Antes de começarem a ler, quero que vocês prestem atenção na numeração do capítulo.
O wattpad desorganizou a ordem, do 9 pulou para o 19, aí voltou para o 10 e ainda está desorganizado, já editei diversas vezes mas não adianta, atualiza e depois volta a como estava. Do 9 ao 36 está fora da ordem correta, então peço que olhem a numeração para não pegar spoiler e nem se perderem na história. Desde já, agradeço! 🥰"Pra mim o mínimo do mínino é dar meu máximo"
Caio Souza
Fecho o portão do comércio trancando os dois cadeados e saio colocando o baseado na boca. Na esquina vejo três pivete com fuzil nas costas, passo por eles fazendo sinal para ficarem de olho.
— 402 fechado! — aviso no radinho.
Subo ás escadas pulando dois degraus, coisa torta que faço deis de criança, sei andar certo não, coisa estranha.
Saio dando risada sozinho dos meus pensamentos, coisa tilt do caralho.
Abro a porta de casa vendo a Carol deitada no sofá dormindo e a televisão no volume mais alto, garota doida da porra.
Acerto um tapa na cabeça dela fazendo seu corpo da um pulo do sofá.
— Tá maluco, Caio? — ela pergunta se sentando. — isso é jeito de acordar os outros?
— É. — respondo simples desligando a televisão. — Vai dormir no teu quarto!
Ela se levanta amarrando o cabelo, vindo até mim.
— Boa noite, dorme com Deus! — dou um beijo na sua testa e ela faz o mesmo na minha.
— Dorme com ele também.
Ela passa indo pro andar de cima, suspiro indo para o meu, estava sem sono, todos os dias era a mesma coisa. Deitava na cama e aí já era, vinha os pensamentos me perturbando pra caralho, cenas de tudo que eu já fiz pilhando na cabeça, se eu durmo pelo menos duas horas, é uma sorte grande que tenho.
×××
Seis da manhã eu já tava em pé no movimento já, descendo a viela vendo as donas sair cedo pra trabalhar.
— Bom dia, Caio! — Tia Vilma diz vindo na minha direção. Amo essa mulher pra caramba. Cuidou de mim e da Carol quando não tínhamos ninguém.
— Bença, Tia! — peço pegando na sua mão dando um beijo na mesma.
— Deus lhe abençoe meu filho! — ela sorri fofa. — Tô indo pro centro fazer compra, estão precisando de alguma coisa? — nego com a cabeça. Tiro a carteira do bolso e ela segura minha mão sabendo o que eu iria fazer. — Vim perguntar se você e a Carol precisam de algo, não vim pedir dinheiro.
— Sei que a senhora não tá pedindo não, mas quero dar. É o mínimo, dinheiro não pago aquilo que tu faz por mim não.
Ela me abraça e coloco quinhentos no bolso dela. Ela me olha, o olhar de gratidão, mesmo olhar que á olho. Sorri e desce as escadas.
Viro a esquina e passo por uma rua, a rua da Agnes. Jogo uma pedrinha pequena na janela do quarto dela e logo vejo a sua cara de brava no vidro, dou uma risada fazendo ela fechar a cortina.
Sigo a rua direto, uma hora dessa e o sol tá pra queimar nego ai. Abro o 404, e fico puto por ver que não tinha ninguém ali ainda. Fico no puro ódio quando os cara não chega no horário certo.
— Tô no 404 á dez minutos e não tem ninguém aqui ainda, tão afim de um corte de cabelo de graça mermo né seus pau no cu! — falo no rádio.
Mentira, tinha acabado de chegar, mas se não fazer isso, oito horas os fei ainda não chegou. Abro a oficina toda e desço pra salinha.
Aqui na favela, temos 7 depósitos fornecendo droga e armas pra outras favelas e até mesmo esses playboy de terno e gravata.
400 — Mercadinho do Seu Gil ( porte de armas pesadas)
401 — Associação de moradores ( sala 0.1 drogas)
402 — Lojinha concerto de celular (sala 0.2 drogas)
403 — Bar do Zé ( reunião dos grandes )
404 — Mecânica do Paulo ( Sala de tortura )
405 — Casa de Eventos ( Sala do LC )
406 — Bar do Tigre ( Deposito onde guardamos os armamentos e drogas fornecidos para nós )
407 — Padaria Luz ( maconha )
Todo esses comércios são uma farsa, um disfarce, mas pelo menos geramos mais trabalhos do que o governo.
Não sou dono disso aqui não, sou só o braço direito do LC, recebo ordens e as que eu recebo eu passo pros menó, ajudo todos e faço meu máximo para dar segurança aos moradores acreditarem que a favela não é o pior lugar do mundo e que tudo que passa no jornal não passa de uma farsa deles para tirar os erros deles e jogar em cima de preto favelado que dá o duro pra ter o pão na mesa todo dia.
Cheguei aqui com 5 anos, falava igual um papagaio, tava sozinho nesse mundo, com a Carol nos braços, uma criança cuidando de outra. Primeira pessoa que me bati foi a Vilma.
Me perguntou se eu estava com alguém, respondi que estava com Deus.
Companhia melhor que a dele? Desconheço.
Me levou pra casa, me deu água, comida, roupa, uma cama... falei que no dia seguinte eu ia embora. Quando o dia amanheceu fez um leite pra Carol e colocou nos braços como se fosse filha dela. Me chamou para conversar, mas o que uma criança de cinco anos poderia falar? Simples.
" Meu pai, matou minha mãe na minha frente, Dona. Ela gritou e implorou pela sua vida, e o que eu pude fazer? Nada. "
Cresci com ódio no coração. Carreguei essa dor no peito, o pecado de odiar o próprio pai.
Vilma me acolheu, não tinha muita condição, tinha outro filho pra criar, mas deu conta de mais dois que nem sangue do seu sangue não era.
Não tinha muito á ajuda do pai do filho. Que era dono do morro, que poderia ajudar ela e dar o melhor para o filho.
Me matriculou na escola, Carol na creche. Eu ia todo dia pra escola com o LC, seu filho, um ano mais velho que eu, que já carregava no sangue ser dono dali tudo, pequeno herdeiro do LN.
LN hoje deve estar queimando no inferno.
História pra outro dia.— Bom dia, meu parceiro — Gw diz jogando a fumaça do cigarro na minha cara. — passa pela gente na calada, parece até que dormiu comigo.
— Seu sonho né Guilherme! — brinco rindo mas logo fecho a cara vendo os mano entrando na sala.
Sai fora, ser visto com viadagem.
×××
Música do início do capítulo:
War — FILIPE RET e OROCHI
VOCÊ ESTÁ LENDO
Para sempre você.
Novela Juvenil- Sempre foi, e sempre será você, branca. Uma história que se passa na Rocinha, Rio de Janeiro. Repleta de possibilidades fascinantes, onde duas pessoas se reencontram após 15 anos e estão dispostos a dar a vida um pelo outro. Com certeza, esse reen...