CAPÍTULO 5-DUAS REALIDADES

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Nada de anormal sinalizava que aquilo fosse acontecer naquele dia.

Max registrou a sua entrada  assim que chegou na fábrica, como de costume, e  cumprimentou os colegas com um sorriso nos lábios.

_Parece que alguém aqui viu o passarinho verde hoje. _ comentou um colega.

_Pode ter certeza de que vi um bando deles! _ Max brincou continuando a sorrir.

 Tudo corria  dentro do esperado, até que o primeiro  alarme tocou!

Era quase  hora do almoço e Max sabia que provavelmente Ed já devia estar chegando para o encontro às escondidas que eles iriam  ter.

Naquele dia, especialmente, Max queria rever o seu homem para que pudesse confirmar que o relacionamento deles realmente havia inexplicavelmente entrado numa nova fase. 

Aquela sensação de terem alcançado uma  ligação mais forte...aquela sensação de uma união mais profunda entre os dois, como se eles, de alguma forma, estivessem mais ligados do que nunca...não diminuiu em nenhum momento daquela manhã!

Era como se Ed estivesse ali, ao lado dele,  em carne e osso, como costumavam dizer,  dentro da fábrica naquele momento!

Max estava louco pra verificar se também com Ed a sensação de uma maior proximidade estava acontecendo e ele já pensava em todas aquelas explicações dadas pelos românticos...pelos místicos...Quem sabe havia ocorrido um realinhamento dos planetas na noite anterior...ou algum portal mágico estava se abrindo... Ao pensar nessas coisas, o funcionário da fábrica de produtos de limpeza chegava a rir sozinho.

Também com Ed acontecia a mesma coisa...as mesmas sensações...os mesmos pensamentos e o mesmo sorriso bobo surgia nos lábios do funcionário da fábrica de biscoitos. Ele também estava ansioso para saber que Max sentia a mesma coisa!

Aquela sensação maravilhoso fez com que eles sentissem mais vontade ainda de se reencontrarem na hora do almoço e Max teve certeza de que quando o alarme tocou, certamente Ed já devia estar se esgueirando para dentro do quartinho que os dois costumavam chamar de esconderijo do tesão. Fora eles dois, somente Everaldo, ex-namorado de Max e agora melhor amigo dos dois, sabia que eles usavam aquele esconderijo. 

_Como explicar depois aos nossos colegas que aquele quarto está cheirando à sauna? _ dizia Everaldo cúmplice.

E os dois riam, sentindo que tudo seria sempre lindo, seguro, eterno!

Apesar de periodicamente fazerem exercícios de evacuação do prédio, o som estridente de um segundo alarme  fez os funcionários da fábrica de produtos de limpeza correrem em pânico pra fora  procurando se afastarem do local o mais rápido possível!

Estava claro que não era uma simulação! Estava claro para todos que agora era real!

Para as pessoas que olhavam de fora, ficou evidente que os treze homens que trabalhavam na zona mais perigosa do prédio não haviam conseguido sair a tempo...antes de tudo ir pelos ares!

Para Max e os seus doze colegas de setor, porém, os fatos ocorreram de uma maneira   completamente diferente!

Os treze  se assustaram quando, minutos antes do segundo  alarme tocar, um homem paramentado com roupas usadas em desastres químicos  veio informar que haviam detectado um vazamento tóxico no setor deles! Aos berros, disse  que eles deveriam segui-lo rapidamente a fim de que entrassem num veículo que os levaria em segurança para fora dali, para uma espécie de desintoxicação! Esclareceu que mesmo que não estivessem sentindo nada naquele momento, passariam por exames de prevenção. 

O FUTURO A DEUS PERTENCE-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora