Capítulo 28

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Ivan

Desde que fiquei noivo de Milena, soube que não seria uma mulher passiva, e o que aconteceu hoje com Natasha só prova isso. O fato de ter jogado suco no rosto de minha assistente e depois ter apontado o dedo na minha cara enquanto gritava mostra que nunca abaixará sua cabeça para ninguém, muito menos para mim.

Nunca lidei com alguém assim. As pessoas normalmente têm medo de me dirigir a palavra, por isso acabo convivendo com puxa sacos tentando me agradar a todo o momento. Ter Milena e sua sinceridade ao meu lado traz um sentimento bom, pois sei que tudo o que faz é porque quer e não porque acha que vou gostar.

Após seu breve desabafo, deixo que suba para seu quarto, porque sei que está estressada e necessita se acalmar. Também preciso resolver essa situação com Natasha de uma vez por todas, então espero Milena sumir da minha vista para ir até o local que Yerik levou minha funcionária.

Assim que entro na sala de visitas que fica próximo a entrada da casa, dou de cara com Natasha se levantando rapidamente e vindo em minha direção com os olhos cheios de lágrimas.

Yerik prontamente segura seu corpo para que não se aproxime mais, pois sabe que minha paciência é curta, ainda mais para dramas como esse.

- Essa louca jogou suco em mim, Ivan, e você não vai fazer nada? Nunca fui tão humilhada. - Ela soluça exasperada.

Minha vontade é de revirar os olhos para essa atuação ridícula. É claro que não está nem um pouco ofendida, quer apenas que eu fique puto com a situação e brigue com minha esposa, algo que não vai acontecer de forma alguma.

- Basta, senhorita Sabalenka. - Falo tão impacientemente que vejo seu corpo tremer de susto. Ótimo. - Cheguei em casa disposto a aproveitar a lua de mel ao lado de minha mulher e no fim sou obrigado a lidar com essa situação de merda. Em primeiro lugar, o que faz aqui? Não me lembro de ter pedido sua ajuda.

Vejo seus lábios tremerem de receio. Ela demora um pouco a responder e imagino que esteja pensando numa boa desculpa para sua atitude.

- Eu... eu imaginei que estaria atarefado por conta do sumiço da senhora Federova e quis ajudar... - Não me surpreendo com seu descaramento. - Me perdoe se indavi seu espaço...

- Invadir meu espaço? Você veio até a casa onde estou passando a lua de mel sem ser convidada e ainda por cima passou o dia provocando minha mulher trazendo um passado, que prefiro não me lembrar, a tona. - Despejo toda minha ira de uma vez. Não vou deixar que desrespeitem minha esposa. Uma ofensa a ela, é uma ofensa direcionada a mim. - Isso foi longe demais.

- Me perdoe, Ivan, eu achei que estava ajudando...

- Primeiro que é senhor Kozlov ou pakhan para você, senhorita Sabalenka. Em segundo lugar, deveria ter cortado suas asinhas há muito tempo e não deixar que situação chegasse a esse nível. - Faço um sinal para Yerik a leve de uma vez por todas daqui. - Você será transferida para outra cidade.

Me preparo para sair da sala, mas ela segura meu braço descontrolada.

- Não pode me tirar do cassino. - Ela grita fincando suas unhas em meu braço.

- Não só posso como já fiz. - Dou um sorriso irônico. - Espero que tenha sido a última vez que provoca minha mulher, da próxima não serei tão bondoso.

Saio do local sem olhar para trás, apenas ouço os gritos de revolta de Natasha e vou direto para as escadas, pronto para ir de encontro com Milena, que provavelmente está emburrada em seu quarto com raiva e ciúmes.

Nunca imaginei que alguém tão pequeno fosse capaz de ficar tão irritado assim.

Quando estou quase chegando no cômodo, vejo uma das funcionárias que contratei prestes a bater na porta do quarto. Vejo que carrega uma bandeja, provavelmente com o jantar de Milena.

Assim que me vê, seu olhar muda de neutro para assustado como em uma passe de mágica e suas mãos tremem quase derrubando a comida.

- Pode deixar comigo. - Aviso tomando a bandeja de sua mão. Ela aceita rapidamente me entregando e logo em seguida sai correndo.

Abro a porta e meus olhos buscam avidamente pelo diabinho loiro. Logo vejo que está encostada no sofá junto à janela, observando a paisagem de fora. Percebo que seus olhos estão inchados e vermelhos, mostrando que estava chorando.

Deixo seu jantar em uma das cômodas do quarto e vou andando em sua direção.

Ela percebe minha presença e vira seu rosto para a janela, tentando me ignorar. Em seus lábios se formou um biquinho emburrado, tento me segurar para não mordê-lo.

- Vai embora, Ivan. Quero ficar sozinha.

Ignoro seu pedido sentando ao seu lado no sofá. Tiro a coberta de cima de seu corpo, revelando seu pijaminha sexy de renda preta. O decote em seus seios é grande, o que me deixa sedento por tirar o tecido da frente e sugá-los, mas me concentro no meu objetivo de fazer as pazes.

- O que está fazendo? - Ela pergunta pronta para discutir, mas não respondo, apenas seguro suas pernas e faço com que monte meu colo.

Milena, que estava emburrada e com raiva, arregala os olhos ao sentir minha ereção entre suas pernas.

- Você está sentindo isso? - Aperto seus quadris macios fazendo com que ela rebole timidamente. - É assim que fico quando estou perto de você, loira. Só você.

Minha mulher agarra meus ombros e solta um leve gemido.

- O que aconteceu com Natasha é passado, peço desculpas pelo que ela fez e não vai se repetir. - Faço com que me encare. - Você é a minha mulher, porra, e eu quero só você. Vamos esquecer essa mulher e focar em nós, por favor? Vamos aproveitar nossa lua de mel.

Milena dá um leve aceno em resposta.

Estou prestes a beijá-la, quando ela se afasta um pouco e olha no fundo de meus olhos.

- Estou cansada de esperar, Ivan. Eu quero você.

Nota da autora:

- A continuação dessa noite vai sair amanhã! Me empolguei demais e ficou muito grande. Ainda não terminei, mas prometoo que sai amanhã a tarde!

O Demônio de Moscou - Triologia Irmãos Kozlov (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora