Capítulo 2

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Essa semana passou muito rápido, eu ainda nem acredito. Amanhã eu vou entrar na Universidade caramba!

Desde que acordei estou sentido borboletas no estômago, falta tão pouco para eu poder finalmente ser livre. O tempo que eu fiquei nesse orfanato foi ótimo, todos sempre me trataram super bem, não tenho do que reclamar, diferentemente do outro.

Sabe depois de tudo o que aconteceu na minha vida eu fugi de casa. Não tinha mais ninguém da minha família vivo, e após o que eu fiz, a culpa que convive comigo até hoje é imensa, eu não conseguiria mais ficar lá, não conseguiria mais pisar naquela cidade.

Flashback on

Tinha muita água a cair sobre o meu corpo, havia uma tempestade enorme sobre esse céu. Mas nada, nada era maior do que as lágrimas que rolavam pelos meus olhos, eu realmente fiz isso, vou carregar para sempre essa culpa comigo.

Eu estava sozinha correndo pela cidade, sem o papai. Eu não quero ficar aqui mais, desculpe papai mais eu não posso, o senhor não vai me perdoar pelo o que eu fiz e se o senhor chegar bêbado em casa de novo, vai ficar zangado e quebrar as coisas no chão, mas eu não quero isso.

Então, eu vi uma caminhonete parada perto do mercado, ela parece ser de algum sítio por aqui, subi na parte traseira dela e me cobri com uma lona que lá havia para ninguém me ver, eles podem brigar comigo se descobri, porque isso é muito feio.

Ouvi um barulho e acho que estão ligando ela, finalmente, vou sair daqui.

Fiquei horas a chorar agarrada aos meus joelhos, até que adormeci.

Sinto uma luz batendo contra meu rosto, acho que já é de manhã. Eu tenho fome, mas aqui não tem comida. Acho melhor aproveitar que a caminhonete está parada e descer.

Tem muita gente a minha volta e eu não conheço ninguém. Também há barracas espalhadas pelas ruas com frutas e outras coisas que eu não sei o que é.

"Moço, eu to com muita fome, minha barriguinha ta doendo, eu posso pegar uma maçã?"

"Cinquenta centavos, pirralha."

"Mas eu não tenho dinheiro." disse com lágrimas que ainda me escorriam pelos olhos.

"Então saia peste, sem dinheiro sem maçã." falou rudemente o dono da banca.

Sentei-me no canto da parede e chorei abraçada a meus joelhos, eu só tenho 1...2...3...5 anos, como eu vou viver sem meu papai para me alimentar ? Provavelmente eu vou morrer doente como minha mamãe de verdade.

"Não chore doce criança. Olhe eu te trouxe essa maçã."

Levantei minha cabeça lentamente com o som daquela voz, e me deparei com uma velhinha de roupas compridas e um...pano na cabeça? Sim, acho que é.

"Você está perdida?" perguntou. Apenas neguei com a cabeça.

"Onde estão seus pais?"

Eu estava com medo, não sabia quem ela era e o porquê de tantas perguntas, mas essa mulher me transmitia conforto, então, novamente neguei.

"Você quer ir até minha casa? Lá tem outras crianças que podem ser suas amiguinhas sabia?"

"A senhora me daria um pouquinho da sua comida também? É que faz tempo que eu não comi..." falei envergonhada em pedir algo a mais para aquela velhinha.

"Oh querida, é claro sim. Vamos." disse ela pegando em minha mão.

Flashback off

Quando dei por mim já estava com lágrimas a escorrer pelo meu rosto, a Irmã Emily era tão gentil, eu realmente gostava dela.

Mas lá havia uma pessoa que me magoou muito, e outra que deixou muitas raízes de saudades plantadas em meu coração, era o Edward. Ele era e sempre será meu melhor amigo, eu realmente amava-o e até hoje sinto sua falta, ele era meu suporte lá, até que uma família o adotou...

Limpei minhas lágrimas que escorriam brandamente pelo meu rosto pálido. Lavei o mesmo com um pouco de água para disfarçar a vermelhidão que se encontrava no meu nariz e olhos.

Já são 19:30, eu tenho que me arrumar, hoje vou fazer uma surpresa para o Lucas ao visitar sua casa, quase que implorando e prometendo que chegaria cedo as minhas coordenadora, elas, por pouco, deixaram eu ir.

Coloquei uma blusa de manga longa branca com uma frase em preto, mais meus Jeans pretos, um tênis e meu casaco. Passei o pente pelos meus longos cabelos ruivo e coloquei um pouco de perfume.

Apanhei o ônibus e segui até a casa dele.

...

Havia um som alto saindo de lá de dentro e luzes piscando fortemente. Ele deve está dando uma festa.

Tudo bem então, ele está namorando comigo sim, mas isso não quer dizer que ele não pode se divertir. Isso mesmo, não sou aquela namorada grudenta. Ah sim, se divertir, claro que é isso. Citou ironicamente meu subconsciente. Decidi ignorá-lo.

Minha mão hesitou antes de girar a maçaneta da porta. As pessoas já estão olhando torto e cochichando daqui do jardim, imagine lá dentro.

Eu realmente devia voltar, mas havia algo, uma força me puxando para dentro daquela casa, seguindo esse sentimento, entrei, me deparando com várias pessoas bêbadas e suadas com copos nas mãos.

Segui até a sala, provavelmente o Lucas deve estar por lá.

Mas, tive apensas a visão de vários jovens em uma roda, e algumas pessoas sem parte de suas roupas. Isso é no mínino... estranho?

Avistei um dos seus amigos e fui até ele.

"Hum...Dan...é...você sabe onde tá o Lucas?" falei tendo, rapidamente, a atenção de todos presentes ali. Ótimo, odeio olhares pousados sobre mim, principalmente de alguns garotos bêbados.

"É...o Luc? Ele...bem, ele está no...é..."

"Ele está no quarto dele, porque?" disse uma garota de cabelos pretos interrompendo o Dan. Depois de dizer um "aí" ao levar uma cotovelada do Dan. Estranho.

"Eu queria falar com ele."

" É o seguinte boneca, eu acho que ele não vai querer ser interrompido agora, ele está no meio de uma f..."

" Molly!" algumas pessoas do grupo interromperam sua fala. Mas que droga é essa?

"Eu vou até lá, quero falar com meu namorado"

"Hope, é melhor você voltar depois, sabe. Ele disse que...que não queria ser incomodado, porque...é...ele tá com uma pouco de ressaca." diz o Dan.

"Isso, é. Ele está com ressaca." disse outro amigo dele.

Eles não parecem muito convencidos que o Lucas estava doente, mas se fosse verdade? Isso não ta me cheirando bem. Quer saber, vou tirar essa dúvida de uma vez por todas.

Com isso, subi as escadas correndo o mais rápido que eu podia até o quarto do Luc, ouvindo constantemente meu nome ser chamado e ignorando todos por completo.

Quanto mais próximo ia chegando, mais barulhos estranhos eu ouvia.

Ele não estava doente, não com todo esse barulho vindo do seu quarto, lágrimas já escorriam pelos meus olhos e um sentimento de tristeza e ódio já invadiam meu ser.

Mas foi ao abrir aquela porta que meu coração parou e tudo o que eu sentia de mais forte era nojo e medo. Medo porque eu seria abandonada, novamente, pela pessoa na qual eu estava apaixonada.

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E o suspense ficou no ar. O que será que ela vai encontrar?

Eu acho que nesses capítulos terão muitos flaskbacks. E quem sabe se o segredo dela não será revelados neles?

Aguardem o próximo capítulo.


Hope • H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora