CAPÍTULO 15-DETERMINAÇÃO

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Everaldo queria muito que a história que Ed havia lhe contado fosse verdadeira, mas ele sabia que isso  era completamente impossível! 

Como treze homens seriam sequestrados  bem debaixo dos olhos dos outros colegas que estavam na fábrica sem que ninguém percebesse  nada?

Como alguém poderia ter entrado na fábrica de produtos de limpeza sem ser visto e resgatado os treze funcionários, antes que a explosão ocorresse? Detalhe importante...não havia uma equipe de resgate de plantão na fábrica e deduzir que ela tinha vindo de fora era pensar o quê? Que alguém havia  previsto a explosão...ou que aquilo que acreditavam ter sido acidente, tinha sido criminoso? Então o laudo da perícia estava errado?

Se realmente as supostas  vítimas do vazamento do produto químico e posteriormente da explosão estivessem vivas...onde elas estavam e por que ninguém ainda tinha feito contato?

Se os treze homens  estavam impossibilitados de pedirem  ajuda, como Ed parecia acreditar, por qual motivo  alguém teria o interesse em  escondê-los do restante do mundo?

Todas aquelas acusações feitas com os olhos arregalados parecendo beirar  à insanidade...todos aqueles delírios do viúvo sofrido realmente deixaram Everaldo chocado! Ele não se dava conta de todas as acusações que fazia e as implicações disso tudo? Parecia que não!

No meio da madrugada, Everaldo fechou os olhos respirando profundamente por um minuto...a lembrança  do velório coletivo...os treze caixões lacrados...os restos mortais de Max dentro de um deles...aquilo  tinha sido um pesadelo pra todo mundo!

_Já vi na sua cara que você não está acreditando em mim, Everaldo! _ lamentou  Ed jogando os braços para o alto. _Mesmo eu afirmando pra você que tenho certeza absoluta das coisas que estou dizendo, você ainda duvida das minhas palavras! Acha que eu inventaria uma coisa dessas, mesmo depois de me conhecer durante todo este tempo?

Everaldo não se deixou intimidar:

_Se coloque no meu lugar, Ed! Vimos os escombros...houve a perícia...os treze caixões lacrados ali bem diante de nós!

Ed bateu forte no próprio peito:

_Eu deveria ter acreditado no que eu estava sentindo aqui...dentro do meu peito...a minha intuição tentando me alertar! Eu sabia que o Max não poderia estar ali dentro daquele caixão! Eles mentiram pra gente! Aliás, o médium lá do centro espírita do seu amigo falou comigo que o Max está vivo!

_E você não acreditou nele! _Everaldo rebateu firme.

_Mas agora acredito e lhe afirmo que vou resgatar o Max  nem que eu precise enfrentar o diabo para trazê-lo de volta!

Ed estava determinado, parecendo a ponto de abrir a porta no meio da madrugada a fim de  empreender uma caminhada em busca do seu parceiro!

Everaldo tentou trazer o amigo de volta à realidade:

_Eu também gostaria muito que isso fosse verdade, Ed, mas nada disso faz sentido! A começar do por que alguém sequestraria os meus treze colegas de trabalho e terminando em por que eles, estando vivos, não deram  notícias até hoje! Você vai dizer o quê? Que alguém sabe-se lá por que provocou uma explosão na fábrica só para encobrir o sequestro do Max e dos colegas dele?

_ Já te falei que o Max não me deu detalhes, Everaldo! _ Ed falou nervoso. 

_Ele só disse estou vivo e deixou que você preenchesse todas as lacunas a partir daí, é isso? Isso é loucura da sua cabeça! Está misturando sonho com realidade, é isso!

O FUTURO A DEUS PERTENCE-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora