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⚠️ A ordem dos capítulos foi desorganizada pelo o wattpad, peço que antes que comecem a leitura, visualizar a numeração do capítulo. ⚠️

" I can't imagine a world with you gone.
— Não consigo imaginar um mundo em que você se foi — "

Caio Souza.
Mais cedo

Tava felizão pra caralho. Hoje eu e a Mariana ia passar o dia na clinica dela, arrumar as coisas para poder fazer a inauguração. Tudo do jeito dela, do jeito que a minha branca sempre sonhou.

Tomo um banho e me arrumo. Saio do quarto vendo a Carolinne comendo miojo, ás nove horas da manhã.

— Essa criança vai nascer amarela e anêmica, Carolinne. Come coisas saudáveis pra tu não matar meu sobrinho, malucona. — falo sério e ela da risada me chamando com a mão.

— Quero conversar com você. — já fico meio pá.

— Pode dizer. — cruzo os braços olhando ela que revira os olhos colocando o prato do lado.

— Senta, Caio. — suspiro me sentando ao seu lado. — eu e o Lucas conversamos muito ontem. — diz receosa e eu nada besta já saquei logo.

Ia sair de baixo das minhas asas.

— Vai morar com ele é ? — suponho e ela fica sem graça.

— Você nunca me deixa terminar. — faz bico. — eu quero morar com ele, construir uma vida do lado do Lucas. — ela suspira. — mas não posso.

— Não pode por que?

— Não quero te deixar. — antes de interferir, ela toma a frente. — Você nunca me deixou sozinha, nunca. Me criou! Me fez ser quem eu sou hoje. Nunca me deixou faltar nada. Não quero ter que deixar sozinho agora.

— Te criei pra isso, Carol. Uma hora ou outra, esse bagulho ia acontecer, po. — dou de ombros. — Claro que se dependesse de mim, tu morria virgem e morando comigo. — damos risadas. — mas tu tem que criar tua família mesmo. E mesmo não morando mais aqui, a casa é tua ainda.

Ela me abraça e eu beijo o topo da sua cabeça.

Minha menina. Que vai ser mãe. Bizarro imaginar, mas fico feliz por ela.

Sinto meu celular vibrar no bolso e pego, vendo uma mensagem estranha. Fico confuso e me levanto com tudo, assustando a Carol.

— O que foi? — se levanta vindo para o meu lado. — Você tá pálido, Caio. Qual foi? — respiro fundo. Me mantendo calmo.

— Liga pro Lucas. Manda ele me encontrar lá na sala dele. — saio doido.

Meu peito apertou, uma sensação de desespero. Uma vontade imensa de chorar e ver ela. Só fiquei assim uma vez, quando a minha mãe se foi.

Desço para a boca, vendo o Md.

— Bom dia, Coringão. Cadê meu chero? — Ele vem na graça mas assim que paro na sua frente, ele fecha a cara. — qual foi mano?

— Mariana, viado. — minha garganta tava quase fechada, mo sensação ruim. — ta acontecendo algum bagulho com ela.

Viro vendo o Lc parado, ele ouviu tudo. Bom que não preciso falar novamente.

Entrego meu celular para o Md, pedindo para ele rastrear o número dela. Olho pro céu, que estava sem nenhuma nuvem. Uma lágrima desce e nem perco tempo de limpar baixando a cabeça.

— Consegui.

Pego vendo a localização e coloco o celular no bolso. Pego as armas e me lacro todinho.

— Vamos ir com calma. Pensar em como vamos... — interrompo o Lc bolado.

— Mariana pode estar machucada agora. Nois não tem tempo pra pensar não, manda os meno descer armado e pegar os carros blindados. Ali é movimentado, não é possível que os filhos da puta são tão burro não.

Ele não fala nada. Já Md, aciona o radinho fazendo o que eu pedi. Descemos os três já encontrando os carros lá embaixo. Entro em um com o Matias do lado.

— Vai dar tudo certo, mano. A branquela vai tá bem!

Concordo pisando saindo do morro. Pego a avenida vendo os caras tudo atrás. A rua não era longe, era meio que um beco dando acesso para o outro lado da avenida.

Paro o carro na boca do beco e desço.

— Vai atrás, MD! — Mando vendo um senhor saindo da rua. Ele concorda correndo e vou até a Mariana.

— Mariana, Caralho! — me sento no asfalto quente, ficando ao lado do seu corpo.

Meu mundo desabou ali mesmo. A perna sangrando, sua cor pálida, sua boca com um corte, seus olhos piscando lentamente e suas mãos na faca que estava na sua barriga onde saia muito sangue.

Sua boca se abre diversas vezes mas nada saia, suas mãos tremiam, eu sabia o que ela queria, difícil era eu ter coragem.

— Tira. — assim que ela fala. Seus olhos se fecham.

Tiro minha camiseta, me desesperando vendo sua respiração fraca, Tiro a faca vendo ela abrir os olhos rápido e fechando novamente me fazendo tremer.

Ligo para uma ambulância no número anônimo e mando todo mundo meter o pé, pressiono minha camiseta branca que já estava vermelha no seu ferimento.

Naquele momento. Com lágrimas nos olhos, olhei para o Céu e questionei, que se Deus existisse, que ele me ajudaria. Rezei, implorando pela sua misericórdia, para que ele não deixasse a Mariana morrer. Ela não podia perder a vida de maneira tão brutal e injusta.

Ao ouvir a sirene do samu, beijei sua testa e sai dali correndo. Iriam me questionar o que havia acontecido, iriam querer ligar para a polícia e me levar para o testemunho, aí, eu estava fudido.

Era pra eu estar levando ela. Mas seu corpo estava frágil, o medo de pegar ela de mal jeito e acabar á machucando, me dominava.

Mariana me ensinou a aprender a raciocinar direito, independente da situação. Não podia agir com a emoção e fazer besteira.

— Cadê ela? — Lc desenconta do carro. Sua cara era de choro, seus olhos estavam vermelhos.

— A ambulância tá levando. — entro no carro do lado do passageiro. E encosto minha cabeça no vidro. Lc entra e sai disparado pra Rocinha.

Ao chegar, já vejo os rostos das quatro mulheres, tudo desesperada.

— Cadê ela? — Dona Fátima estava chorando com um terço na mão. Olho para a imagem da cruz, pedindo mentalmente, ajuda.

— Ore por ela. — bato a porta do carro e ouço seu choro desesperado. Entro dentro de casa e subo pro quarto.

Tiro minha roupa entrando no banheiro e, a água morna, se mistura com as minhas lágrimas. Eu chorava sem parar, eu estava com medo, medo de perde-lá. Eu não podia, não conseguia mais me ver em um lugar onde ela não estaria presente.

Saio do banheiro minutos depois, trocando de roupa e saindo em seguida do quarto. Desço as escadas vendo o Lucas na Sala com a Carol. Assim que me vê, Carolinne me abraça fortemente.

— Vai dar tudo certo. — sua voz chorosa afirma no meu ouvido. — Mari é forte.

Concordo me separando limpando uma lágrima que havia saído do meu olho.

— Tia Fátima, Agnes e mãe já tá lá no hospital, Coringa. Vai colar lá agora? — Lucas me pergunta e eu concordo com a cabeça.

×××
Música do início do capítulo:

HOLD ON — CHORD OVERSTREET

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