Assim que assumi a presidência da Mármores Guerra, tratei de encontrar um detective privado.
Eu quero saber onde anda a assassina do meu pai. O que faz, onde vive, o que come. Tudo, quero saber tudo. Pelo advogado eu soube que ela saiu da prisão e isso só aumentou a minha raiva.
A minha irmã completa agora 18 anos. Está a cursar Biologia.
A pretexto de falar de Marina fui conversar com a minha mãe.
- Mãe, a Marina fala da morte do pai?
- No início falou, mas depois foi esquecendo, acho eu.
- Achas que isso a afectou?
- Talvez, mas ela não fala disso.
- Mãe, alguma vez tiveste um caso com o motorista?
- Que conversa é essa? De onde tiraste essa ideia?
- Mãe. Eu já sou crescido. Não é necessário esconderem, eu vou saber, mais cedo ou mais tarde.
- Esquece isso. Muita gente já sofreu.
- Não vou esquecer e vou vingar a morte do pai.
- Deixa que te diga. Não foi um acto bonito mas o teu pai mereceu.
- Eu não admito que a senhora fale assim do meu pai!
- Quando souberes toda a verdade vais dar-me razão.
- Então, conte-me. Não esconda nada.
- Não quero falar do passado.
A conversa ficou por ali. Rodolffo não insistiu.
Já tinha passado algum tempo desde que contratei o detective e hoje vou ter notícias.
Começou por me mostrar foto da mulher que matou o meu pai, onde vive, se trabalha, finanças e depois a situação precária da mãe.
Tinha os relatórios médicos e o valor que ela necessitava.- Ela é advogada senhor! Formou-se na prisão.
- Grande coisa. Entra lá como arguida e sai advogada.
Eu preciso de falar com o advogado que defendeu a causa dela.- Ele está bem perto senhor. Eu já o vi com o senhorita sua irmã. Creio que ela lhe pode dar uma opinião.
Depois de ler e reler este relatório comecei a preparar a minha vingança.
Pessoas desesperadas fazem tudo para sair de situações difíceis. Redigi eu próprio uma série de condições que caso ela aceite, eu lhe entregarei uma pequena fortuna rapidamente para o tratamento e internamento da mãe.
Eu quero vê-la comer o pão que o diabo amassou e não vou olhar a meios.
Depois de tudo redigido, coloquei numa pasta e pedi ao meu advogado que fosse até ela e conseguisse a sua concordância.
Ela ficou muito admirada. Pensou ser um trote.
O advogado disse que voltava para buscar tudo assinado., com ou sem alterações
Quando ele saiu ela começou a ler os documentos que estavam na sua frente.
Era um absurdo atrás de outro.
O homem devia estar doido. Logo eu, a assassina do pai?- Aqui há gato, falei em voz alta.