Hoje faz dois meses que Amanda estava no hospital, nada de melhoras. Eu seria obrigado a voltar a competir na próxima etapa que aconteceria em 20 dias ou perderia alguns patrocinadores, as crianças não perguntavam mais pela mãe, eu não podia cobrar isso delas nos não tínhamos entrado em um acordo sobre elas visitarem ela, eu já estava treinando e tive que fazer algumas campanhas e coletivas, pedi que proibissem de tocar sobre a Amanda em todas elas e fui respeitado, meu corpo estava na ativa de novo mas minha mente estava cansada, única coisa que em mantinha em pé era meus filhos. As crianças tinham se apegado muito a Laura nessas ultimas semanas que por sinal tinha me ajudado muito com elas.
- Pai, a tia Laura esta demorando. - Enzo reclamou, Laura tinha combinado de levar eles a praia.
- Ela já está chegando. - Falei e logo depois a campainha tocou. - Olha, deve ser ela. - Ei Laura, ainda bem que você chegou, já tem gente impaciente aqui. - Ri para ela.
- Não preciso nem perguntar quem é neh senhor Enzo. - Ela riu. - Não vou nem entrar, vamos logo então. - Falou fazendo Enzo e Manu correrem até ela.
Tive que sair pra resolver algumas coisas e quando voltei encontrei Laura cozinhando lá em casa.
- Gabriel, desculpa ter invadido sua casa é que os pequenos ficaram pedindo lasanha ai eu passei no supermercado e comprei as coisas. - Ela falou depois de mexer no forno.
- Tudo bem, não tem problema nenhum, a casa é sua. - Sorri pra ela.
- Não fala isso que eu me acomodo. - Falou rindo.
- As crianças iriam adorar, perguntam de você o dia inteiro. - Falei me sentando no balcão.
- Só as crianças? - Perguntou brincando.
- Não posso mentir, você tem me salvado muito com as crianças. Eles estavam sentido muita falta de uma mulher ali mais presente e você está fazendo isso, nem sei como te agradecer.
- Não precisa agradecer. - Se aproximou de mim e segurou meu rosto. - Tem pouco tempo que eu convivo com vocês mas que pra mim parece anos, eu tenho muita afinidade com eles e enquanto vocês precisarem eu vou estar aqui. - Ela me puxou para um abraço. Não neguei, eu precisava de um colo, um conforto.
- Cadê as crianças? Estão muito quietas. - Falei saindo do abraço dela.
- Dei banho nelas e coloquei para assistirem um filme.
Fomos para a sala e encontramos as crianças quietas assistindo tv, nos sentamos no sofá e acabei cochilando ali.
- Ei dorminhoco, o almoço esta pronto. - Acordei com Laura passando a mão em meus cabelos.
- O papai esta assim agora tia, não pode encostar que já dorme. - Manu disse nos fazendo rir.
Almoçamos e Laura me ajudou a arrumar a cozinha, depois do almoço, as crianças fizeram birra para Laura assistir mais um filme com eles, coloquei um colchão no chão e eles se deitaram ali, não deu 15 minutos e Enzo e Manu já estavam dormindo.
- Você não esta muito magrinho mas cabe você aqui viu. - Laura falou comigo.
- Esta me chamando de gordo? Que abuso. - Me fiz de ofendido.
- Deita aqui logo gordinho. - Ela falou rindo.
- Abusada! - Me deitei do lado dela.
Aquela situação me lembrou Amanda, ela adorava fazer isso, passar tardes assistindo filmes só nós quatro, acabei chorando, de novo.
- Ei! - Laura se virou pra mim me puxando para perto de seu corpo e me abraçou, afundei meu rosto em seu pescoço e seu cheiro invadiu meu corpo me fazendo arrepiar, me senti estranho com aquilo e me levantei.
- Desculpa, eu tenho que resolver algumas coisas lá em cima. - Fui em direção a escada. - Pode deixar as crianças dormindo, depois eu subo com elas.
- Tudo bem, já vou indo então. - Ela se levantou sem graça.
- Desculpa Laura, eu não estou mandando você embora, pode ficar a vontade.
- Tudo bem, eu já tinha que ir embora mesmo. - Depois a gente se vê.
Entrei em meu quarto e fui direto tomar um banho, precisava esfriar minha cabeça, eu só podia estar ficando louco, por um momento eu senti desejo, desejo em outra mulher. "Ela é sua amiga Gabriel, sua amiga." Eu repita pra mim mesmo.
- Anda papai, eu estou com fome! - Enzo falou enquanto eu me arrumava para irmos em um churrasco na casa da minha mãe.
Chegamos lá e tinha o mesmo pessoal de sempre, pra mim ainda era estranho ver as pessoas se divertindo, seguindo suas vidas normalmente, eu sei que isso era o que eu deveria fazer, mas eu sentia mal por isso. Laura estava lá e me sentia nervoso e sem graça com ela pelo o que tinha acontecido lá em casa. A cumprimentei e fui conversar com o pessoal, as crianças como sempre ficaram no pé dela o dia inteiro, era incrível como as crianças gostavam dela e por conta disso ela acabou se aproximando do resto da família também.
- Chega de perturbar a Laura por hoje, vamos pra casa. - Falei pegando Enzo no colo.
- Não quero ir, quero ficar com a tia. - Manu reclamou grudando no pescoço dela.
- Você arrumou pra sua vida Laura, esses ai quando grudam em alguém é só Jesus. - Minha mãe falou.
- Ai meu Deus, mas eu também estou indo embora. - Laura disse.
- Então leva a gente lá em casa, depois você vai. - Enzo falou.
- Por favor tia. - Manu choramingou.
- Tudo bem Gabriel? - Laura perguntou a mim.
- Mas vocês gostam de dar trabalho ein. - Falei com os dois.
Fomos o caminho em silêncio, as crianças já estavam cansadas e pescando nos nossos colos. E eu estava estranhamente nervoso com aquela situação.
- Estão entregues. - Laura falou colocando Manu na cama.
- Obrigada, de novo. - Ela sorriu.
- Gabriel talvez você não olhe na minha cara depois disso, mas eu preciso fazer ou eu vou enlouquecer. - Ela falou depois que saímos do quarto.
- Isso? - Antes de terminar de falar ela avançou em meus lábios fazendo meu corpo bater contra a parede, me assusta com sua atitude mas não recusei aquele beijo, não consegui recusar, eu queria aquele beijo mas não queria aceitar, passei meus braços em volta de seu corpo a puxando mais pra mim, inverti nossa posição a pressionando contra a parede, me abaixei um pouco fazendo nossos corpos se encaixarem, as mãos dela percorriam meu corpo por baixo da minha camisa, ela gemeu ao sentir meu membro ereto roçando nela. Ela começou a abrir minha calça quando a imagem de Amanda veio em minha cabeça o que me fez me soltar dela a fazendo olhar assustada para mim.
- Isso não era pra ter acontecido, vai embora por favor! - Falei me sentando no chão de cabeça baixa.
- Por que não? Eu quis, você quis, desejar o outro não é errado. - Ela puxou meu rosto.
- Eu sou casado, isso é errado sim!
- Não nessa situação, você não sabe nem se ela vai sair de lá.
- Só vai embora, agora!
Ela foi embora e eu fiquei ali no chão pensando no que eu tinha acabado de fazer, minha mulher em um hospital e eu beijando outra, mas as palavras de Laura latejavam em minha cabeça, e se ela não saísse de lá? Meu corpo latejava de tesão ainda, eu não posso negar que eu queria ter tido Laura pra mim naquele momento mas minha consciência não deixou.