Capítulo 6

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Cheguei no Orfanato, com as Irmãs Grace e Mary. Já consigo me lembrar de algumas coisas, mas tudo ainda está muito confuso.

"Hope." falou a Irmã Grace.

"Sim?"

"Acho melhor você ir descansar, como o Dr. Pedro falou, deve está tudo confuso por aí."

"Tudo bem, estou mesmo com sono e cansada." disse com um bocejo.

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Memórias, memórias e mais memórias vinheram na minha mente, tudo veio como um choque para mim, acordei com um salto da cama, como em um pesadelo. Mas na verdade isso é o que minha vida é, um pesadelo. Revivi todo o meu passado, todas as lembranças ruins que eu tive na minha infância. Mas, coisas recentes, como o que me aconteceu ontem não consigo me lembrar, por mais que eu me esforçe, por mais que eu tente lembrar não consigo.
Suspiro pesadamente, e passo a mão pelos meus cabelos. Quase não dormi e agora estou toda suada. Acho melhor tomar um banho para tentar relaxar.

Vou rapidamente até o banheiro, dispo minha roupa e entro em um dos compartimentos para tomar meu banho. Sinto a água quente relaxar minhas costas.
Depois de me lavar volto ao quarto e deito-me, o sono demora a chegar, mais quando vem, me faz adormecer rapidamente.

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Acordo bem mais calma e relaxada, com o sol a bater em meu rosto. Porém ainda não consigo me lembrar das coisas mais recentes...infelizmente, alguma coisa me diz que aconteceu sim alguma coisa importante, mas lembrar que é bom nada...
Coloco um short Jeans, com uma camisa preta de manga curta, calço meus tênis e vou tomar café da manhã.

"Irmã Grace, eu posso dar um passeio? Quero respirar um pouco." perguntei

"Tem certeza querida? E se você não lembrar o caminho?"

"Eu levo meu celular."
Ela pareceu pensativa por um tempo e então assentiu. "Tudo bem. Mas tome cuidado."

Sai, e fui a procura de um parque aqui por perto.

Desde pequena, eu gostava de vir para debaixo desse Ipê, é o único desse parque, e é imenso, acho que uma árvore centenária . Tinha uma vista boa das crianças a brincar, mas também é bastante reservado, o que, para mim é ótimo. Vinha aqui e chorava ao me lembrar do passado, ou até mesmo algo recente. O som da natureza me acalmava, os pássaros a cantar, os ventos a bater nas folhas. Mesmo quando tudo estava calmo e não tinha som, havia o silêncio. Silêncio esse em que se podia haver várias declarações, mas nenhuma em que se realmente foi passada.

Deito minha cabeça no chão e fico a observar as folhas em cima da minha cabeça. Até que as vozes de duas crianças brincando ali por perto me chamam a atenção. Uma garotinha de cabelos pretos e pele parda falava com seu amigo, que tinha uma pele bem branquinha e olhos pretos.

"Você é mesmo meu amigo, obrigada." fala a menininha corando depois de sua fala.

"Eu não vou fazer isso outra vez, desculpa, não queria te fazer chorar, Helena..." fala o garotinho tristemente.

"Tudo bem Erick ."
"Você promete que não vai me deixar sozinha de novo?" pergunta, fazendo olhinhos.

"Eu prometo, até quando eu for do tamanho do meu pai, vou ser meu amigo." sorriu a ela. Que deu um beijo na bochecha do rapazinho e saiu de lá a correr e sentou-se em um banco próximo.

Quando dei por mim, lágrimas haviam chegado nos meus olhos. Eu chorava bastante, Edward e eu tínhamos feitos essa mesma promessa quando era pequena, só que ele não a cumpriu. Ele deixou-me, fiquei lá sozinha no meu antigo Orfanato...

Limpo as lágrimas e vou até o pequeno casal de crianças que se encontrava perto de mim. Não vou deixar que mais uma amizade tão linda seja destruída.

"Olá." sorri meigamente.
"Oi" responderam em coro.

"Eu, estava a ouvir a pequena conversa de vocês dois. E...por favor, não deixem que essa amizade se acabe, lutem por seus objetivos, façam suas vidas, mas nunca deixem de estar sem o outro do seu lado. Tenho certeza que vocês confiam um no outro, e que também são muito pequenos, mas se seguirem meu conselhos, futuramente, vão me entender."

"Obrigada moça" falou a menina que me deu um abraço, e, igualmente o garotinho.

Sai de lá decidida a caminhar um pouco por esse parque.
Fico observando as pessoas caminharem, muitas passando por mim a correr, outras de bicicleta, e umas apenas a passearem com a família ou amigos.

Até que vejo um rosto familiar, um rapaz, era moreno, tinha olhos azuis, e um ótimo físico.

"Hey." falei olhando atentamente para seus olhos a procura de reconhece-lo.

"Posso ajudar?"disse

" Er...eu acho que te conheço de algum lugar, quer dizer você me parece familiar ou algo assim."

"Desculpe, mas acho que você se enganou garota." falou secamente e continuou sua corrida.

Dei de ombros, agora estou virando doida, ótimo Hope, era o que faltava para completar sua coleção de infelicidades.

No caminho vi também jogado sobre a grama um garoto de cabelos cacheados, lábios rosados... também me parece familiar, ele estava de olhos fechados. Mas provavelmente dele ser só mais um engano meu. Por isso, apenas, voltei pelo mesmo caminho até o Orfanato.

Quando cheguei, todas as crianças já haviam voltado da escola e já estavam no refeitório. Fui até lá e almocei juntamente com elas.

Quando terminei, estava me dirigindo até a biblioteca. Mas ouço meu nome ser chamado. "Hope!"

"Olá, Irmã Marge."

"A Irmã Irina, pediu para eu te perguntar como anda sua memória, você já consegue se lembrar de tudo?"

"Eu consigo me lembrar de muitas coisas, inclusive do meu passado, mas nada do dia em que aconteceu."

"Está certo, acho que devemos marcar outra consulta com o Dr. Pedro."

"Acho que sim, é Horrível não poder se lembrar das coisas."

Com isso saiu e segui meu caminho até a biblioteca.
Peguei um livro sobre romance e passei a tarde a ler. Após terminar fui até meu quarto e escrevi um pouco em um livro que tenho. Que por sinal está cheio de poeira, quando tempo não faz que eu escrevi nele.

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Terminei minha janta e a Irmã Mary vem, com um belo sorriso no rosto, até mim.

"Hope. Há alguém lá fora a sua procura, e acho que você irá ficar muito feliz quando o ver."
Quem será para ela falar com toda essa alegria? Deve ser alguém que eu goste muito, mas é estranho, eu deveria lembrar de tal.

E foi aí quando eu cheguei na sala que parei estática no meu lugar, eu simplesmente não conseguia me mexer, falar nada, tudo estava vindo na minha cabeça agora, era muita informação. E tudo o que eu consegui falar, fracamente, e com uma solitária lagrima a descer pelo meu rosto foi:

"Saia daqui agora, e não me dirija a palavra."

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Oii amorees!
Como estão?

Quem acha que a Hope deveria ter parado para falar com o segundo garoto do parque? Euuuu
E quem será que ela encontrou na sala??!

PS: desculpem pela demora, estava sem internet.


Hope • H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora