026 | Angústia.

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Emma Myers | point of view

— Vou pegar o próximo vôo, Emma - disse Isabel por telefone – Como estão as buscas? Céus! Ainda não consigo acreditar em toda essa loucura.

Eu estava em casa, desesperada por não saber que rumo tomar. Jenna já estava em pose do Marcus há um dia e meio. Longas horas que sequer dormi.

— Estão tentando rastrear as ligações dele, mas nada ainda – reclamei — Marcus quer dinheiro, Isabel, sempre quis.

— E a mamãe?

— Está desesperada também – suspirei — Quando Jenna foi sequestrada, a mamãe tinha viajado para conhecer a mulher que foi amante do nosso pai.

— Que loucura, Emma! – exclamou — Então é verdade que temos um meio irmão?

— É meia irmã. É uma garota.

Ouvi seu arquejo do outro lado da linha.

— Puta merda, quanta surpresa!

George veio em minha direção, carregando meu celular em sua mão. Meu coração acelerou.

— Isabel, eu preciso desligar – avisei depressa — Marcus está ligando e eu tenho que atender.

— Ok, ok – disse — Logo estarei aí com você, irmã. Fica bem.

Encerrei a ligação e logo atendi a do Marcus.

— Alguma novidade para mim, querida sobrinha? Minha paciência está se esgotando.

Travei o maxilar, agoniada com a sensação de impotência.

— Estou tentando, Marcus. Não é fácil conseguir esse montante em tão pouco tempo. O Banco não libera de um dia para o outro, porra!

— Pois dê um jeito! Por acaso não quer voltar a ver a sua esposa?

Fechei o punho, furiosa. Andei em círculos, querendo encontrar alguma saída.

— Quero falar com ela – exigi — Deixe-me saber se ela está bem.

Meus batimentos cardíacos estavam ensurdecedores.

— Emma...

— Meu amor, fica tranquila que vou tirar você daí, está bem? Aguenta só mais um pouquinho. – tentei não demonstrar o engasgo do choro.

— N-não... faz nenhuma besteira...

Tive vontade de rir, pois até em momentos tensos, ela era mandona.

— Eu... – me calei quando a voz de Marcus invadiu a linha.

— Já chega! Consiga o meu dinheiro, Emma. Ou o final dessa história será trágico.

Desligou.

Um grito de fúria escapou da minha garganta.

Era dor.

Era raiva.

Era angústia.

Frustração.

— Emma, o que foi? – George quis saber, tão preocupado quanto.

— O que ele disse? – Naomi perguntou.

Inquieta, passei por eles.

— O mesmo de sempre – respondi, sem encará-los. Meus amigos não saíram do meu lado um minuto sequer desde o início de toda essa loucura — Quer dinheiro.

— E o que vai fazer? – ela perguntou quando me viu pegando minhas chaves — Emma, por favor, deixe a polícia cuidar disso.

George me segurou pelo braço.

De Repente Casadas - JemmaOnde histórias criam vida. Descubra agora