha que a gente costuma se humilhar pra conseguir
- 8 mil dólares.
Arregalei meus olhos
- Caralho, nossa vida tá feita - sorri
Dave sorriu mais ainda e eu abracei ele, dando uns gritinhos de felicidade. A gente poderia voltar pra Seattle tranquilamente e gravar o álbum, então finalmente as coisas dariam certo, porém, eu me encantava mais ainda com a ideia de finalmente poder ter uma perspectiva de futuro dentro desse caminho.
Não demorou muito pro horário da festa chegar e termos que tocar novamente. Eu amava aquilo, e acho que mais que o simples fato de tocar, amava só ter a aprovação das pessoas, mesmo que eu lutasse para não sentir isso, já que me sentia tão superficial.
O local estava lotado de pessoas, e com certeza os universitários eram bem diferentes do público que costumamos atingir, e confesso que achei que seriam difíceis de agradar, porém, foi tão fácil. Fomos aplaudidos ao terminar.
Eu estava cansada como sempre fico depois de tocar por duas horas, e andei rápido até o camarim improvisado pra deitar, fofocar com Kelsey e tomar uma água, mas ao chegar no local, um cara ruivo já estava conversando com a garota. De repente vejo os 8 mil dólares em dinheiro vivo na mão dela, e que logo depois, foram posto na bolsa com o dinheiro que ganhamos das camisetas que vendemos.
- Você é a guitarrista né? - o homem disse ao notar minha presença - prazer em te conhecer, sou o presidente do Grêmio estudantil de Harvard, Josh - ele estendeu a mão e analisou meu rosto - é mais linda quando te vejo de perto, impressionante.
- Muito obrigada, sou Amber, a propósito - sorri sem graça, não sabia responder a elogios - também pela oportunidade de nos ter aqui, o dinheiro ajudou bastante
- Fico feliz por vocês - ele sorriu de volta - e vocês são o resto da banda, certo? - disse ele percebendo a presença de Dave, Krist e Kurt, que chegaram pela porta sem a pressa que tive.
Kurt respondeu com um "é" seco, Dave e Krist apartaram a mão dele.
- Bem, eu preciso ir agora, agradeço pelo show. - sorriu simpático e, antes de ir embora de vez, se aproximou de mim com um papel - me liga - sussurrou
Quando o ruivo passou pela porta, abri o papel, e óbvio que era o número dele. Não sei se ele tinha escrito sem eu ver ou até se tinha me reparado bem antes, mas não importava, porque eu simplesmente não tinha interesse naquele cara.
- Vamos voltar agora né? Não temos mais o que fazer aqui - Dave afirmou
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𝐃𝐫𝐚𝐢𝐧 𝐘𝐨𝐮 | ᴋᴜʀᴛ ᴄᴏʙᴀɪɴ
Fanfic"E se eu achasse alguém que em meio à tanta água estivesse se afogando como eu?" Amber era uma típica groupie dos anos 80, cheia de sonhos estragados por um namorado abusivo e uma mãe que a expulsa de casa. Sem abrigo, sem comida, sem dinheiro, apen...