Capítulo 7

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Eu simplesmente não posso acreditar? Como? Como ele é capaz de vir até o Orfanato falar comigo? Mas é muita cara de pau para um pessoa só.

"Hope, deixa eu falar." disse ele.

"Lucas, eu já disse tudo o que eu tinha para dizer a você. Eu não quero saber mais. Não quero que venha aqui tentar falar comigo, por que suas ações já disseram tudo.
Então volta para a droga da tua casa e me esquece."

"Eu não vou desistir, Hope..."

"SAI!" Grito ainda mais como ele. Que com isso se dirije até a porta.

"Mas que gritaria é essa aqui Hope? Você sabe que não gostamos dessa atitude."

"Por favor Irmã Grace, me deixa em paz. Eu to fazendo de tudo para não ser rude com a senhora." dito isso saiu e vou em direção ao parque. Eu preciso ficar sozinha, preciso pensar.

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Chego naquela árvore que já viu todos os meus choros, que sabe minha vida inteira e deito-me sobre as folhas espalhadas naquela grama.
Eu queria saber o que ele queria me dizer. Mas eu não podia dar essa liberdade a ele, não podia deixar que ele falasse e me destruísse mais, me visse chorar na sua frente, visse que eu sou fraca, e que ele conseguiu me derrotar.

Ele estava calmo. Demais até. Eu achava que depois do que aconteceu ele nunca mais olharia na minha cara...ele, talvez, parecia... Arrependido?

Não! Não vou deixar ele me enganar de novo. Isso deve ser mais um dos seus joguinhos. O dia, a vida passa muito rápido para se perder tempo com quem não te ama ou te da valor. Eu não aguento mais coisa ruim na minha vida. Não quero mais pensar nisso.

Deito-me levar pelo som da natureza, fecho meus olhos e apenas ouço.

...

Levanto, rapidamente, e assustada, quando me lembro. A Universidade. Eu já deveria ter entrado lá a três dias.

Neste mesmo instante saio de lá a correr em direção ao Orfanato.

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"Irmã Grace! Irmã Mary, alguém por favor!" falo isso correndo por todo Orfanato.

"Hope, você está melhor?"
Diz Agnes aparecendo misteriosamente no meu caminho. Quanta saudade eu estava dessa pequena.

"Agnes, que saudade minha princesa, vem cá me da um abraço." digo abrindo meus braços.

"Olha, eu queria muito ficar aqui conversando com você, mas eu tenho que achar alguma das Irmãs, eu prometi que depois te procuro. Você viu alguma delas?"

"Elas estão em seus quartos, acho que você não pode ir lá agora."
"Por que você não procura a Irmã Irina?"

"Boa ideia linda, vou até lá. " digo isso me soltando de seu abraço e indo até lá.

Será que eles não vão me aceitar mais? Ou...ou...não sei.

Bato a porta e chamo: "Irmã Irina, eu posso entrar?"

"Claro, entre. Temos muito o que conversar."
...
"Mas, você, a que veio aqui?"

"Bem, eu lembrei agora a pouco, que fazem três dias que minhas aulas na Universidade começaram. Aí eu queria saber se, por eu ter faltado, vai afetar em alguma coisa."

"Nos informamos a Diretoria de lá que você estava no hospital, mas que assim que melhorasse iria para lá. E como nota-se que você já está bem, vou providenciar para sua partida da amanhã cedo."

"Certo. Mas e a senhora? O que queria falar comigo?"

"Você sabe que todas as crianças e adolescentes aqui presentes, na hora do toque de recolher devem estar devidamente em seus dormitórios e em suas camas. O que não foi o caso na noite em que encontramos você no hospital no outro dia. Então, como você já consegue se recordar, poderia me explicar o que aconteceu com você Hope?" fala ela, muito seriamente.

Droga, agora, como eu vou explicar a ela que eu peguei meu namorado na cama, com duas? Logo ele, que elas confiavam tanto que me permitiram namora-lo, mas também com todo aquele teatro por cima, até o Papa acreditaria.

"É uma longa história Irmã Irina, peço desculpas, apenas me deixe ir. Eu tenho que organizar minhas coisas para amanhã."

"Não seja por isso, temos muito tempo Srta. Brodbeck, pode começar." fala com segurança.

Rolo meus olhos mentalmente. Já vi que vai ser difícil convence-la.

"Como todos aqui no Orfanato sabem, eu namorava o Lucas. "

"Sim" disse me incentivando a continuar.

"Na noite em que eu não voltei, eu ia visita-lo. Porem quando eu cheguei na casa dele..." eu já estava chorando, aquela cena...eu não queria relembra-la...

"Continue. Mesmo sendo difícil." diz

quero saber o por que da senhora querer saber tanto da minha vida...

"E-ele me t-traiu, e só estava namorando c-comigo por uma aposta..." falo soluçando e eu sei disso, mas parece que falar em voz alta, me faz realmente ver que isso é verdade, dói mais.

"Oh, desculpe, eu não sabia."

Mas poderia não ter me obrigado a falar quando visse que eu estava chorando.

"E isso me magoou muito, daí eu sai um pouco, sozinha, eu precisava pensar. E não sei como acabei dormindo na rua..." falo tudo logo para era me deixar em paz de uma vez.

"Tudo bem, dessa vez eu vou deixar passar. Pode voltar para seu dormitório, já está tarde."

"Certo." digo e levanto da cadeira indo em direção a porta.

"Hope, já deixe suas coisas prontas, você irá cedo."

"Irei prepara tudo agora." digo e saio, indo em direção a minha cama.

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Depois de ter tomado meu banho, Ajeito minhas coisas para amanhã e vou em direção a minha cama.

"Ho?" ouço uma voz fraquinha a me chamar.

"Agnes?" falo e vou em direção a sua cama. Ao chegar lá vejo minha pequena chorando.

"Agnes o que aconteceu?" pergunto passando meus dedos entre seus cabelos.

"Eu t-tive um s-sonho ruim."
Diz soluçando.

"Oh, princesa eu estou aqui, era tudo de mentirinha, não precisa se preocupar mais. Eu vou ficar aqui com você até o seu sono chegar." falo beijando seus cabelos.

"Okay" sussurra.
Fico me perguntando o que se passa por essa cabecinha, será que ela sonha com o seu passado como eu? Ou...

"Você vai me abandonar?" pergunta ela, quando eu achava que já estava dormindo.

"O que? Não Agnes, nunca farei isso com você. Eu vou só ficar uns dias na minha escola, mas vou ficar sempre vindo visitar você. Vai ser sempre do mesmo jeito." ela apenas assentiu como resposta.

"Por que você está me perguntando isso?"

"A sua conversa com a Irmã Irina, no seu aniversário..."
Diz ela e noto que ela estava a ouvir sobre minha Universidade e sobre o Lucas.

Balanço a cabeça em confirmação e continuou em silêncio pensando e deixando minha pequena dormir.

"Eu não gosto mais do Lucas, ele é muito mal." diz tempos depois

"Sim Agnes... Ele é sim..."
"Agora durma."


Hope • H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora