Capítulo 26

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Ivan

O sumiço de Oksana veio como um banho de água fria.

Estava em um momento delicioso com minha esposa, quando Yerik nos interrompeu para avisar o que havia acontecido. Desconfio que seja algo planejado pela madrasta da minha mulher, no entanto até o momento não temos nenhuma prova, apenas um vídeo em que as três vão ao banheiro durante a festa e nunca mais voltam.

Alexei está transtornado, mas acredito que não pelos motivos certos. Ele parece estar escondendo algo e a preocupação pelo desaparecimento da esposa na verdade é medo de algo ser revelado, por isso estou o investigando. Suas atitudes são suspeitas demais.

Por conta de toda essa confusão tive que sair da cabana em que estamos nas montanhas e vir rapidamente para meu escritório no cassino. Maxim chegará a qualquer momento junto de Olga para resolvermos essa situação e assim poderei retornar para minha lua de mel com minha esposa gostosa.

Ao pensar em Milena já sinto uma excitação. Tivemos momentos muito bons até agora e já quero muito mais. Não vejo a hora de retornar para a casa que aluguei.

Para uma menina criada em um ambiente tão tradicional, ela sabe muito bem o que quer e o que seu corpo deseja. Tê-la na minha boca foi delicioso e tenho certeza que nunca serei capaz de esquecer sua expressão ao gozar pela primeira vez. Está gravado na minha mente.

Entretanto, o episódio de hoje de manhã pode ter estragado tudo. Não sei o que deu em mim para isso ter acontecido.

Na verdade, não sei de onde saiu esse meu súbito desejo de mamar os seios de Milena sem ser em um contexto sexual. É uma sensação de conforto que eu sinto, um carinho, o que me deixa muito surpreso, porque sempre fui avesso a qualquer coisa desse tipo.

Por mais que minha esposa tenha falado que não se importa que eu faça isso, uma voz na minha cabeça insiste em dizer que não é normal e por isso não devo fazer. Afinal, sou um homem adulto de trinta e quatro anos. Homens adultos não fazem esse tipo de coisa.

Meu momento sozinho é interrompido por Maxim e Olga entrando em minha sala sem bater na porta, discutindo como dois loucos. Nada de novo sob o sol.

- Não acredito que fez isso pelas minhas costas! - Minha tia diz ao namorado transtornada. - Agora todos sabem que estamos juntos!

- Não aguentava mais esconder, amor. - Maxim responde. Tenho certeza que está nervoso, porque seu rosto está pálido e seus olhos arregalados. Olga é o amor de sua vida, então qualquer coisa que ameace seu relacionamento o deixa muito preocupado.

- As pessoas nunca irão me levar a sério nessa organização. Antes eu era a filha bastarda de papai e agora sou conhecida como sua mulher. Nunca me verão como a conselheira do pakhan, nunca me respeitarão enquanto eu viver na sombra de vocês. - Ela desabafa sem se importar que estou ouvindo.

Olga parece bem chateada com tudo. Não sei o que sente, mas posso ver o quanto está machucada, afinal, em todos esses anos foi subestimada e julgada por todos apenas por ser considerada filha ilegítima. No entanto, meu amigo não tem culpa disso. Maxim a ama, até demais, e faz tudo por ela.

Por serem meus amigos, irei me abster dessa discussão e deixar que eles se resolvam, porém tenho que interrompê-los para resolvermos logo essa situação da Oksana.

- O casal poderia parar com essa putaria para podermos resolver essa merda toda que está rolando? Estou em lua de mel e quero aproveitar um pouco também e não ficar resolvendo problema. - Falo um pouco estressado, porque conviver com esses dois não é para qualquer um.

Os dois ficam em silêncio e me olham um pouco sem graça.

- Desculpa, Ivan. Não vai se repetir, vamos ser profissionais. - Olga responde com o rosto vermelho e depois se senta na cadeira em frente a minha mesa. Em seguida, cutuca o braço de Maxim para que ele faça o mesmo que ela.

- Estava analisando as filmagens e acho que encontrei algo interessante. - Minha tia diz enquanto pega o celular para nos mostrar o vídeo em que expõe Oksana e suas filhas saindo pela porta dos fundos do local. - Consegui encontrar um ângulo que mostra elas indo em direção a um carro preto de vidro fumê estacionado nos fundos. Não consegui ver o rosto do motorista, então não sei sua identidade, mas um símbolo no porta-malas me deixou intrigada.

Ela dá zoom na imagem e quando reconheço o símbolo sinto o ódio me consumir. A vagabunda está nos traindo!

- Puta que pariu! - Maxim exclama.

A imagem de trinacria me causa arrepios até hoje. É a marca da máfia siciliana, nossos inimigos há décadas. O rosto da medusa no centro e ao redor da cabeça as três pernas saindo não me restam dúvidas de que Oksana fugiu com os silicianos. Isso só me faz desconfiar mais ainda de Alexei. 

- Mandem os homens até Minsk. Revistem a casa dos Federov até os escombros. Investiguem Alexei, agora ele é mais suspeito do que nunca. - Dou as ordens e eles aceitam sem questionar.

 - Dou as ordens e eles aceitam sem questionar

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Chego em casa com a cabeça cheia. Descobrir que Oksana está possivelmente traindo a Bratva me deixou mais preocupado do que eu gostaria.

Quando entro na sala bate uma saudade de Milena. Depois desse dia complicado tudo o que eu queria é me deitar na cama com ela e provar o seu leite. É um sentimento involuntário, mas não deixa de existir. 

Percebo que a sala de estar está vazia então ando pela casa em busca da minha esposa. Estranho quando não a encontro em lugar algum. 

Estou prestes a subir as escadas para verificar o segundo andar, quando ouço um barulho de vidro sendo quebrado deixando meus batimentos acelerados. Percebo que o som vem da cozinha porque está próximo a mim, então corro para o cômodo com minha arma em mãos. 

Assim que chego, vejo Milena com o rosto vermelho de raiva encarando... Natasha? O que ela faz aqui?

Ao mesmo tempo que me questiono porque minha funcionária está aqui, percebo que está toda molhada. Acredito que minha mulher tenha jogado algo nela e o copo acabou caindo no chão, por isso o barulho de vidro quebrado.

- O que está acontecendo? - Questiono as duas. Milena se vira para irritada e só pelo seu olhar sei que estou ferrado. Nunca a vi com tanta raiva antes, não sei se fico excitado ou 

- Como ousa deixar essa piranha vir para casa em que estamos passando nossa lua de mel? - Ela grita conforme vou me aproximando apontando o dedo para mim.

Nota da autora: 

O símbolo da Máfia Siciliana

O símbolo da Máfia Siciliana

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O Demônio de Moscou - Triologia Irmãos Kozlov (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora