Prólogo 1

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Ivan

Muitos anos atrás

Moscou, Rússia

O suor escorre pelo meu rosto a medida que Maxim tenta me acertar. Consigo desviar, mas a luta não termina. Posso derrotá-lo a qualquer momento, no entanto gosto de deixar meus adversários pensarem que têm alguma chance contra mim.

Quando vejo meu amigo abaixar minimamente a guarda, aproveito a chance e o golpeio com um gancho de direita. Maxim cai no chão pelo impacto do golpe soltando um grunhido de dor. Ele tira as luvas de box com raiva e leva as mãos ao rosto.

- Filho da puta. - Resmunga quando me aproximo e estendo a mão para ajudá-lo a levantar. - Estava inspirado hoje.

Não falo nada, apenas aceno com a cabeça. Sempre que venho para a academia de luta é porque alguma merda aconteceu em casa, e ultimamente isso tem acontecido bastante. O box me ajuda a descontar a raiva.

Pego minha garrafa de água e toalha no canto do ringue, seco todo meu rosto, mas estou tão suado que não é o suficiente, apenas um banho gelado ajudaria.

- Seus pais brigaram de novo? - Maxim pergunta. Solto um suspiro cansado.

- Eles sempre brigam, só que dessa vez foi mais pesado. Chegaram a quebrar alguns móveis, o que assustou Katya. Ela veio chorando para meu quarto e dormiu abraçada comigo. - Tento não lembrar dos olhos cheios de lágrimas da minha irmãzinha e de seu desespero, porque fico mais furioso do que já estou.

- Sergey chegou a bater em Yelena? - Meu sangue sobe quando ouço o nome do meu pai.

- Não, eles nunca se agridem. Meu pai e minha mãe gostam de quebrar objetos e de usar todos os palavrões possíveis, mas agressão nunca. - Falo pensativo. E se tivesse agressão, com certeza eu me meteria nas brigas. Nunca deixaria Sergey encostar um dedo nela.

- Então, aconteceu o que sempre acontece. - Descemos do ringue e vamos em direção ao vestiário em silêncio. - O que tanto te perturba? Está mais quieto que o normal.

Pego minhas roupas no locker enquanto penso em tudo o que aconteceu nos últimos dias. Eu e Maxim somos amigos desde que nascemos, nossas famílias são aliadas, mas não quero revelar nada a ele. Não posso confiar em ninguém. Se a informação de que a família do pakhan está em crise e passando por problemas cair nas mãos erradas, uma guerra pode acontecer. Vão nos enxergar como fracos.

- Se não quiser falar, tudo bem. - Maxim diz indo em direção às cabines com chuveiros.

Estou separando minhas roupas para tomar banho quando meu telefone toca. Olho na tela e vejo o nome de Olga. Estranho a situação, porque ela nunca liga para mim, sabe que detesto falar ao telefone.

- No que posso ajudar, tia? - Provoco, porque sei que detesta que eu chame assim.

- Temos quase a mesma idade, idiota. - Resmunga. Seu tom de voz muda de repente e fica sério. - Você precisa vir urgente para casa. É um assunto sério.

Só pela forma que diz, sei que uma merda muito grande aconteceu.

Só pela forma que diz, sei que uma merda muito grande aconteceu

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O Demônio de Moscou - Triologia Irmãos Kozlov (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora