Capítulo 34

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Ivan

Algumas horas atrás

- Merda. - Rosno ao mesmo tempo em que jogo o copo de whisky na parede do meu escritório.

Volto a olhar para as filmagens das câmeras de segurança e por mais que me irrite profundamente, não é surpresa que o assassino de Alexei esteja localizado exatamente em um local fora do campo de visão, onde nenhum aparelho tecnológico consegue pegar.

Já vi o vídeo incontáveis vezes e a única coisa que aparece é o rosto assustado do meu sogro olhando estático para o ponto cego, seguido de um corte brusco. Quando a câmera volta a funcionar, o homem está sozinho novamente e poucos minutos depois Maxim passa pela porta.

Obviamente o assassino de Alexei é alguém da Bratva que conhece bem os galpões, pois sabia onde estava localizado o ponto cego. No entanto, isso não ajuda em nada, porque a maioria dos meus soldados e pessoas de confiança conhecem como a palma da mão os locais que nos pertencem, principalmente os galpões, cassinos e boates.

- Eles se superaram dessa vez. - Maxim declara frustrado. - Conseguiram matar o velho bem na minha cara e eu fiquei parecendo um idiota...

Passei a noite em claro no hospital tentando encontrar uma solução para o que aconteceu ou até mesmo um suspeito, mas me sinto perdido. Fiquei por lá também, porque não confio em ninguém para cuidar de minha esposa.

Acredito que meu subchefe se sinta da mesma forma. Vejo seus olhos fundos e vermelhos por provavelmente ter ficado acordado a noite toda e soube também que deixou soldados na cola de Olga, o que deve ter deixado minha tia furiosa, mas deve entender que é por segurança.

- Não podemos confiar em ninguém, Maxim. Há um traidor ou mais de um a nossa volta. - Digo enquanto acendo um cigarro. - Suspeito que o acidente de Milena foi proposital e tem a ver com os bastardos sicilianos, afinal o carro que bateu em Yerik e na minha mulher foi completamente destruído no acidente e mesmo assim não encontramos nenhum corpo.

- Você acha que eles tentaram matar Milena? Seria muito burro da parte desses canalhas assassinarem a primeira dama da Bratva, iniciaria uma guerra por toda Europa.

- Acho que na verdade quiseram dar um aviso a nós, de que estão por perto e mais fortes do nunca. - Falo sentindo um gosto amargo na boca. - Tudo o que estamos conversando aqui é extremamente confidencial. Ninguém pode saber que estamos investigando um possível traidor e também que os sicilianos estão por perto prontos para nos atacar. A única coisa devemos falar é para ficarem em alerta.

- Concordo, Ivan, mas devo avisar que alguns membros já desconfiam e andam fazendo perguntas demais. Tivemos que subornar o hospital para que não divulgasse a notícia do acidente da sua mulher e ainda por cima acobertar a fuga de Oksana para que ninguém soubesse. - Sinto minhas mãos tremerem por conta da ansiedade, fazendo com que o cigarro quase caia, mas seguro com força. Nunca pensei que no meu primeiro ano como General iria lidar com algo do tipo. - Temos que convencê-los de que está tudo sob controle, mas que é sempre bom ter cautela.

Ele pausa por um segundo provavelmente pensando em alternativas para despistar a desconfiança dos comandantes.

- Daqui alguns dias vai ter uma luta e até lá Milena já terá melhorado. Vocês podem fazer a primeira aparição como senhores da Bratva desde o casamento e assim acalmar os membros da organização.

Penso por alguns segundos nessa possibilidade e apesar de não me agradar muito a ideia de ver minha mulher no mesmo ambiente que homens suados e sem camisa, é a melhor opção no momento.

O Demônio de Moscou - Triologia Irmãos Kozlov (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora