30.

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Antes de começarem a ler, quero que vocês prestem atenção na numeração do capítulo.
O wattpad desorganizou a ordem, do 9 pulou para o 19, aí voltou para o 10 e ainda está desorganizado, já editei diversas vezes mas não adianta, atualiza e depois volta a como estava. Do 9 ao 36 está fora da ordem correta, então peço que olhem a numeração para não pegar spoiler e nem se perderem na história. Desde já, agradeço! 🥰

"Minha vida é essa eu te explicando. Me deixe entrar e me ajudar a curar ou fecha a porta na minha cara"

Mariana Lima.

Eu me encontrava totalmente em choque. Minha mente estava torcendo para nada disso estar acontecendo.

Caio saiu todo desnorteado me causando uma enorme preocupação, eu precisava ir atrás dele, o compreender.

Mas aí, tinha a Dona Vilma que já está bem de idade, e a Carol que está grávida.

Me agacho na frente da senhora, que não chorava e nem falava nada, só tinha o semblante preocupado e a respiração pesada.

— Dona Vilma, está tudo bem ?

— Vai atrás dele, Mari. — ela me olha. — não deixe meu filho fazer nenhuma besteira! — concordo me levantando e olho para o Lucas que estava sentado no sofá calado.

Saio de lá e vejo que sua moto estava em frente a casa, entregando que ele estava de pé, se eu corresse talvez o acharia.

Desço a rua correndo e viro a esquina vendo ele subindo a escada da laje do Acassio.

Porra, Caio. Logo lá?

Abro o portão que ele havia fechado e subo a escada vendo ele deitado no chão sujo com seus olhos lacrimejados.

Não falo nada, apenas me deito ao seu lado sem me importar se vou sujar minha roupa ou meu cabelo. Eu já tinha me sujado aqui, não de poeira e sim de sangue, então nada mais me abalava.

— A primeira vez que eu vim aqui, foi com você. — começo falando. — até aquele dia, eu te odiava! Te achava o menino mais chato do mundo. — ele ri fraco e eu olho pra cima vendo a lua começar a aparecer. — Mas aí, Caio. Naquele dia, você me mostrou a pessoa leal que você é, desse dia pra cá eu desejei nunca ficar longe de você.

Ele não respondeu nada, só ficou calado, me fazendo ficar calada também.

Minutos depois, sua voz quebrou o silêncio.

— Eu tinha ciúmes de você com o Lucas. Ele sempre foi na dele, mais calmo e sabia conversar direito! — começa a falar e me viro olhando cada detalhe do seu rosto. — na minha cabeça, ele era o favorito. Eu me sentia excluído por não ser da família, era como se você fosse me trocar por ele a qualquer momento. — suspiro. — no dia que eu comecei a trabalhar com o Leonardo, vi como a vida era injusta comigo, me sentia perdido e sabia que ali era meu fim, então, decidi me fechar, conviver apenas com o Lucas, Carol e Vilma. Tirei você e a Agnes dela, porque não queria que vocês fossem amigas de bandidos.

— Caio...

— De você, eu conseguia fugir fácil. Quando sabia que você tava na Fátima, eu corria pra boca e ficava por lá até o dia que você ia embora. — confessa o que eu sempre soube. — quando sabia que você tinha ido embora, eu voltava pra casa da Vilma! A gente era muito novo, Mariana. Você só tinha oito anos, e eu treze. Você acha que era fácil uma criança de treze anos pensar como uma de vinte? — ele se vira me olhando, fazendo o encontro perfeito dos nossos olhos. — seis depois que entrei nisso, não aguentava ver aquele vacilão bater na Vilma, na minha mãe de criação. Aquilo me doía e só me fazia lembrar da minha mãe de sangue sendo morta pelo meu pai na minha frente e eu nem poder fazer nada. Não podia deixar ela morrer como a minha mãe morreu! E mesmo o Lucas vendo, ele não fazia nada, tinha um puta medo do pai, que batia nele de vez em quando também e enchia ele de xingamento.

Uma lágrima desce do seu olho e eu não perco tempo em limpar.

— Uma semana depois que ele morreu, comprei minha primeira casa, Dezenove anos, tava felizão demais, Mariana, tu tinha que vê. — ele sorri lembrando. — como que eu ia abrir minha boca pra falar que quem matou o Leonardo foi eu? Iriam me matar e matar a Carol, eu não era louco. Cinco anos depois da morte dele, Acassio que tinha tomado o comando daqui, morreu em uma invasão, fazendo o Lucas virar dono disso aqui tudo. E quem tava lá pra ajudar ele em tudo, manter em ordem e explicar para os moradores que as coisas iam mudar? Em quatro anos, teve apenas cinco invasões, eu e Lucas temos a ficha limpa, por não sairmos por aí matando gente, e sim cuidando dos moradores daqui para todos terem segurança. Coisa que o Leonardo nunca fez, então, não, eu não me arrependo de ter envenenado ele e ajudado a fazer sua sepultura na cara lavada.

Passo a mão no seu rosto.

— A morte deveria ter sido mais torturante. — rimos e ele beija minha testa.

— Não vai fazer um discurso de julgamento?

— Você não está errado. Então, não, não vou fazer um discurso de julgamento! — ele me olha atentamente.

— Carai, Mariana. Eu vou ser tio! — ele sorri e eu solto uma risada alta.

— Você vai ser o melhor tio que essa criança poderia ter.

— É estranho pensar que o Lucas vai ser o pai. Nunca imaginei os dois juntos. — concordo. — a gente foi criados os três como irmãos.

— É estranho mesmo, mas ainda bem que não tem nenhum tipo de parentesco, porque aí sim seria estranho. — rimos.

Ficamos em silêncio. Aproveito para pegar meu celular e mandar uma mensagem para a Dona Vilma, dizendo que está tudo bem.

— Vamos? — pergunto e ele nega.

— Quero ficar aqui, Branca. Com você! — sorrio de lado e ele me beija fazendo cada centímetro da minha pele arrepiar. Eu beijaria o Caio pelo resto da minha vida, todos os dias. Mesmo sabendo que isso era impossível.

Infelizmente, não temos a mesma intenção.

×××
Música do início do capítulo:
TIPO — DJONGA

Maratona (3/5)

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