06 - Bebidas hoje, por minha conta

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PIETRA VALENTIN

Os meninos estão nos esperando na sala à meia hora, questionando sobre como podemos levar mais de 4 horas para nos arrumar. Depois de mais 10 minutos, saio do quarto indo em direção a sala, enquanto Vitória ainda faz alguns retoques na maquiagem. Estou usando um vestido preto justo, de mangas longas e decote sutil. O tecido é levemente brilhante e tenho certeza que vai capturar a luz da balada deixando-o bem mais bonito. Optei por salto alto preto, mas tenho certeza que amanhã vou me arrepender amargamente disso. A maquiagem destaca o claro dos meus olhos com um esfumado preto e nos lábios, adicionei um gloss de tom rosa claro. Meus cabelos estão soltos em ondas suaves, completando o visual.

Sinto o Caio me fitando dos pés à cabeça.
- Prontinho! – Digo, dando uma volta.
- Uau! Eu não imaginava que você conseguia ficar mais bonita. – O Caio diz, sorrindo.
- Você está muito linda mesmo. – Ouço o Vini dizer com um sorriso sem graça.
- Muito obrigada. Vocês querem alguma coisa?
- Não. Valeu. – Os dois dizem simultaneamente.

Alguns segundos depois, Vitória aparece na sala usando um vestido tubinho azul caneta e salto alto branco. Ela também recebe seus elogios e descemos todos juntos para minha grande comemoração.

Vamos no carro do Vini. Ele tem um Fiat Fastback preto que é dos carros mais bonitos que já vi, mas não é como se eu entendesse de carros. Eles estão cantando com o rádio tocando alto, já entrando no clima e eu estou pensando se realmente deveria estar aqui. Não é, para mim, a melhor forma de comemorar alguma coisa. Eu nunca gostei de balada. Sempre considerei um lugar cheio de pessoas desesperadas, tentando fugir de problemas, ou de pessoas vazias, sem conteúdo. Sim, eu sei. É um pensamento ridículo e ultrapassado. As pessoas realmente podem considerar um bom lugar para se divertir, assim como eu amo ficar em casa lendo livros. Cada um no seu quadrado, não é? Nem todo mundo gosta do amarelo...

De qualquer maneira, ainda na linha do meu pensamento escroto, eu não faço parte do grupo de pessoas vazias, mas eu estou bem desesperada. A vaga de estágio é minha, mas agora eu tenho um problema muito maior, chamado João Medina. Balanço a cabeça para expulsar esses pensamentos e começo a pensar que talvez eu possa realmente me divertir, porque estou na companhia dos meus melhores amigos, e qualquer lugar é incrível quando estou com eles. Sorrio e junto-me a eles, cantando em alta voz uma versão remixada da música Give me Love do Ed Sheeran.

Estamos na porta da boate há alguns minutos numa guerra para não deixar os meninos pagarem as nossas entradas, mas acabamos desistindo. A Lumina tem um espaço amplo, uma pista de dança centralizada, dois bares, um em cada extremidade, um DJ num espaço reservado só para ele e alguns lounges espalhados, provavelmente pensando no conforto dos casais que talvez queiram ficar mais à vontade, ou em pessoas como eu, que daqui a 20 minutos certamente vou estar cansada e orando por um lugar para sentar.

Dou uma olhada em volta, e considerando o fato de que estamos numa sexta feira e que as pessoas trabalharam, o lugar está bem cheio. Bem no fundo do meu ser, eu admiro essas pessoas pela disposição que elas têm. Disposição essa, que provavelmente, deve ter sido totalmente sugada de mim e doada a elas. Sou arrancada do meu devaneio quando Vits me puxa pelo braço em direção ao bar com os meninos nos seguindo. Me sinto instantaneamente aliviada por saber que estarei livre desses caras chatos de balada graças aos nossos dois seguranças a tiracolo.
- Bebidas hoje, por minha conta! – Grita o Vini, enquanto sentamos nos bancos próximos ao balcão do bar.
- É simplesmente o melhor chefe do mundo! – Vits exclama e chama o barman com o dedo, pedindo um coquetel com Big Apple para nós quatro.

Olho para o Vinicius apontando pra ele e franzindo a testa.
- Você não devia nos incentivar a beber. Amanhã todo mundo aqui trabalha, e trabalha para você. – Sorrio.
- Princesa, relaxa! Amanhã é sábado. O movimento é pouco. E você conseguiu uma coisa que queria muito, é justo comemorarmos. – Ele diz, passando a mão no meu rosto.
- Pois é! Não vem dar uma de certinha hoje. Hoje você vai beber até cair. Só para, quando eu parar. – Diz o Caio, rindo.
- Provavelmente vou entrar em coma alcoólico, então. - Reviro os olhos e viro meu coquetel de Big Apple de uma vez. Olho para eles, sorrindo. - Satisfeitos?
- Ótimo começo. Agora vem dançar. – Ouço Vitória dizer, mais uma vez me puxando pelo braço. Antes de nos afastarmos, ela grita, apontando para os meninos – Mantenha-nos abastecidas, por favor. – E então já estamos na pista de dança ao ritmo de Bastille – Pompeii.

