Capítulo 30

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Quando aqueles perversos olhares se pousaram em mim vi uma espécia de brilho no olhar daqueles caras. Eu era como um prêmio para eles, a solução do seus problemas. Eu ainda estava estática no meu lugar. O que é uma Bela idiotice minha, eu deveria estar correndo a quilômetros. Mas meu corpo parece estar colado no chão. Ou então meu cérebro parou de enviar comandos para o meu corpo.

Como em câmera lenta vejo eles se entre olhando. E quando vejo já estão correndo atrás de mim. Dessas vez eu consigo sair do lugar e correr o mais rápido que posso. Sorte isso também já ser de grande prática minha. Fugia sempre.

Já se passaram algumas ruas, estou indo em direção ao ponto de táxi, mas eles ainda estão atrás de mim. Sinto já meus pulmões ardendo e estou respirando com dificuldade. Porém continuo a correr como se minha vida dependesse disso.

Mas sua vida depende disso, literalmente.

Obrigada pelo belo encorajamento subconsciente...

Olho para trás e consigo ver eles retirando algo de dentro do bolso. Intercalo meu olhar entre o caminho que estou fazendo e olhar para trás. Vejo então um metal "brilhante" saindo de de trás dele, é uma faca melada já com sangue provavelmente de outra pessoa. Eles estão muito perto de mim. Tento procurar algo para ataca-los também, mas não há nada.
Olho para trás de novo e vejo ele projetando seu braço para trás e arremessar a faça contra mim. Minha respiração para, mas não desisto de correr. Ouço o som do metal da faça batendo no chão e como não sinto dor vejo que a força que ele colocou para jogar não chegou até mim. Ainda bem!

Cada vez que corro parece que não estou apenas aumentado o espaço entre mim e minha ajuda, e diminuindo entre esses assasinos. Eu não estou aguentado mais. Minha respiração está mais que ofegante, tudo dentro de mim está queimando, meus pés já doem, o vento gelado batento contra minha pele só dificulta mais...

Sinto um dor aguda na minha perna direita, um pouco acima do joelho passo a mão e a dor aumenta. Um corte, grande!
Oh meu Deus! Mas quantas facas esses loucos têm?

A dor fica mais forte a cada vez que movo minha perna, o sangue jorra forte, luto contra isso, e tento correr mais, porém vou perdendo velocidade, até que, muito fraca, caio no chão, como se apenas estivesse esperando minha morte. De novo eu vou decepcionar o Harry...

Sinto frias e grudentas mãos pegar forte no meu braço, eles me alcançam com um sorriso malicioso no rosto. Seguram um de cada lado do meu corpo e me levam para dentro de outro beco ali por perto.

É o meu fim. Eu não posso lutar contra esses homens, não consigo correr...

"Não foi a melhor coisa fugir não é boneca?" fala um deles passando a mão no meu rosto enquanto me viro de lado para não ver aquele sorriso amarelo.

"É só você ficar quientinha que não vai sentir nada. Vai ser rápido lindinha." fala outro me deixando com mais medo.

Eles vão se aproximando mais, e eu me afastando, até chegar ao limite, o final do beco, uma parede. É agora, não consigo fugir mais... Meu destino é ser morta por dois monstros. Se ao menos eu pudesse sair correndo ainda tentava ataca-los, mas a minha perna...

Um deles se aproxima de mim, segura minha cintura e me aproxima dele, me fazendo sentir um odor terrível. Ele tenta me beijar mas eu viro o rosto e então vejo ele segurar meu máxilar e me forçar a ficar de frente para ele e com a boca aberta pela grande forte que ele está fazendo. Ouço tiros. E paro rapidamente o que fiz. Esse foi o meu fim. Eu morri. Não sinto mais nada, nem respiro.

Porém, escuto mais barulhos e de repente o homem se desgruda de mim e um rajada de vento embate contra meu corpo. Abro meu olhos devagar ainda incrédula e vejo os dois homens caídos na minha frente e um polícial ainda na posição que provavelmente, atirou.

Choro, forte e desesperadamente. Essa foi mais uma das horríveis experiências na qual fui submetida. Corro até o polícial.

"Por favor moço, me tire daqui! Por favor! Não quero nunca mais voltar aqui." imploro.

"Calma menina, vou fazer isso. Eles te machucaram? Chegaram a tocar em você?"

"Eles jogaram uma...f-faca na minha perna." falo tremendo e com dificuldade, mostro o local do corte.

"Vou levar você no hospital e depois que resolvermos isso te levo para casa está bem?"

Apenas assenti e ele me ajuda a entramos no carro.

"Mas eu posso saber o que você estava fazendo na rua uma hora dessas sozinha? Deveria saber que é perigoso." fala o polícial.

"Bem... Eu... Hãm..." não posso falar a verdade a ele.
"estava voltando do Hospital tive uma tontura forte e fui até lá. Mas não encontrei um táxi novamente para eu voltar para casa."

"Ah, está certo" diz parecendo acreditar. Agradeço, pelo menos uma vez na vida ter conseguido uma desculpa boa. " Bem então vamos voltar para lá, temos que tratar esse ferimento."

Fraca, apenas assinto.

[...]

Depois de ter passado no hospital eles apenas colocaram uma proteção no meu ferimento, e eu fui liberada. Já estou no carro com o polícial, que descobri se chamar André. Agora, mais calma consigo ver alguma de suas características, ele é branco, alto e tem cabelo preto. Se tornando bastante charmoso.

"Então Hope, aonde posso te deixar?"

Eu deveria pedir para ele me deixar na Universidade, eu sei. Mas também sei que só vou conseguir dormir quando souber do Harry. Tenho que tentar minha última esperança. Tenho que procurar nesse último lugar.
Por isso, como arquitetado na minha cabeça, peço para ele me deixar lá. Já é um dinheiro que eu economizo, e também vou segura.

"O senhor poderia me deixar no Orfanato St. Mary Magdalene?"

"Estaremos lá."

Cansada, apenas encosto a cabeça no vidro e como de costume olho por lá. Vendo a escuridão da noite...

Dessa vez eu acho o Harry. Ele tem que está lá no Orfanato em que vivíamos quando mais novos. Eu sinto que ele está lá.

Já passei por tanto só para chegar nesse lugar que tem que ser ele! Por favor que ele esteja lá.

Se não estiver... Não sei mais o que fazer ou onde procurar. Essa a última esperaçanca que me resta.

"Bem menina Hope, acho que você já está entregue."

"Estou sim polícial André, agradeço muito."

"Apenas faço meu trabalho."

Depois que ele fala isso, apenas saio em direção aqueles velhos portões que me trazem muitas memórias. Boas e ruins.

Toco a campainha. Esperando alguém abrir.
O carro do policial ainda se encontra fora, acho que ele está a espera que me abram a porta.

Ouço o som de correntes sendo soltas, e travas destrancados e também alguns resmungos com voz de sono do tipo:

"Mas quem será a uma hora dessas...?"

No final de algum tempo, a imagem de uma doce velhinha na qual sentia muita falta aparece a minha frente.

Ela sobe as mãos a boca e arregala os olhos em surpresa.

Sem conter minhas emoções choro e a abraço.

"Como senti sua falta, Senhora Emily!"


Hope • H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora