Capítulo 5

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Ivan

Minsk, Bielorrússia

Olho através da janela do carro e única coisa que vejo é uma fileira de prédios cinzas idênticos uns aos outros. Nunca conheci um país com tão poucos atrativos como esse, espero que pelo menos o teatro seja minimamente confortável.

Não escondo minha indignação e sei que isso está divertindo Maxim, porque a cada olhar irritado que mando a ele, o bastardo apenas ri.

Sei que era minha obrigação vir aqui conhecer minha possível futura esposa, mas isso não quer dizer que eu tenha que ficar feliz. A começar por esse país que mais parece um quintal da Rússia, as pessoas aqui falam o mesmo idioma, no entanto não se consideram russos. Além disso, sou obrigado a assistir a um espetáculo de ballet de duas horas de duração. É uma futura aliança que está saindo mais cara do que planejei.

- Coloca um sorriso no rosto, Ivan, está prestes a conhecer sua futura esposa. - Meu amigo me provoca, me fazendo cerrar meus punhos.

- Filho da puta. - Xingo sem me preocupar com o motorista nos ouvindo. Maxim tem sorte de ser meu amigo de infância, porque se fosse qualquer outro homem me provocando, não iria sobreviver para contar história.

Viemos para Minsk de jatinho particular e a viagem durou no máximo duas horas. Olga não pode vir conosco, porque precisou ficar de olho nas minhas irmãs, principalmente Karina. As duas são as princesas da máfia, não é qualquer pessoa que pode cuidar delas, tinha que ser alguém de confiança.

Depois de alguns minutos, o carro estaciona em frente à casa que alugamos apenas para passar o final de semana. Não é muito grande comparado com a mansão que moro em Moscou, mas como são apenas dois dias, dá pro gasto.

Os seguranças descem dos veículos que estavam nos seguindo e vão verificar toda a propriedade. Quando está tudo certo, eles fazem um sinal e assim descemos do carro.

Logo que entramos na casa já ligamos o aquecedor e tiramos nossos casacos e botas. No entanto, mantenho minha arma na cintura. Sou desconfiado por natureza, nunca se sabe quando pode rolar um ataque surpresa.

- Esqueci de comentar, mas vamos a um jantar na casa de Alexei depois do espetáculo. - Maxim diz depois de pegar um lata de cerveja na geladeira que provavelmente os funcionários compraram e deixaram para nós. Ele se acomoda no sofá e me encara com um olhar zombeteiro. - Vai ser uma ótima oportunidade para conversarem mais sobre a aliança.

- Maxim, você está fazendo um esforço muito grande para que eu te esfole vivo. - O bastardo dá risada, mas em seguida fica sério.

- Falando sério, Ivan. Esse acordo é algo muito importante para nós, digo isso como seu futuro subchefe e amigo. Isso só vai nos consagrar como líderes supremos da Bratva. É um sacrifício em prol de um bem maior.

Apesar da minha relutância, no fundo sei que ele está coberto de razão.

Tenho muitos defeitos e não me considero uma pessoa boa, mas pela minha organização e pela minha família eu faço qualquer coisa, até mesmo sacrificar meu poder de escolha e minha liberdade.

Tenho muitos defeitos e não me considero uma pessoa boa, mas pela minha organização e pela minha família eu faço qualquer coisa, até mesmo sacrificar meu poder de escolha e minha liberdade

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O Demônio de Moscou - Triologia Irmãos Kozlov (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora