004 | Themyscira.

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Jenna Ortega | point of view

"Você é frígida até para beijar."

As palavras dessa cretina não deveriam ficar ecoando dentro da minha cabeça, mas estavam.

Emma conseguiu a proeza de me deixar ainda mais mexida, além do inesperado beijo que trocamos.

Obviamente que ao contrário do que minha aparência vendia, eu não era uma garota puritana, longe disso, gostava de sexo e era bem resolvida comigo mesma, embora sempre priorizasse os estudos e o trabalho.

Porém, jamais precisei me questionar a respeito do meu sexy appeal, porque nenhum homem ou mulher tinha conseguido me deixar tão confusa quanto Emma.

Será que eu era realmente fria?

Droga!

Não segurei o suspiro frustado que escapou dos meus lábios quando me dei conta do meu futuro a partir daquele momento.

Eu havia me casado.

Tornei-me a esposa de uma mulher que sequer conhecia e que ainda pensava que eu era uma pedra de gelo.

— O que foi? por que está tão quieta?

Revirei os olhos ao ouvir sua voz ao meu lado.

O jantar de casamento tinha acabado há poucos minutos e estávamos indo — num carro só — para a nossa casa nova.

Ainda era estanho usar esse verbo para nós duas, sobretudo pensar num futuro com outro pessoa, ainda mais com Emma.

— Vai dizer que está pensando no nosso beijo? – continuou ela, quando percebeu que eu não falaria nada

— Se quiser mais é só pedir, querida esposa – zombou.

Sacudi a cabeça, rindo.

Mas era um sorriso de ira.

— Você é tão arrogante, Emma – mencionei, olhando-a de lado.

Ajudaria se a desgraçada fosse menos atraente

— Acredita realmente que é um deus, né? Se enxerga!

— Sei das minhas qualidades – disse, piscando um olho, marotamente.

Ignorei-a e voltei a encarar a paisagem fora da janela.

Pela primeira vez minha mente estava confusa.

Pela primeira vez, eu não tinha o controle de nada.

Minutos depois, Emma ligou o rádio numa estação qualquer, mas em uma volume exagerado.

Nervosa, eu desliguei na mesma hora.

— Wou! – reclamou

— Por que desligou?

— Porque está tarde! Porque tivemos um dia de merda e porque estou sem paciência alguma. Será que pode cooperar?

Agradeci quando ela decidiu não revidar, pois os xingamentos estavam prestes a saírem livres da minha boca, e não seria nada bonito.

O trajeto levou mais alguns minutos até Emma estacionar na garagem da casa que seria nossa pelos próximos meses.

Meses esses que seriam infinitamente longos.

— Será que devo pegar você no colo para entrar na casa? – ouvi sua pergunta cínica antes de abrir a porta do carro para sair.

— Não há necessidade.

— Nem de termos uma noite tórrida de amor? – sacudi a cabeça, achando graça da sua palhaçada

— Poxa, eu pensei que teria a chance de descobrir como derreter o teu iceberg.

De Repente Casadas - JemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora