CAPÍTULO 11-DESENCONTROS

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Everaldo não se  sentia bem invadindo daquele jeito a privacidade de Ed, porém, acreditava que a amizade que tinha com ele e o compromisso que havia firmado no túmulo de  Max superavam qualquer código de conduta.

Na primeira noite em que Everaldo acordou escutando os gemidos de Ed, ele realmente havia se assustado e chegou a temer, tonto de sono, que o outro pudesse estar tentando tirar a própria vida.

O que o acompanhante de Ed não esperava era chegar ao quarto do amigo e encontrá-lo daquele jeito...em completo êxtase! O quarto cheirava àquelas  saunas onde os gays iam pra se encontrarem a fim de uma transa rapidinha, disso ele não tinha dúvida!

_Eu escutei os seus gemidos lá do meu quarto, Ed! Você está bem?

Ed demorou um pouco a responder, pois parecia se recusar a sair daquele torpor que o envolvia naquele momento.

_Se eu  estou bem? _ ele olhou  para o amigo com a expressão  satisfeita. _Acho que nunca me senti tão bem!

Ao contrário do que poderia pensar, que Ed simplesmente iria deixá-lo sem saber o que tinha acontecido ali, Everaldo foi convidado a sentar-se na cama completamente cheia de suor e gozo carnal.

_Espere aí... _ Everaldo falou olhando em volta. _ Esta lambança toda foi você sozinho ou por acaso alguém estava aqui e deu o fora quando me viu chegar?

Ed riu de maneira quase infantil, parecendo completamente recuperado pela primeira vez  depois da tragédia que envolvera a sua vida.

_O Max esteve aqui, Everaldo...e, não sei como,  eu também  estive lá com ele! _ Ed falou emocionado com os olhos úmidos.

Obviamente, Everaldo pensou que o amigo houvesse sonhado com o falecido, por isso, olhou para ele penalizando, tentando falar o mais carinhosamente possível:

_Oh, meu anjo...Então você sonhou com o Max?

Ed sorriu  negando com a cabeça:

_Não, Everaldo! Eu estava bem acordado, acredite! Não foi um sonho! Foi completamente real, confie em mim...foi real! O Max veio aqui!

Everaldo  começou a considerar que o trauma do luto tão recente finalmente pudesse ter atingido o seu ápice e que estava na hora de pedir socorro a algum psicólogo. 

Ed insistiu:

_Eu chamei pelo Max e ele veio até mim e foi maravilhoso! Eu senti o cheiro dele...a textura da pele dele...o corpo dele aqui...junto ao meu...cheio de energia...parecendo tão vivo...tão forte...Não me pergunte como...ele simplesmente veio aqui!

Ed parecia não encontrar as palavras para explicar aquilo, mas era visível a sua excitação pela experiência que tinha acabado de ter:

_Você tem que acreditar, Everaldo...Eu estive lá com ele e ele também veio até mim! E foi simplesmente...

Ed suspirou realizado:

_Foi simplesmente lindo!

Everaldo olhou para a cama bagunçada e úmida:

_Imagino como deve ter sido realmente...lindo!

_Estou falando sério! _Ed insistiu mais uma vez.

Everaldo não iria perder a paciência, muito menos apelar:

_Mas quem está brincando aqui? Eu acredito que você realmente esteja falando sério, mas tem que entender que tudo não passou de um sonho...um sonho lindo com o Max, nada mais do que isso.

O FUTURO A DEUS PERTENCE-Armando Scoth Lee-romance gayOnde histórias criam vida. Descubra agora