6° Capítulo.

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Minha visão estava embaçada por causa das lágrimas que caiam sem esforço, entrei em casa correndo e vi Gabriel sentado no sofá com Enzo em seu colo, ele ainda chorava, coloquei Manu no sofá e me ajoelhei na frente deles.

- Oh meu amor, perdoa a mamãe. - Eu disse acariciando o rosto dele. - Amor, eu não tive culpa, eu estava cansada, foi um segundo que eu me descuidei. - Eu dizia olhando pra Gabriel, eu não conseguia conter as lágrimas.

- Vou tentar fazer eles dormirem. - Gabriel disse sério, se levantou com Enzo, pegou Manu e subiu para o andar de cima. Fiquei ali no sofá pensando no que podia ter acontecido com o meu filho, meu corpo estremeceu só de imaginar nas possibilidades. Ouvi Gabriel descer as escadas e fui ao encontro dele.

- Como eles estão? - Perguntei me aproximando dele.

- Bem, más não graças a você. Já caiu a sua ficha que nosso filho poderia estar morto agora, por sua culpa? - Ele disse quase gritando a últimas palavras.

- Não fala assim, por favor, foi só um segundo. - Eu dizia em meio ao choro.

- Um segundo que podia ter virado uma desgraça.

- Eu sei disso, ele é meu filho Gabriel, eu daria minha vida por ele, eu jamais faria por vontade própria qualquer coisa que pudesse fazer mal a ele.

- Não foi por querer, más foi sim sua culpa, você só dormiu por cansaço lá na praia porque você acha que pode fazer tudo sozinha, que não precisa de ninguém.

- O que? Do que você esta falando? - Eu disse tentando assimilar o que ele tinha dito.

- Isso que você ouviu, você só não contratou uma nova babá ainda porque acha que pode fazer tudo sozinha, você é orgulhosa, foi pro isso que isso aconteceu.

Me afastei de Gabriel e me sentei no sofá, minha cabeça doía muito, eu estava nervosa com o que tinha acontecido, eu entendia Gabriel, más ele não tinha o direito de me dizer aquelas coisas.

- Eu deixei meu trabalho pra cuidar dos meus filhos, isso não é ser orgulhosa, isso é amor. - Eu disse baixo fitando o chão.

- Então ame seus filhos e vá procurar uma babá pra te ajudar a cuidar deles, porque pelo que vimos hoje, você não dá conta de cuidar deles sozinha. - Ele disse e seguiu em direção a varanda.

As palavras de Gabriel pareciam facas sendo enfiadas no meu peito, me levantei do sofá e peguei um óculos de sol que estava sobre a mesa, o coloquei para disfarçar minhas lágrimas e segui em direção a praia, na areia tinha poucas pessoas, passei despercebida por elas e segui para um canto da praia que tinha algumas pedras, andei por quase 20 minutos, a imagem de Enzo chorando no mar nos braços de Lucas e as palavras de Gabriel martelavam em minha cabeça, quando não aguentava mais andar desabei ali na areia, me sentei no chão abraçando minhas pernas e chorei, chorei por culpa, por raiva, senti alguém se aproximar de mim más não levantei meu olhar, a pessoa se sentou ao meu lado e me abraçou, a anos eu não sentia aquele cheiro tão próximo de mim, aquele corpo quente que ja havia me servido de abrigo várias vezes estava ali de novo me oferecendo um colo, e eu não recusei, levantei meu rosto e me aconcheguei em seu abraço.
Ficamos ali por quase meia hora, nenhum de nós dizia nada, e não precisava, aquele abraço já era o suficiente. Sai do abraço dele e me sentei ao seu lado deitando minha cabeça em seu ombro e abraçando seu braço fitando o mar.

- Obrigada por ter salvo a vida do meu filho. - Eu disse sem olhar pra Lucas.

- Não precisa agradecer, qualquer um faria a mesma coisa.

- Eu sei, más foi você quem fez, e você não é qualquer um.

- Fico feliz em ouvir isso. - Não olhei pra ele más pude sentir ele da um sorriso.

- Se não fosse você meu filho podia estar morto agora, por minha culpa. – Eu disse me lembrando das palavras de Gabriel e já sentindo as lagrimas escorrerem por meu rosto novamente.

- Amanda, olha pra mim. – Lucas disse se virando de frente para mim e segurando meu rosto. – Podia sim ter acontecido uma tragédia, más não aconteceu, para de se culpar desse jeito, e mesmo se tivesse acontecido alguma coisa a culpa não era sua, coloca isso na sua cabeça.

- Eu sei, agora eu tenho que ir, obrigada de novo. – Me levantei, e comecei a andar de volta pra casa.

- Não é você que esta se culpando neh? – Ele perguntou de longe.

Me virei para ele sem parar de andar e respondi apenas um ‘’ Até mais Lucas’’

Doces mudanças 2° Temp.Onde histórias criam vida. Descubra agora