~*~  

PEDRO WENDLING

Saio do banho, visto uma cueca box azul e volto para sala. É incrível como um banho sempre me revigora. Parece que a água tem o poder de levar embora tudo o que está fazendo mal e incomodando. Levanto as pernas da Fê, sento e boto seus pés no meu colo.
- Então, pediu o que?
- Fiz um macarrão com queijo para a gente. – Ela diz, sorrindo. – Achei melhor e mais rápido que pedir alguma coisa. Você deve estar com fome.
- Você é uma linda. Eu estou com bastante fome mesmo. E que filme vamos assistir?
- Tudo por justiça. É de ação. Eu odeio, mas estou em débito.
- Não está em débito nada. Só não quero que a gente fique brigando. E quero que você pare com esses ciúmes bobos. Isso está fazendo mal para mim e para você.
- Vamos comer? – Ela diz, enquanto levanta.


Levanto e a abraço por trás enquanto vamos para cozinha.
- Eu demorei muito no banho ou esse foi o macarrão mais rápido da história? – Beijo seu ombro e a solto. – Senta! Eu sirvo. – Abro o armário, pego dois pratos e os coloco em cima da mesa.
- Acho que um pouquinho dos dois. Meu macarrão é o mais rápido e o mais gostoso do mundo. – Ela diz, sentando na cadeira.
- Eu não posso discordar.
Pego os talheres, a panela, e os coloco em cima da mesa junto dos pratos. Sirvo a Fernanda e logo em seguida, boto uma porção de macarrão no meu prato.


Durante o jantar, a Fê me conta a sinopse do filme e falamos sobre como foi nossos dias. Tento convencê-la de assistir outro filme, sabendo que ela odeia filmes de ação, mas ela faz questão de abrir uma exceção. Não gosto do fato de ela estar se sentindo culpada, e de qualquer forma, não é como se um filme fosse mudar a nossa situação. Mas se vai fazer com que ela se sinta melhor de alguma forma...

Lavo a louça, enquanto ela seca e guarda. Ao terminar de lavar, ela ainda está secando e guardando algumas coisas. Vou ao banheiro escovar os dentes. Ela está parada na porta quando eu termino.
- Vou trocar de roupa e escovar os dentes. Vai botando o filme. – Ela diz, entrando no banheiro e tirando as roupas.

O filme começou há mais ou menos meia hora. Estou deitado no sofá atrás dela e começo a rir. Ela vira de frente para mim, com as sobrancelhas erguidas, rindo também.
- Qual é a graça?
- Eu agradeço a sua intenção, mas esse filme é péssimo, amor. – Envolvo o braço em sua cintura e a abraço apertado.
Ela me abraça de volta, rindo.
- Que ótimo! Pensei que só eu estava achando ruim. Eu definitivamente não sou boa em escolher esse tipo de filme, não é? – Ela diz, rindo.

Balanço a cabeça negativamente, distribuindo beijos em cada canto de seu rosto. Ela fecha os olhos, sorrindo. Seguro seu rosto entre as mãos e lhe dou um selinho demorado. Ela prende meu lábio inferior entre os dentes e puxa lentamente antes de soltá-lo, apertando o corpo no meu. O sexo é um ponto muito positivo da nossa relação e é sempre muito bom. O problema é que a gente está sempre utilizando dele para tapar buracos e fugir de conversas sérias.

Mesmo muito ciente disso, ignoro esse pensamento, fecho os olhos e contorno seus lábios com a ponta da língua. Ela chupa minha língua de leve, sugando-a para dentro de sua boca e nos beijamos intensamente. Eu a puxo para cima de mim sem parar de beijá-la, deslizando as mãos em sua cintura e brincando com sua língua. Ela retribui o beijo e pressiona o corpo sobre o meu. Desço minhas mãos de sua cintura até sua bunda e pressiono seu quadril sobre o meu. É impressionante o que ela é capaz de fazer comigo com um beijo. Ela dá uma risada entre o beijo, provavelmente sentindo o que eu acabei de pensar, e começa a roçar o quadril no meu lentamente. Com duas camadas finas de tecido nos separando, dá para perceber que ela quer exatamente o mesmo que eu. Sorrio, apertando sua bunda. Deslizo os lábios até seu pescoço, dando mordidas de leve e contornando o caminho de seu maxilar com a língua. Encaixo os dedos em minha camisa, que ela está vestindo.
- Acho que isso aqui não é seu. – Sussurro, encarando-a com um sorriso.
- Então precisamos tirar. – Ela sussurra de volta, segura minhas mãos apoiando-as em cima do meu peito, e em seguida, senta no meu colo, começando a tirar a camisa lentamente enquanto me encara engolir em seco ao perceber que ela não está vestindo nada por baixo da minha camiseta. Ela é definitivamente a mulher mais sexy do mundo e eu nunca vou conseguir resistir a isso.

Provamos cada canto um do outro, como se nunca tivéssemos feito isso antes, até finalmente transarmos. Uma. Duas. Três vezes.

~*~

Olá, pessoal! Como você estão?

Obrigada por ler! Significa muito para mim. <3

Adoraria saber o que vocês acharam. Deixem seus comentários!

Até o próximo capítulo. 

ME SINTO EM CASA - O inesperado pode levar ao verdadeiro amorOnde histórias criam vida. Descubra agora