chapter thirty two - i couldn't say much, i was distracted

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Nota da autora:

Olá pessoal!!!

Antes de mais nada, gostaria de deixar um aviso importante: este capítulo pode conter leves gatilhos para algumas pessoas. Embora não seja nada muito forte, achei importante alertá-los desde já.

Quero compartilhar que escrever este capítulo foi desafiador, e o próximo está se mostrando ainda mais difícil. Por isso, peço que interajam bastante com ambos os capítulos para que eu possa conhecer suas opiniões e sentimentos a respeito.

Violet Kelce, Point of view
Calgary, Canadá

Havia exatamente cinco dias desde que cheguei em Calgary. Cinco dias de fome, solidão e medo. A fome apertava meu estômago, uma sensação constante que me deixava frágil e cansada. No primeiro dia, lembro-me de ter comido comida de verdade, algo que agora parecia tão distante. Depois disso, Angelina, insistia em me dar apenas mamadeira com leite, dizendo que era o suficiente para nutrir meu corpo. Ela afirmava que se eu quisesse ser uma bailarina profissional, precisava ser magra igual a Averie. A fome se tornou uma constante companheira, uma sombra que me perseguia a cada momento.

Às vezes, ela ficava zangada e me batia. Uma vez foi porque ela pediu para eu lavar a louça, e eu disse que não sabia. Outra vez foi porque eu disse que não gostava dela. As marcas em meu corpo são testemunhas silenciosas desses momentos, mas, estranhamente, nem doem tanto assim. São mais como lembranças dolorosas que se alojaram sob minha pele.

Apesar de tudo, guardo dentro de mim uma centelha de esperança, uma chama que se recusa a se apagar. Ainda sou uma criança de três anos, mas já entendo o peso das palavras e das ações. E, mesmo diante das adversidades, mantenho viva a fé de que um dia encontrarei a luz que me guiará para longe desse abismo de escuridão.

Eu só queria que as coisas fossem diferentes, que eu pudesse ter comida de verdade e não ter medo de Angelina.

Entre as sombras da distância, observo o vazio deixado pela ausência de papai e Taylor. Calgary torna-se meu refúgio solitário, um santuário de reflexão em meio ao silêncio que permeia meus dias.

A curiosidade infantil me leva a explorar os sentimentos que borbulham dentro de mim. É estranho, de certa forma, como a pessoa que mais ouvi ao longo dos anos agora é a namorada do papai. Mas, nos momentos de solidão, começo a compreender que ter Taylor ao lado do papai não é tão ruim assim.

Mesmo na ausência física deles, encontro consolo na ideia de que estão juntos, compartilhando uma nova jornada. A presença de Taylor traz uma luz renovada à nossa vida, uma esperança que se insinua mesmo nos cantos mais sombrios de nosso passado.

Nesta jornada de autoconhecimento, percebo que o amor pode transcender as barreiras do tempo e da distância, e que a presença de Taylor não é apenas uma adição, mas sim uma dádiva. É um lembrete de que, mesmo nos momentos mais desafiadores, o amor verdadeiro pode nos guiar para um lugar de paz e felicidade.

Deitada na cama, coberta pelo manto escuro da noite, eu, Violet, começo a falar com o teto. "Oi, Averie...", eu digo baixinho, como se estivesse conversando com minha mãe. "Eu nunca falei com você. Isso é novo, huh."

Penso sobre Taylor, a mulher que cuida de mim e a pessoa mais legal que já conheci em minha vida toda. "Eu queria tanto saber se você ficaria chateada comigo se eu chamasse a Taylor de mamãe...", confesso, com um misto de curiosidade e receio.

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