Cap. IV

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Assim que assumi a presidência da Mármores Guerra, tratei de encontrar um detective privado.

Eu quero saber onde anda a assassina do meu pai.  O que faz, onde vive, o que come.  Tudo, quero saber tudo.  Pelo advogado eu soube que ela saiu da prisão e isso só aumentou a minha raiva.

A minha irmã completa agora 18 anos.  Está a cursar Biologia.

A pretexto de falar de Marina fui conversar com a minha mãe.

- Mãe, a Marina fala da morte do pai?

- No início falou, mas depois foi esquecendo, acho eu.

- Achas que isso a afectou?

- Talvez, mas ela não fala disso.

- Mãe, alguma vez tiveste um caso com o motorista?

- Que conversa é essa?  De onde tiraste essa ideia?

- Mãe.  Eu já sou crescido.  Não é necessário esconderem, eu vou saber, mais cedo ou mais tarde.

- Esquece isso.  Muita gente já sofreu.

- Não vou esquecer e vou vingar a morte do pai.

- Deixa que te diga.  Não foi um acto bonito mas o teu pai mereceu.

- Eu não admito que a senhora fale assim do meu pai!

- Quando souberes toda a verdade vais dar-me razão.

- Então,  conte-me. Não esconda nada.

- Não quero falar do passado.

A conversa ficou por ali. Rodolffo não insistiu.

Já tinha passado algum tempo desde que contratei o detective e hoje vou ter notícias.

Começou por me mostrar foto da mulher que matou o meu pai, onde vive, se trabalha, finanças e depois a situação precária da mãe.
Tinha os relatórios médicos e o valor que ela necessitava.

- Ela é advogada senhor!  Formou-se na prisão.

- Grande coisa.  Entra lá como arguida e sai advogada.
Eu preciso de falar com o advogado que defendeu a causa dela.

- Ele está bem perto senhor.  Eu já o vi com o senhorita sua irmã.  Creio que ela lhe pode dar uma opinião.

Depois de ler e reler este relatório  comecei a preparar a minha  vingança.

Pessoas desesperadas fazem tudo para sair de situações difíceis.  Redigi eu próprio uma série de condições que caso ela aceite, eu lhe entregarei uma pequena fortuna rapidamente para o tratamento e internamento da mãe.

Eu quero vê-la comer o pão que o diabo amassou e não vou olhar a meios.

Depois de tudo redigido, coloquei numa pasta e pedi ao meu advogado que fosse até ela e conseguisse a sua concordância.

Ela ficou muito admirada.   Pensou ser um trote.

O advogado disse que voltava para  buscar tudo assinado., com ou sem alterações

Quando ele saiu ela começou a ler os documentos que estavam na sua frente.
Era um absurdo atrás de outro.
O homem devia estar doido.  Logo eu, a assassina do pai?

- Aqui há gato, falei em voz alta.

Nós dois e o restoOnde histórias criam vida. Descubra agora