chapter thirty nine - i'm the albatross

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Travis Kelce, Point of view
Kansas City, USA

Durante toda a semana seguinte ao Natal, Taylor decidiu ficar em Kansas City, enquanto eu retornei aos treinos para o jogo de hoje, véspera de Ano Novo. Enquanto minha equipe de segurança encontrava acomodação em um hotel local, meus pais foram levados de volta para casa em um dos meus jatinhos, enquanto o outro voltou para Nova York, onde Taylor passaria a semana.

Cada manhã, antes mesmo de Taylor e Violet acordarem, eu já estava a caminho do treino, preparando-me para o jogo. Mas ao retornar para casa, a dinâmica mudava. Alguns dias, encontrava Taylor na cozinha, preparando o café da manhã para Violet, enquanto em outros, ela e a pequena ainda estavam dormindo e eu assumia essa tarefa.

Com o recesso escolar de duas semanas, tínhamos mais tempo para passar juntos como uma família. Nos primeiros dias, enquanto Violet se entretinha assistindo desenhos ou brincando com os cachorros pela casa, Taylor e eu aproveitávamos para malhar na academia residencial. Era reconfortante poder compartilhar esses momentos de cuidado mútuo e bem-estar físico.

No entanto, nossos momentos de intimidade como casal eram frequentemente interrompidos pela energia contagiante de Violet, que sempre buscava nossa atenção e carinho. Assim, nossos momentos a sós eram raros e preciosos, reservados para as noites tranquilas e madrugadas serenas, quando nos entregávamos um ao outro com paixão, mas sempre com a consciência de não perturbar o sono da nossa pequena. Queríamos garantir que ela se sentisse segura e protegida, sem nenhum traço de preocupação ou desconforto.

Apesar dos desafios e das interrupções, cada momento compartilhado como família era um tesouro inestimável, repleto de amor, risadas e memórias que guardaríamos para sempre em nossos corações. E, acima de tudo, era uma lembrança vívida do poderoso vínculo que nos unia, como pai, mãe e filha, em meio às alegrias e desafios da vida.

Porém como nem tudo são flores, às vezes, a pressão do jogo se torna mais intensa do que podemos imaginar. Eu estava enfrentando um dilema interno, uma batalha contra mim mesmo, contra as expectativas dos fãs e as críticas que surgiam nas redes sociais. Ler aquelas palavras cruéis, culpando Taylor pelo meu desempenho decaindo, foi como um golpe no estômago. Eu não podia acreditar que as pessoas poderiam ser tão cruéis, tão injustas.

Mas foi durante um dos treinos, quando Reid, pronunciou aquelas palavras pesadas, que a ficha finalmente caiu. Se o time não se esforçasse mais, não iríamos para os playoffs, muito menos para o Super Bowl. Aquilo ecoou na minha mente como um aviso sinistro, despertando uma nova urgência dentro de mim.

Há três dias eu me vi afastando um pouco de Taylor, mergulhado em treinos intensos, buscando desesperadamente a excelência no campo. Treinava até mesmo no quintal de casa com alguns colegas de time, tentando aprimorar cada detalhe do meu jogo. Mas, nesse processo, acabei sendo grosseiro com minha namorada algumas vezes, e dando a entender que eu estava ouvindo e concordando com a mídia, a deixando-a chateada. Pedir desculpas não foi o suficiente, eu sabia que tinha cometido um erro grave. Minhas palavras não foram capazes de reparar completamente o dano que causei. Sinto-me culpado por ter deixado Taylor de lado, por tê-la afastado de mim nesse momento de turbulência, ela não tinha culpa de nada.

Enquanto a pressão aumentava, percebi que minha mente estava dividida, presa entre o estresse e a cobrança do jogo e o desejo de manter minha família unida e feliz. E, mesmo quando buscava refúgio nos braços de Taylor durante a noite, sentia ela distante e se afastando.

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