°Capítulo 7°

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Jennie's pov

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Jennie's pov

Presente

Eu estava no escritório da revista, redigindo uma longa matéria sobre os novos calçados da Prada e as tendências para o verão desse ano quando uma notificação pulou no canto da tela do meu computador.

Quando cliquei, fui direcionada ao Instagram dos meus pais, uma foto nova havia sido publicada. Nela os dois estavam em Roma, e pareciam felizes.

Quem os visse pensaria que não passavam de um casal de velhinhos modernos que gostam de viajar e conhecer o mundo. Contudo, eles estavam longe de ser assim.

Os abusos começaram logo cedo, quando eu era adolescente e estava descobrindo um estilo próprio. Claro, quando somos jovens queremos nos rebelar e sermos diferentes dos nossos pais. E isso é um processo natural do qual eu entendo bem, já que tenho dois filhos crescidos.

Mas quando foi comigo, eles pareciam querer me podar de todas as maneiras possíveis. Eu era proibida de usar roupas curtas, roupas pretas ou com símbolos diferentes, proibida de usar shorts, maiôs ou decotes, proibida de usar maquiagens ou furar as orelhas.

Até meus 16 anos, era minha mãe, ou geralmente as empregadas, que escolhiam minhas roupas. Elas vasculhavam minha mochila da escola todos os dias e revisavam meus cadernos diariamente, na intenção de encontrar alguma coisa suspeita.

Eu tinha poucas amigas e andava geralmente sozinha, as únicas que podiam visitar minha casa e eu a delas eram aquelas que meus pais conheciam. Nunca tive nenhum amigo homem e muito menos namorado.

Quando ganhei meu primeiro telefone móvel, pude finalmente descobrir novas músicas e artistas que nunca tinha ouvido antes. Meus pais detestavam a música da minha geração e me proibiam de escutar qualquer coisa que fosse diferente da música tradicional e culta que ouviam.

Quando descobri minha paixão por Rock e bandas de Heavy metal, não pude deixar de me tornar fã, e juntei minha mesada para comprar meu primeiro CD do Metallica. 

O álbum deles tinha se tornado o meu favorito e eu escutava todos os dias através do meu walkman.

Mas a diversão durou pouco quando meu pai descobriu sobre o CD e o quebrou em milhões de pedaços na minha frente.

Eu chorei como uma criança naquela noite, para uma adolescente de 16 anos aquilo era como se destruissem meu mundo. Contudo, minha "rebeldia" não pararia por ali, comprei outro CD de rock e agora tinha cuidado dobrado em escondê-los dentro de uma caixa em minha gaveta.

Eu os escutava de madrugada pelos fones de ouvido e dançava pelo quarto como uma louca.

Quando meus pais sugeriram que eu aprendesse algum instrumento musical, eu disse que estava disposta a aprender tocar guitarra. Mas obviamente eles me repreenderam e disseram que aquela música era para marginais e pessoas sem pudor, e que uma dama como eu jamais deveria me submeter aquilo. Obvio que os ignorei e continuei escutando minhas músicas escondido.

As memórias de Jennie Kim - (Taennie fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora