12 • Revelações

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Preparem seus corações e boa leitura à todos.

ALERTA DE GATILHO: Contém violência e menção de estupro.

Dê seu voto, é importante pra mim. ♡

~☆~♡~☆~

- M-mãe? - murmuro e congelo, a observando. Ela estava olhando para os lados, procurando algo. Assim que vê um médico, o chama.

- Como assim, Siyeon? Ela não pode estar a... - Minji começa a dizer, mas se interrompe quando olha em direção à ela. - Ai meu Deus... - assim que diz, ela termina de falar com o doutor e olha em nossa direção. Assim que me vê, ela também congela.

Passo pelas meninas lentamente e me aproximo dela, ofegante. Ela está no mesmo estado, deixando lágrimas escorrerem em seu rosto. Ela me abraça rapidamente e eu devolvo o gesto, a apertando forte.

- Lobinha... - diz baixo enquanto chora. Nos separo do abraço e a olho.

- O que... por que... como... - tento formular uma frase, mas não consigo.

- Tenho muito a te explicar, Siyeon. - ela diz e passa por mim, indo cumprimentar minhas amigas.

- O-oi senhora Lee. - Minji diz.

- Oi Minji. - ela suspira. - Vem cá vai. - a puxa para um abraço apertado. Dami se levanta e fica ao lado dela. - Você também, Yubin. - ela a puxa para o mesmo abraço. Assim que se separam, seus olhos caem sobre Gahyeon, Handong e Yoohyeon.

- Senhorita Lee! Prazer em conhecê-la. - Handong diz e se curva. Minha mãe ri.

- Não precisa de formalidades, vocês são amigas da minha filha. Está tudo bem.

- Tudo bem então. - ela ri. - Meu nome é Handong, essa é Gahyeon e essa é Yoohyeon. - as apresenta. Assim que elas a cumprimentaram, seus olhos caem sobre Bora.

- E qual o seu nome, querida? - minha mãe sorri de leve para ela. Bora me olha apreensiva e eu consigo ver seu nervosismo.

- M-meu nome é Bora. Kim Bora.

- Prazer em conhecê-la, Bora. Fico feliz em conhecer todas. - ela se vira para mim e pega em minha mão, me puxando para o outro canto da sala. - Vamos conversar, Siyeon.

- Por que foi embora, mãe? O que aconteceu? - pergunto soltando sua mão. A raiva que tinha dela havia voltado.

- Eu tive que ir. Os problemas do seu pai começaram ano passado, antes de ir embora.

Flashback ON

- Você foi para o bar novamente, Youngsik? Nós temos uma filha! Você não pode desenvolver dependência alcoólica assim.

- Foram algumas doses, Seunghee. Você é sempre tão extrema, relaxa um pouco. - ele se aproxima e aperta minha cintura. Retiro suas mãos de mim.

- Não encosta em mim, Lee. Principalmente não bêbado.

- Quer saber? Foda-se. Você que se foda. Siyeon que se foda. - ele diz e me um tapa forte no rosto. um gole grande em sua bebida e sai novamente de casa.

Estou cansada disso e ter que mentir para Siyeon que as marcas são apenas acidentes na cozinha ou na hora da limpeza, que as agressões ocorriam quando estava na escola ou de madrugada, quando estava dormindo. Vou para nosso quarto e arrumo uma mala, pegando minhas economias para quando esse dia chegasse. Pego um papel e uma caneta para deixar uma carta para ele.

"Youngsik,

Estou cansada dessa merda. Você sempre me tratou igual lixo e nunca teve respeito por mim, por isso Siyeon nasceu. Nós éramos um casal feliz, até que mesmo sabendo que eu sou assexual, você me forçou a transar com você e tê-la. Não me leve a mal, amo nossa filha, mas não mais para viver com você.

Estou levando minhas roupas e vou deixar Siyeon com você. se continua a tratando bem, que ser pai sempre foi seu sonho e pelo menos é um pai excepcional. Não a obrigue a te ver bêbado, isso não é bom para sua saúde mental (digo por experiência própria).

Alguma hora mando os papéis do divórcio.

Fiquem bem.
Seunghee."

Deixo a carta em cima da cama e saio apressadamente de casa, indo para o terminal. Resolvo me mudar para Busan para começar uma nova vida em outra cidade.

Vou até o quarto de Siyeon e entro lentamente. Beijo sua testa e faço um cafuné leve, tendo cuidado para não acordá-la.

- Eu te amo, lobinha. Fica bem. - sussurro e saio, indo para o terminal.

Flashback OFF

- E-espera... eu fui fruto de... um estupro...? - pergunto sentindo um nó enorme se formar em minha garganta. Assim que confirma, me levanto e não consigo segurar minhas lágrimas. Comecei a chorar muito. - E-eu não sabia disso! C-como... c-como ele p-pôde? E-eu sinto muito! - digo com dificuldade entre soluços. A essa altura, as meninas já perceberam e estavam alertadas à cena.

- Ei, a culpa não é sua. É como disse na carta, meu amor por você não é menor por isso. Você continua sendo minha filha e eu errei em não ter te levado junto, mas sabia que teria melhores oportunidades em Seul. - ela se levanta e me abraça.

- Melhores oportunidades? De que, ser espancada pelo meu pai bêbado?! - pergunto um pouco mais alto e as meninas se aproximam. Sinto Minji fazendo um carinho leve em meu braço. - Sim, mãe. Ele te batia e agora não aceita que você foi embora por culpa dele. Desconta tudo em mim. Essa semana estava internada aqui, falando que fui atropelada. Ele me espancou. - jogo as palavras e não consigo controlar meu choro. Ela me abraça.

Assim que sinto seus braços em torno de mim, me sinto segura. Amasso sua camisa em minhas mãos e escondo meu rosto em seu ombro. Começo a controlar meu estado dando leves suspiros cansados.

- Estou exausta, mãe... - murmuro e suspiro. Ela afasta nosso abraço e começa a enxugar minhas lágrimas com seus dedos.

- Você é forte, lobinha. Sempre foi. Me perdoe por te fazer passar pelo que passa, mas pretendo fazer as coisas mudarem. Apenas me chamaram aqui porque ainda estou em seus contatos de emergência e ainda sou sua esposa, mas já dei entrada com o divórcio na justiça. Também quero tirar você dessa. - ela passa suas mãos em meus braços. - Falei com uma amiga que estudou direito comigo. Ela será nossa advogada.

- E-espera... está pensando em colocá-lo na justiça pra valer? - pergunto assustada.

- Com certeza, Siyeon. Ele já fez muita merda conosco, está na hora disso acabar antes que possa fazer com outra mulher. - ela diz e olha para as meninas, que me olham e confirmam com a cabeça. Suspiro derrotada.

- Não posso entrar nessa enquanto estiver morando lá.

- Sabe Si... - Bora da um passo para frente e chega mais perto de mim. - Minha proposta ainda está de pé. Pode ficar comigo o quanto precisar. - ela diz e lança um sorriso simpático, no qual não consigo dizer não.

- Tudo bem... mas não vou ficar por muito tempo. Posso alternar entre sua cada e a de Minji também. Já é praticamente minha casa também. - digo e sorrio de leve, passando meu braço em volta de sua cintura e deixando um beijo em sua testa. Minha mãe nos olha, achando suspeito.

- Senhora e senhorita Lee, temos atualizações. - o médico retorna com uma prancheta em mãos. Nos aproximamos rapidamente dele, esperando as informações.

Shadow • SuayeonOnde histórias criam vida. Descubra agora