Jenna Ortega | point of view
Alguns dias depois...
Eu não fazia ideia do horário quando comecei a escutar meu telefone tocando insistentemente. Estiquei o braço, tateando sobre o criado mudo, até encontrar o aparelho barulhento.
— Alô – atendi sonolenta.
— Jenna, é a Lu – me sentei na mesma hora, sentindo o despertar do medo tomando conta do meu corpo.
— O que... o que foi? É o papai? – perguntei, já jogando as pernas para fora da cama.
— O que houve? – Emma quis saber, também ficando em alerta. Estávamos dormindo em meu quarto.
— Ele não reagiu muito bem a sessão de quimioterapia que teve hoje – explicou — Está enjoado e...
— Eu estou indo – não a deixei terminar a frase.
— Está bem.
Encerramos a ligação e eu joguei o aparelho de celular sobre a cama, rumando para o guarda roupa de modo a escolher uma peça de roupa.
— O papai não está se sentindo bem – murmurei num engasgo — Vou ficar com ele.
— Entendi – disse Emma, se colocando de pé — Eu levo você – avisou, se aproximando e beijando minha cabeça — Também vou trocar se roupa.
Apenas assenti, preocupada demais para sequer raciocinar direito.
(...)
— Como ele está? – perguntei assim que Emma e eu chegamos à fazenda do papai. Eu podia sentir os tremores do nervosismo invadindo todo o meu corpo.
Ainda era de madrugada, mas minha mente se tornou alerta a partir do instante em que Lu mencionou o meu pai, uma vez que sua saúde vinha oscilando nos últimos meses.
— Acabou dormindo – respondeu Lu, suspirando.
— O que era?
— Ah, o corpo reagindo, né?! – respondeu, suspirando.
Rumei para o andar de cima, sendo seguida de perto por Emma. Não acendi a luz quando chegamos ao quarto, apenas permaneci na porta. Meus olhos marejaram automaticamente, sufocada pelo medo. Eu não era ingênua ao ponto de não saber que estava perdendo meu pai aos poucos, mas não deixava de doer.
Doía demais.
Aceitei o aperto de Emma quando a mesma me puxou para seus braços. Apenas me deixei levar pelos sentimentos enquanto sentia seus beijos e seu conforto.
— Vai ficar tudo bem – garantiu num sussurro.
Respirando fundo, eu assenti, enxugando as lágrimas insistentes. Emma Inclinou a cabeça e beijou meus lábios com carinho.
— Tem certeza que não quer que eu fique aqui com você? – voltou a perguntar.
Neguei, acariciando seu rosto.
— Não precisa. Vou para a empresa daqui mesmo – avisei — Quer me pegar para almoçar.
Ela sorriu lindamente, segurando minhas mãos juntas e beijando os nós dos meus dedos.
— Combinado – piscou — Qualquer coisa, basta me ligar.
Lu a acompanhou a saída e eu finalmente entrei no quarto do meu pai. A luz da lua iluminava perfeitamente o seu semblante abatido. Ele estava mais magro e nitidamente pálido e fraco. O maldito câncer estava acabando com meu velho.
Segurando o choro, eu me ajoelhei no chão, ao seu lado na cama e permaneci olhando para ele. Gravando seus traços. Relembrando minha infância e nossos momentos. Guardando no peito todo o meu amor pelo pai incrível que ele foi e continuaria sendo para sempre.
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De Repente Casadas - Jemma
RomanceExiste aquele ditado: os opostos se atraem. Mais como isso funciona na prática? É possível manter um relacionamento entre duas pessoas tão diferentes? Jenna Ortega e Emma Myers irão descobrir se isso faz sentido, considerando que serão obrigadas a e...