Layla*
Khalid conseguiu roupas mais locais para mim, queria ser mais discreto quanto a minha presença.
Viemos de carro para seu iate luxuoso, ficamos afastados da costa, não sei quem é esse homem, mas foi a única opção que me restou.
Ao chegarmos no seu iate ele me guiou até um dos quartos e disse que eu poderia tomar banho e descansar até o jantar, mas não consigo descansar, tudo que tenho é medo.
Ainda não consigo acreditar no que Samira fez comigo, achei que fossemos amigas, mas tudo que ela queria era apenas me vender no mercado negro, quem sabe o que poderia ter acontecido comigo, talvez acabasse como prostituta ou como uma mercadoria de órgãos, afinal a muitos que compram órgãos no mercado negro.
Só de pensar em todas essas possibilidades, estar ao lado de Khalid não parece ser tão ruim, mas estou um pouco ansiosa, ele quer estar comigo sexualmente falando, e eu nunca estive com um homem dessa maneira.
Me permito chorar feito uma boba, meus pais tinham razão sobre Samira, como fui tola, agora eles devem estar preocupados comigo, tenho que voltar para casa.
Depois de um longo banho me arrumei, mas dessa vez vesti um dos meus vestidos, calcei uma rasteitinha, me maquiei e fiquei sentada esperando me chamarem para jantar, o que não demorou muito para acontecer.
Fui guiada até o convés do iate, era tão luxuoso quanto o hotel onde estávamos hospedados, mas a visão do mar a noite é muito mais bonita.
Khalide já estava esperando por mim, mas dessa vez ele estava em trages informais, apenas uma calça e uma camisa social leve, sem sua Ghtrah, Igal, e também sem a Kandoora, ele fica bem diferente, só reforça ainda mais sua imagem de homem bonito, e ele realmente é um homem muito bonito.
Ele estende a mão pra mim, ao tocar sua mão sinto o quanto é quente e macia, apenas esse pequeno toque me fez sentir um calor estranho no coração, uma vontade de continuar segurando sua mão e não soltá-la mais.
Nossa mesa de jantar já estava posta, havia vários tipos de comida que não faço ideia de quais seriam seus nomes, mas assim que começamos a comer senti o sabor dos temperos marcantes.
- o gosto pode parecer um pouco estranho ao seu paladar, mas é apenas no começo.
Acho que ele notou minha careta ao provar o sabor da comida, realmente tem um sabor marcante, mas depois o paladar se adapta.
- Khalid eu...
- quando estivermos em público deve me chamar de Senhor, deve mostrar respeito Layla.
Fui interrompida e corrigida, as vezes acabo me esquecendo que Dubai é um país completamente diferente do que estou acostumada.
Abaixo minha cabeça tentando me recompor e retomar a minha fala, notei que ficamos sozinhos com apenas um abanar de mãos dele.
- perdão, não sabia que deveria te chamar de Senhor quando estivéssemos em público
- em meu país o respeito é tudo, então me chama pelo nome apenas quando estivermos a sós
- está bem senhor.
Comemos em silêncio, mas com uma troca de olhares constantes, sinto meu coração bater muito acelerado a cada olhada dele, me sinto enfeitiçada por seus olhos negros e sua pele dourada.
Terminamos de jantar e uma música estava tocando ao fundo, achei muito bonita, mas não sabia quem estava cantando.
- você pretende devolver meu celular e meu notebook?
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Príncipe do Deserto
Короткий рассказSozinha em um país totalmente diferente do seu, sem dinheiro, sem passaporte e sem ter para onde ir, Layla se viu sem saída quando encontrou Khalid, mas ele lhe fez uma proposta em troca da sua ajuda, uma semana a seu inteiro dispor e ele a mandaria...