06.

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Antes de começarem a ler, quero que vocês prestem atenção na numeração do capítulo.
O wattpad desorganizou a ordem, do 9 pulou para o 19, aí voltou para o 10 e ainda está desorganizado, já editei diversas vezes mas não adianta, atualiza e depois volta a como estava. Do 9 ao 36 está fora da ordem correta, então peço que olhem a numeração para não pegar spoiler e nem se perderem na história. Desde já, agradeço! 🥰

"Eu só confio em mim, mais ninguém,  cê me entende?"

Caio Souza

Conto o dinheiro recebido e vejo que está tudo certo. Solto um grande suspiro de alívio, guardo tudo direito para depois o Lucas pegar, assim que ele chegar de São Paulo. Desvio meus olhos para a telinha, das câmeras de segurança onde mostrava a Mariana entrando na loja.

Subo ás escadas em passos longos. Tinha liberados os menó hoje, e iria fechar aqui mais cedo também.

— Tá precisando de alguma coisa? — pergunto indo pra trás do balcão e ela me olha sem graça.

— Não sabia que trabalhava aqui.

Ouvir sua voz por algum motivo fez minha pele arrepiar.

— É. — coço a nuca sem graça. — Tá precisando de alguma coisa? — repito.

— Trocar a película. — concordo e ela me entrega o celular, automaticamente a tela brilha e vejo seu papel de parede.

— Médica veterinária? — pergunto e ela sorri.

— Em andamento, mas quase lá. — responde feliz.

Fico queto e me viro tirando a película trincada.

— Plástico, 3D ou privacidade? — pergunto ainda de costas.

— De privacidade, por favor. — pede educada.

Droga Mariana, por que tu tem que ser assim? Tão delicada e simpática. Por que continua do mesmo jeito que quando eramos crianças?

Troco e limpo a tela, entrego o celular pra ela que me olha de um jeito estranho.

— Quanto foi? — diz pegando o dinheiro no bolso.

— Nada. — me viro novamente jogando a antiga película fora.

— Caio, como na...

— Pra você é Coringa. — respondo grosso.

Ela fica calada e por um minuto até penso que foi embora.

— O que, que eu te fiz? — sinto mágoa em sua voz.

— Nada, Mariana. — Não me viro em momento algum para olhar em seus olhos. Ouço sua respiração pesada e logo depois seus passos pesados saindo. Me viro e vejo uma nota de vinte reais no balcão.

Quando á vi pela primeira vez, senti meu coração errar as batidas. Tinha apenas um ano que eu estava com a Vilma e ela chegou lá, tagarelando com as paredes, me chamou para brincar e fomos pra rua jogar futebol.

Todo final de semana ela vinha, até uma certa idade é claro. Três anos depois, a frequência diminuiu. E eu comecei a mudar, sentia coisas por ela que eu sabia que era errado.

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