Revelações

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Edmundo andou pelo pátio de sua faculdade com alguns livros e cadernos em uma de suas mãos. Ele estava um pouco apressado, pois era o primeiro dia de aulas depois das férias e ele estava um tanto atrasado. Uma voz na sua cabeça quase conseguia reproduzir a voz de Aurora rindo de seu atraso e o chamando de idiota por ele, o que era engraçado.

Haviam se passado dois meses desde todas as suas aventuras com seus irmãos em Nárnia, e nesses dois meses ele não tinha tirado Aurora de sua mente e pensamentos nem por um segundo.

Enquanto ele andava, foi puxado de volta de seus pensamentos por uma mão feminina, que segurou seu braço e o puxou delicadamente. Voltando-se, ele viu...Annabeth.

Franziu o cenho, levemente irritado por vê-la ali. Mas ela sorriu.

-Oi, Eddie! Senti saudades! – ela disse, sorrindo.

-Oi, Annabeth.

-O que foi? Eu fiz alguma coisa? – perguntou a garota, confusa.

Edmundo respirou fundo:

-Bom...você me disse que daria uma resposta uma semana depois, mas eu não consegui falar com você durante as férias inteiras. Nem você me ligou, nem eu consegui te ligar. Sempre que eu tentava, ninguém atendia!

-Me desculpe, eu esqueci de te contar que viajei com minha família para a França nas férias. Meu pai teve que trabalhar lá durante o ano letivo, e fomos visitá-lo nessas últimas férias. – ela explicou.

-Tudo bem. Olha...eu realmente preciso conversar com você. Podemos nos falar no almoço? – pediu ele.

-Claro. – sorriu Annabeth, piscando para ele e saindo.

Edmundo limitou-se a dar um suspiro de insatisfação e tomar o rumo para sua sala de aula. Entrou, foi para o fundo (como sempre, para não chamar a atenção) e participou das aulas da manhã.

Mas eu não diria que ele se concentrou muito.

Seus pensamentos estavam voltados para três coisas: em primeiro lugar, em Aurora. Como sempre, ele se perguntou se ela estava bem...e se em Nárnia tinha se passado muito tempo.

Em segundo lugar, em Annabeth. Começava a se arrepender de ter pedido para conversar com ela no almoço, já que, com certeza, não seria uma conversa tranquila.

E em último lugar, ele pensava no jantar que teria com seus irmãos e cunhados naquela noite. Sim, cunhados. Um mês antes, Lúcia tinha começado a namorar com um rapaz que estava paquerando ela há um tempo. Edmundo tinha achado ele legal, enquanto Pedro tinha ficado para morrer de ciúmes. E, naquela noite, eles iriam finalmente conhecer a namorada de Pedro, Priscilla. Será que a garota iria se dar bem com eles? Era uma questão que (Edmundo tinha certeza) pairava na mente de seus irmãos e até mesmo cunhado.

Imerso nesses pensamentos ele passou a manhã inteira, e mal tinha percebido o tempo passar quando o sinal de intervalo para o almoço tocou. Uma parte dele teve vontade de abrir um buraco e sumir, ter problemas não era exatamente algo que seu temperamento favorecia. Mas, não. Ele realmente precisava falar com Annabeth, deixar tudo às claras de uma vez por todas e encerrar aquele assunto.

Com um suspiro de insatisfação, ele se levantou e saiu da sala com um livro e um caderno em sua mão. O que ele realmente não esperava era o grupo de garotas que o cercaram assim que ele colocou o pé no pátio.

"Tinha me esquecido do quanto eu era famoso aqui", ele pensou consigo mesmo.

Todas as meninas olhavam para ele com admiração, e cada uma pedia para que ele saísse com ela, a ajudasse na matéria ou simplesmente gritavam o nome dele excitadas.

𝑩𝒂𝒄𝒌 𝑻𝒐 𝑵𝒂𝒓𝒏𝒊𝒂 | 𝑬𝒅𝒎𝒖𝒏𝒅𝒐 𝑷𝒆𝒗𝒆𝒏𝒔𝒊𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora