Jefferson
Eu já estava longe de todos por quatro dias, não sabia o que falar aos meus pais, e se eles não me aceitassem? Não somos muito religiosos, mas poderiam querer me levar para alguns desses lugares que tratam homossexualidade como algo satânico, errado sei lá. Já não sei nem o que pensar. Recorri a internet, entrei em sites, blog, chat, tudo com a temática LGBT e descobri que esse mundo é muito mais do que essas siglas, li relatos lindos mas na sua maioria tristes, de agressão, exclusão, violência. O que seria de mim? Qual será meu relato no futuro? Uma coisa tive certeza, eu gosto de homens, tenho atração sexual e sentimental por homens, eu precisava conversar com alguém sobre isso,mas meu melhor amigo foi o cara que eu transei e descobri esse desejo, então não me resta mais ninguém para conversar. Enquanto eu estava pensando em tudo isso sentado no banco da praça da cidade, ouço alguém se aproximar.
- Oi Jeff! O que você está fazendo por aqui? Não estava trabalhando na cidade?- a voz era de Laura, irmã mais nova de Brian, era a garota rebelde de cidade pequena, junto dela havia outra menina que eu não conhecia.
- Oi Laura! Estou passando uns dias com meus pais. E você o que faz aqui? Não era para estar na escola?
- fomos dispensadas mais cedo, eu não queria ir para casa então resolvi dar uma volta. Ah! Essa menina linda aqui é a Gabi, minha namorada! -Não pude conter minha cara de espanto quando ela disse que as duas são namoradas, fiquei alguns minutos sem falar nada olhando fixamente para as duas.- ah para Jeff! Você não vai dar sermão na gente dizendo que isso é errado e blá blá blá...
- quem sou eu para falar uma coisa dessa... - respondi a ela saindo do meu transe. - Prazer Gabi, sou Jefferson. - ela me cumprimentou apenas com um aceno de cabeça.
- Amor você pode ir buscar meu sorvete, você sabe o sabor que eu gosto. Preciso ter uma conversa aqui com ele- Laura falou com Gabi, segurando com uma das mãos em sua cintura e a outra alisando sua bochecha, depois deu um selinho nela e Gabi saiu de perto da gente. - Agora somos eu e você Jeff...
- eu e você o que pirralha? - falei com um sorriso irônico.
- Jeff eu e meu irmão somos muito unidos, ele me conta tudo assim como eu converso sobre tudo com ele.
- E o que exatamente vocês conversaram?
- Principalmente sobre os sentimentos dele por você, eu incentivei ele ir atrás de você, a te contar o que ele sentia e saber se você também sentia o mesmo por ele. Sabe Jeff meu irmão estava desesperado atrás de você, ele está triste, se sentindo culpado.
- Você sabe o que rolou entre eu e ele? Ele te contou?
- Não com detalhes, credo!... Mas disse que te contou sobre os sentimentos dele e que na manhã seguinte você sumiu.
- Sinto muito, eu não queria deixá-lo preocupado, mas eu não sabia o que fazer. Não está sendo fácil pra mim.
- Eu te entendo, quando eu me descobri Bissexual, eu também fiquei muito confusa, me achava uma pervertida sei lá, mas conversei com meus pais, eles me levaram para um psicólogo que me ajudou muito, hoje eu entendo que o sexo da pessoa é o que menos importa pra mim, o que vale é a "química". Para Brian também não é fácil, ele também precisou de ajuda do psicólogo, a sorte é que nossos país foram bem compreensíveis e nos apoiou sempre.
- Eu li horrores sobre pais que expulsaram os filhos de casa, e vários outros relatos eu confesso que estou muito assustado. - Laura fez um carinho em minha cabeça e eu não consegui conter as lágrimas, chorava feito uma criança então ela me puxou pelo braço de forma carinhosa e me deitou com a cabeça em seu colo ainda fazendo carinho na minha cabeça. - Eu estou com medo, das pessoas, dos meus pais, de não conseguir retribuir o amor de Brian.
- A primeira coisa que você precisa fazer é se conhecer, saber do que e de quem você gosta, aceitar quem você é porque as pessoas que te amam vão te aceitar como você é.
- Até ontem você era uma pirralha que ficava correndo atrás de mim e do Brian para brincar com você, hoje você está me aconselhando. Quem é você afinal!? Cadê a pirralha? - falei em tom de ironia.
- O que seria de vocês se não fosse eu? Garoto olha seu estado, deitado no banco da praça chorando feio um bebê... Brincadeiras a parte, eu estou de verdade preocupada com você no que precisar pode contar comigo.
- tem certeza que você só tem 16 anos? Acho que está nos enganando! - falei me levantando do colo dela e secando minha lágrimas do rosto.
- Sei lá, acho que só consigo ver o mundo de forma mais colorida, agora preciso ir minha namorada está me esperando.
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Me apaixonei pelo meu chefe
FanfictionUm jovem de uma cidade do interior vai para cidade grande trabalhar em uma empresa. Depois de um tempo trabalhando o jovem precisa ajudar o chefe a fazer uma investigação interna na empresa. Começam a passar tempo juntos e daí surge um amor que prec...