Capítulo 39

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Sinto meu maxilar enrijecer, minha mão em forma de punho e tudo o que eu vejo na minha frente é vermelho.

Ele avança até mim, com o mesmo sorriso cínico.

"Foi ótimo ver sua namoradinha Styles, só não sei se você vai poder dizer o mesmo..." Então solta uma gargalhada seca de humor e passa por mim batendo no meu ombro.

Rapidamente me viro e acerto um soco no seu queixo, ele cai no chão e vira de lado cuspindo sangue.

"O QUE VOCÊ FEZ COM ELA?" grito na sua cara.

"Exatamente o que você está imaginando seu cretino. Pelo menos quando eu a namorava não deixa ela só, correndo riscos..." não o deixo acabar a frase que fala com dificuldade e dou outro soco no seu rosto.

"Cala a boca." ordeno.

"Isso afetou seus sentimentos? Ela já foi minha, e vai voltar a ser. Mas sua, jamais. E eu não estou dizendo isso como uma hipótese, é um fato."

"Você é um covarde, enganou ela, você a perdeu e ela não vai voltar para você."

"Eu tenho meus motivos e tenho a ela. Hope me ama, ou você acha que qual é o outro motivo para ela não te querer?"

E aquilo é como um soco no meu estômago, mas eu não vou acreditar no que ele diz, ela pode até não me amar, mas também não ama ele. E acabo por depositar toda minha raiva nele, soco todo seu rosto até sentir quatro braços fortes me segurando. Controlo minha raiva ao máximo e me solto dos seguranças.

"Você ainda não se livrou de mim Styles, eu vou voltar, e bem pior do que você imagina. É só o começo." ele grita enquanto os outros seguranças o levam para fora daqui. Volto a ficar só e dou um soco na parede. E a adrenalina presente no meu corpo não me permite sentir dor.

Entro na droga do elevador e pressiono os botões com força. Vejo minha mão com sangue nos nós.

Assim que subo com as sacolas vou até um banheiro e lavo. Não quero que a Hope veja isso. Porque ela está aqui. Eu sei que está.

Corro até a sala de espera e em uma cadeira de costas vejo uma garota abaixada. É ela. Ando até lá, mas, um pouco mais perto, vejo que não é ela.

Rapidamente sinto meu coração ser comprimido. Largo as coisas lá e corro. Ela pode estar no banheiro aqui perto, nada aconteceu ela tá aqui.

Chego perto da porta e ouço um choro baixinho. Ignoro o fato de ser o banheiro feminino e entro.

"Hope?" chamo mais não tenho resposta.

Vou passando pela porta e abrindo os compartimentos. Até que acho um fechado.

"Hope? É você?" continuo a chamar. Mas agora já não ouço choro.

"Por favor, abre, é o Harry."

A porta destrava e aos poucos ela vai se abrindo. Revelando uma garota de cabeça baixa.

"Eu... Eu não sei quem é essa menina. Mas ninguém veio até aqui, estou sozinha um bom tempo." diz entre soluços.

"Desculpa, eu não queria..." falo e ela me corta com um assentir de cabeça. Sinto cada vez mais o medo se apoderar de mim.

Será que ele foi capaz de ter feito realmente algo com ela? Eu juro, que se ele tiver encostado um dedo nela eu acabo com ele.

Continuo a correr por dentro daquele lugar pergunto por todos se alguém viu uma garota de cabelo ruivo sozinha ou com...um cara de lado.

Mas as únicas respostas que eu tenho é que os estão ocupados para isso. Ou não viram. Ou "Eu não decoro as pessoas que passam por aqui, moço."

Vou até o andar da minha mãe e pergunto a ela sobre a Hope. Mas nada novamente.

Não sei mais aonde ir.

Subo até o terceiro e último andar. Passo pelo quarto da Agnes e ela não está lá. Acabo por não entrar, se ela souber que eu estou procurando a Hope vai ficar mais preocupada e o fato dela está doente gravemente já é o bastante.

Continuo a correr desesperado, cego, eu só queria achar ela. Então Bato no ombro da mesma enfermeira que esta cuidando da Agnes.

"Graças a Deus, alguém."

"Olha eu sei que você não foi muito com a minha cara, mas você viu aquela ruiva que estava comigo?"

"Sério? Eu tenho mais o que fazer garoto." diz e continua andando.

"Por favor, é sério. Só você pode me ajudar." Ela continua calada enquanto encaro-a.

"É dinheiro que você quer?" mexo nos meus bolsos desesperadamente. "Eu tenho apenas isso, mas, por favor, me diz."

"Garoto, para que ta feio. Eu não sou dessas. É... Ela passou para lá." aponta para a longa continuação do corredor.

"Estava numa maca com dois médicos ao seu lado. Não entendi muito bem, mas..."

Tenho meu corpo imóvel, congelado de medo, aflição... Mesmo sem controle do meu corpo corro enquanto grito agradecendo aquela mulher.

Minhas mãos estão suadas. O que caramba ela estava fazendo com dois médicos do lado dela? E porque não era o Lucas que estava lá? Não que eu ache ruim não ser ele, mas isso é pior.

Corro olhando os quartos e não vejo nada dela. Começo a entrar em desespero. Eles sumiram com ela? Sequestraram?

Foda-se. Onde ela está!

Olho na minha frente à parede vazia. O final do corredor. Não há mais caminho.

Quando me aproximo, consigo ver uma porta. Da mesma cor da parede.

Ela leva ao terraço. Claro, eles a levaram para lá.

E se jogaram ela lá de cima? Engulo em seco apenas com o pensamento. Não o fizeram. Se tivesse feito isso havia algum movimento lá em baixo.

Abro a porta e subo alguns degraus, um vento congelante me atinge fortemente. Sinto minhas mãos arderem.

Não existe quase nada aqui em cima. Dou um giro 360 graus a procura dela. E as poucas coisas que vejo são sacos ou alguns entulhos no canto. Vou até lá, é o único lugar em que ela pode estar. Infelizmente.

Procuro puxando os sacos e nada.

Até ver alguma coisa se mexendo do outro lado. Tem que ser ela. Eu não aguento mais toda essa agonia.

Puxo alguns sacos e vejo seu corpo estirado ali. Sinto um alívio imediato quando consigo ver seu rosto e seus longos cabelos, que mesmo bagunçados, caem perfeitamente sobre si. Sua expressão é de confusão e medo. Porém minha felicidade em vê-la é maior que qualquer coisa.

"Oh Meu Deus Ho, você está bem."

Pego nela estilo noiva e a retiro de perto daquele lixo. Sento-me e a coloco em cima das minhas pernas. Ela não fala nada, apenas se mexe às vezes, vagarosamente.

Fico abraçado a ela como se fosse à última coisa do mundo até sentir seu choro molhar minha camisa.

"Não chora, tudo isso já acabou." Tento a reanimar.

"Eles vieram aqui Hazza... Doparam-me, mas ainda consegui ver e ouvir alguma coisa. Foi terrível. Eu só quero tirar isso da minha mente."

"Eles te machucaram?" pergunto esperando que a resposta seja não. Que esteja tudo bem com ela. Que esse choro não seja de dor.

Ela me encara um pouco, levanta com dificuldade, vai até a luz e vira de costas, puxando sua blusa. E a única coisa que eu sinto é ódio mortal se apoderar de mim quando vejo o que fizeram no seu tronco. E, como dizem, vou chutar toda a merda fora de quem fez isso a ela.



Hope • H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora