002 | Regras.

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Jenna Ortega| point of view 

Desde pequena, eu sonhava em crescer e me tornar o orgulho dos meus pais. Preocupadava-me em ser prestativa e em aprender o máximo que pudesse.

Meu passatempo favorito era correr pelas plantações de café; auxiliar na colheita e participar ativamente de todas as etapas de preparação daquele que trazia o nosso sustento e o de tantas famílias. 

Perder minha mãe, ainda criança, foi um baque forte, mas meu pai me mostrou que eu não estava sozinha; ele estava ali comigo.

Estava ali por mim. 

Formei-me em administração e direcionei todo o meu aprendizado a continuar ajudando o meu pai na empresa.

Nossas terras eram férteis e produtivas; tínhamos uma excelente cooperativa, mas infelizmente a concorrência estava impedido o nosso crescimento, e a falta de recursos atrapalhando a qualidade do nosso café. 

Eu não queria admitir que meu pai estivesse certo quando afirmava que a única solução para nossa empresa não falir seria uma fusão com outra; recusava-me a aceitar que a união da nossa família com a família Myers era a nossa única saída. 

Meu objetivo sempre foi crescer e dar a meu pai o descanso em sua velhice; ele me criou sozinho por longos anos e me deu um futuro, então era minha obrigação recompensa-lo sendo uma boa filha.

Uma filha estudiosa e determinada. 

E foi no que me tornei.

O orgulho dele. 

E agora com ele doente e os negócios ruindo, eu me via sem rumo.

Perdida no meio de tantas incertezas e preocupações. 

Com um suspiro desanimado, eu diminuí o galope do meu cavalo e parei assim que chegamos perto de algumas árvores frutíferas.

O sol estava forte, então ali encontraríamos o descanso da sombra sobre nossas cabeças. 

— Vai descansar, vai amigão – Dei duas batidinhas no lombo do meu cavalo, e depois, me afastei sendo seguida de perto por alguém tão incoveniente quanto os problemas que me rondavam. 

Emma Myers nem de longe chegou, um dia, a ser uma opção para mim.

Entretanto, ali estávamos nós tendo os nossos caminhos cruzados mesmo sem nenhum das duas querer. 

— Por que decidiu me encontrar? – perguntei, sem me dignar a encará-la.

Meus sentimentos por ela não eram nada bons, visto que conhecia sua fama e me irritava a maneira irresponsável que levava a própria vida, negligenciando o legado da sua família. 

— Como assim, por que? Eu pensei que tínhamos decidido que nós duas precisávamos nos casar. – nesse momento eu me verei para ela, pegando-a desprevenida.

Analisei seu perfil, admitindo a mim mesma o quanto ela era atraente; cabelos longos e ondulados, corpo quase atlético de tão carregada de musculosos. 

— Justamente – afirmei, altiva

— Mas eu me lembro de tê-la visto correndo da sala feito uma garotinha mimada - alfinetei. 

De Repente Casadas - JemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora