Capítulo 24

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POV Harry

Quando aquela lágrima caiu de seu olho, quando ela falou aquelas palavras acabou para mim. Apartir daquele momento tudo desabou para mim. Meu maior medo, se tornou real. Eu não podia mais com isso.

Primeiro eu descubro sobre meu pai. E agora, a última esperança da minha vida, o meu sonho, minha felicidade se desfaz. Ela não gosta mais de mim. A pequena garotinha de cabelos vermelhos que eu amei, minha vida inteira. E que ainda amo, me rejeitou.

Flashback on

No meio da noite sinto alguém me chamando, me balançando para eu acordar.

Abro meus olhos e vejo que a Senhora Lourdes me chamando.
Tenho medo dela. Sempre ela é muito brava e sempre nos da muitas ordens também.

"Levanta-se garoto. Agora." fala muito rude e sussurrando.

Rapidamente tiro os lençóis de cima de mim e fico de pé.
"Quero que arrume todas as suas coisas dentro desta bolsa, rápido e sem fazer barulho para não acordar ninguém." sem saber o que fazer apenas obedeço ela.
Por que ela está fazendo isso?
Ela vai me mudar de quarto?

Tenho poucas coisas. Alguns pares de roupas... Uma foto dos meus pais, um carrinho e o quadro que a Hope fez para mim. Por isso, tudo vai para dentro da bolsa logo. Mas como o quadro não dá então deixo ele debaixo do meu braço e coloco a mochila nas costas seguindo para fora do quarto.

"Bom. Já ia chamar você de novo. Agora vamos, anda."
Fala me empurrando.

"Para onde a senhora vai me levar?" pergunto inocente e curioso.

"Você vai embora daqui garoto, não quero saber mais de você perto daquela problemática de cabelo vermelho." diz irritada.

"O que? Não, eu não quero ir. Por favor." falo tentando fugir do seu braço que está segurando o meu.

"Cala a boca pirralho."

"Por favor, eu... Prometo que me comporto e tiro notas boas. Apenas deixa eu ficar aqui." falo já chorando.

"Você não vai mais ficar aqui. Eu que mando." fala agressiva dando um tapa em meu rosto. Sinto arder naquele lugar.

Meus amigos daqui já falaram que quando ela fica brava faz isso com a gente. Dói muito.

Passo a mão no meu rosto tentando aliviar a dor enquanto choro.

"Deixe só eu me despedir dela, por favor. Só quero vê-la uma última vez." imploro para ela.

"Deixa de ser babaca menino. Vá tirar essa frauda primeiro para você poder ficar de namorico com alguém." fala gargalhando em seco.

"Mas... Eu já sou grande, não uso mais frauda." digo sem entender o que ela me falou.

"Você é uma Anta, fecha essa boca." debocha de mim.

Eu queria ver ela pelo menos uma última vez. Gosto muito da Hope, queria me despedir dela...
Será que vai sentir minha falta? Ou vai notar que eu fui embora? Espero que o Jake não venha para cima dela enquanto eu não estiver aqui.
Ele quer tirar ela de mim, não gosto dele.

"E para onde você pensa que vai com tanta tranqueira? Não vai levar esse quadro.
Uma futilidade só sabe acumular espaço." fala e antes que possa proteger o meu presente mais especial ela arranca ele do meu braço, jogando no balde de lixo perto da saída quebrando sua estrutura de madeira. Ergo meus braços tentando pega-lo mas um cara forte me pega nos braços me levando daquele lugar e me colocando em dentro de um carro.

"Você sabe o destino Jonh." fala a Sra. Lourdes para o cara Fortão que balança a cabeça afirmando.

Para onde eles vão me levar? Eu quero ficar aqui com ela.

Eu volto Hope, juro que volto para te encontrar. Digo mentalmente chorando brandamente.

Flashback off

. Sento na cama do dormitório, apoio os braços noa joelhos e deixo minha cabeça cair entre minhas mãos.

Odeio esse dia, odeio aquela mulher, odeio ter deixado minha Hope. Eu tentei tanto. Assim que minha mãe, a Anne, me adotou no outro Orfanato, eu pedi a ela para me levar de volta naquele lugar, e ela me levou. Mas a Hope já não estava mais lá. Eu falhei, não cumpri minha promessa de voltar até ela.
Mais lágrimas rolam pelos meus olhos.

Deixei ela sofrer esses anos todos. E não corri atrás dela.
Eu entendo o fato dela me odiar, entendo completamente. Eu sou um covarde.

POV Hope

Quando sai de lá, fui correndo para o dormitório meu e da Karol. Todos os alunos ainda estavam em aula, e eu, sinceramente, não tenho cabeça para assistir aula hoje.

Abro a porta e vou até o banheiro, preciso de um banho para relaxar um pouco, também preciso tirar esse sangue do meu rosto e da minha mão.

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A tarde toda eu fiquei só deitada na minha cama, um pijama quente, assistindo filme e comendo besteira.

Mas, quando escuto passos pesados se aproximando da porta dirigido minha atenção até lá.

Quer dizer, é estranho, ainda não está na hora de acabar as aulas e o som dos passos da Karol é algo mais delicado e silencioso, não como esse som que parece ser de botas.

Está cada vez mais próximo da porta e chega em um ponto que eu consigo ver sua sombra debaixo da porta.
Fico aguardando a tal pessoas misteriosa abrir a porta, mas passa um certo tempo e nada da maçaneta girar. E então a pessoa simplesmente sai da porta e refaz seu caminho.

Como a grande curiosa que sou, espero este se afastar só mais um pouco e abro, silenciosamente a porta. Vendo o Harry/ Edward saindo dali em passos lentos e com a cabeça baixa.

Aperto mais ainda a maçaneta da porta nas minhas mãos, eu queria ir lá até ele pedir desculpas, conversar com ele, falar de todas as coisas que passei nesses anos... Mas, como a grande covarde e idiota que sou, não hajo logo, e então ele já está longe demais para eu chama-lo.

Desculpa bastante criativa Hope. Como se você não pudesse gritar, ou usar os pés e ir até ele. Comenta sarcasticamente meu amável subconsiente.

Suspiro e volto para quarto, sento na cama e passo as mãos no cabelo e em meu rosto frustada.

Mas vejo a hora e sei que daqui a pouco a Karol chega, não posso deixar ela me ver assim. Vai me enxer de perguntas.

Tiro meu pijama e visto uma roupa mais "normal" para se usar em uma tarde fria e chuvosa. Jogo os papéis de guloseimas no lixo e arrumo a cama. Assim que termino, minha amiga já se encontra no quarto e me encara muito seriamente.

"Dona Hope Brodbeck, você tem muito o que me contar."

Hope • H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora